segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Two Become One (9 - Lilás)



Olivia acabou de tomar o pequeno-almoço e eu também.
De seguida, ela vestiu-se para irmos dar um passeio.
Descemos as escadas e comecei a ouvir risos. O meu tio, a sua esposa, o meu irmão e os gémeos estavam sentados no sofá. Estavam sorridentes e felizes dos pés à cabeça. Se não os conhecesse e se não gostasse deles, correria à procura de um baldinho onde pudesse vomitar um bocadinho (ahahah).
Perguntei qual era o motivo para tal festim e Robert informou-nos de que hoje era o dia de aniversário dos gémeos José e Juanmi.
Dito isto, eu e Olivia fomos logo dar-lhes os parabéns.
Só depois pensei: oh, shit! Não tenho prenda!
Segredei à Olivia de que tínhamos de emendar a situação rapidamente.
- E há festa, primitos? – Indaguei, curiosa.
- Nããããã, só um pequeno jantar aqui em casa. – Respondeu Juanmi.
- Com família e amigos. – Acrescentou o outro gémeo.
- Amigos? – Quis saber mais a Olivia.
- Sim. Convidamos sempre colegas nossos para virem cá jantar. – Informou Juanmi.
- Ah, muito bem. – Sorri-lhes. Estavam mesmo entusiasmados com o dia deles.
- O Sergio vem cá, Lorelei! – Exclamou José.
E foi aí que senti o caldo entornado. Fuck!
Saí de casa com Olivia ao meu lado e começámos o nosso passeio.
Os aniversários não eram celebrações que eu apreciasse muito, porque por mais que tentasse lembrava-me sempre dos meus aniversários. Apesar de os celebrar com os meus irmãos, com os amigos e com o Chris, isso não bastava para me pôr um sorriso na cara e ser realmente feliz naquele dia.
Demos uma voltinha, comprámos um presente para ambos os gémeos e voltámos para casa. Já não estava com cabeça para passeatas.
Procurei pela esposa do meu tio e quando a encontrei, disse:
- Magdalena? Onde estão os seus produtos de limpeza?

- A sério, Lorelei! Tens de te comportar durante o jantar! Não podes fazer olhinhos, soltar o animal sedutor que existe dentro de ti. Pensando bem, é melhor nem sequer lhe dirigires a palavra. É muito mais seguro! – Dizia eu para mim própria, fitando o lavatório da segunda casa-de-banho que limpara.
Eu adorava fazer limpezas, especialmente quando precisava de tempo sozinha para pensar e quando queria descarregar raiva e outros sentimentos frustrantes que me assombravam o ânimo. Claro que Magdalena ficou com uma cara de espanto nunca antes vista… Creio que ela se irá habituar à minha maluquice ou talvez não. Hum, isso realmente pouco me interessava.
Eu só queria mesmo que a tarde e a noite passassem a correr e eu saber-me comportar mesmo até quando há carne de homem mesmo suculenta envolvida.
Oh! Quem é que eu quero enganar?! O que mais queria era faltar àquele jantar, comprar uma garrafa de tequila, esvaziá-la e dançar como uma verdadeira bêbeda em cima do mármore da fonte mais próxima.
Será que podia fazer isso? A Lorelei Diabinha acenava afirmativamente com a cabeça, dizendo que eu era livre e podia fazer tudo o que me passasse pela cabeça. A Lorelei Anjinha declarava que eu tenho responsabilidades como prima: estar presente num dia importante para os meus primos.
Reviro os olhos e esfrego com mais vigor.

- Já estás pronta, Lorelei? – Interrogou Olivia.
Fitava o meu próprio reflexo no espelho da casa-de-banho do nosso quarto.
Ajustei melhor o vestido no peito. O vestido que tinha escolhido para esta noite era mesmo muito bonito. Era de um estilo mais romântico e encantador.
Sabia que Olivia também trajava um vestido muito semelhante ao meu, embora de cores diferentes. Coloquei uns brincos nas orelhas e comecei por dar um jeito aos meus cabelos. O meu cabelo estava mesmo a necessitar de um corte nas pontas onduladas. Elas já chegavam perto dos meus generosos seios. Coloquei umas gotas do perfume FAME no meu pescoço e pulsos. Peguei no eyeliner e tracei um risquinho em cada pálpebra. Pus um pouco de volume nas pestanas e abri a porta.  Fui procurar uns sapatos prateados que condissessem.
- Lorelei, esmeraste-te! – Comentou a minha amiga.
- E tu? Já olhaste bem para ti?! – Piscando-lhe o olho.
Arranjadas, descemos as escadas e juntámo-nos aos gémeos Calléjon, aos meus tios e ao meu maninho. Demos uma pulseira de cabedal a cada um dos aniversariantes; eles disseram que gostaram da prenda.
Entretanto, bateram à porta.
- Oh, devem ser os meus companheiros! Eles chegam mais cedo, porque estão mais perto. – Informou José e saltou do sofá até à porta.
Começámos a ouvir hi5’s, pancadinhas nas costas e gargalhadas. Mordi o lábio.
Contei quatro cabeças à parte da do meu primo. Aproximaram-se.
- Esta é a minha prima, Lorelei e esta é a Olivia, a sua melhor amiga.
Dissemos olá.
- Estes são: o Albiol, o Arbeloa, Sergio e Garay!
O último nome soava-me a familiar e o penúltimo, fiz que nem ouvi.
Nisto, o Garay, um sujeito alto e muito moreno aproximou-se ainda mais de Olivia e beijou-lhe a mão. Ela corou e adoptou a tonalidade de um morango.
Oh! Aí está por que razão aquele nome me era familiar! Era o gajo que ela conheceu na noite anterior! E o gajo que eu conheci na noite anterior acenou-me e lançou-me um olhar profundo. Revirei os olhos mentalmente.
Ele não tem que me mandar aqueles olhares. Não pode. Pessoas comprometidas não podem fazer isso. Oh, please, please, please, deem-me coisas para limpar!
- Estás bem, Lorelei? – Indagou Sergio.
- Nunca estive melhor. – E pimbas! Outra troca daquele tipo de olhares.
- Chamo-me Matt e sou o irmão mais velho dela. – Apresentou-se o meu irmão, aparecendo, subitamente, sobre o meu lado esquerdo. Senti-o como se fosse um muro protector.
- Prazer! – Retorquiu o rapaz dos olhos de chocolate.
- Eu… conheço-te de algum lado? – Disse Arbeloa (acho que é esse o nome dele) ao mesmo tempo que semicerrava os olhos e me analisava com maior minúcia.
Senti-me desconfortável. Como se tivesse a ser observada num museu apinhado de gente com excessiva curiosidade.
- Esta é a primeira vez que te vejo. – Respondi com a voz um pouco ríspida.
- Hum… - Continuou ele a matutar.
Que gente estranha! Brrr, este jantar vai ser lindo de morrer; só mesmo de morrer!
Magdalena chamou-nos para a mesa de jantar.
Começámos a dispersar e a sentarmo-nos nos lugares que preferíssemos.
Sentei-me a uma ponta da mesa com a Olivia ao meu lado direito.
E à nossa frente quem se foi sentar?! Nem vou dizer, vocês adivinham.
Eu devia estar com a cara da típica adolescente ofendida, incompreendida e rebelde e, por breves instantes, as palavras de Ian ecoaram na minha cabeça: “Então para de te comportar como uma!”
Começámos a jantar e a comida estava deliciosa. À mesa falava-se em futebol (que informação chocante, não é? Com seis jogadores a jantar).
Subitamente, o meu telemóvel começa a tocar. Arqueei a sobrancelha e espreitei para o visor. Ian Somerhalder! Esbugalhei os olhos. Sinceramente, pensei em nem sequer atender. Contudo senti-me demasiado envergonhada para o fazer. Pedi desculpa e dirigi-me à cozinha. Pelo caminho, disse:
- Ian?!
- Oh, Lorelei! Senti a falta da tua voz!
Quando me apercebi que aquela voz era a do meu namorado, senti-me super feliz. O meu coração disparou e o sangue correu-me mais veloz nas veias.
Só agora me tinha consciencializado de que tinha sentido a sua falta.
- Eu também, Chris!
- Já soube que estás em Espanha com o Matt…
- Sim, peço imensa desculpa por não te ter avisado, mas tu também não atendias o telemóvel.
- Perdi o meu carregador! – Imaginei-o ao meu lado a dizer-me aquilo com olhos de cordeirinho e sorriso inocente.
- É por isso é que estás a ligar do telemóvel do meu querido irmão? – A ironia era a minha eterna companheira.
- Pois… a sério, Lorelei. Não faço ideia onde deixei o carregador.
Matutei um pouco.
- Provavelmente está no meu quarto. – E ri-me.
- Oh, agora que penso nisso… deves estar absolutamente correcta!
Sorri para a parede.
- Estás a gostar de Madrid?
- Sim! Estou a gostar bastante!
- E quando voltas?
Suspirei. Nem eu sabia a resposta àquela pergunta.
- Não sei, Chris…
- Tudo bem… eu… vou começar amanhã as gravações.
- Ah, que bom! Entusiasmado?
- Sempre!
- Quantas raparigas vais ter de beijar para este filme?
- Lorelei? – Com um tom de desaprovação.
- Estou à espera de uma resposta, Mr. Evans.
- Sabes que és a única que quero beijar a todas as horas e minutos.
Lambi os lábios em acto reflexo.
- Está bem, convenceste-me.
Ouvi-o rir.
- O que estavas a fazer?
- A jantar.
- Oh, perdão!
- Sem problemas, baby.
- Bem, vai lá então. Bom proveito.
- Obrigada. Parte uma perna nas gravações!
- Espero que não literalmente.
- Óbvio!
- Fica bem, sereia. Beijos.
- Muitos também para ti.
- Ah e Lorelei?
- Sim?
- Não me troques por nenhum espanhol.
Revirei os olhos.
- Eu sei que reviraste os olhos.
- Ainda bem! Adiós, chico!
- Uh, ainda mais sexy como latina.
Rimo-nos e ele desligou a chamada.
Voltei para a mesa e voltei a pedir desculpa.
Segundos depois, Arbeloa exclama:
- Já sei de onde te conheço! És a namorada do Capitão América!
Pestanejei e todos os olhos se viraram para mim.


 Lorelei

Olivia

4 comentários:

  1. Simplesmente perfeito.
    Senti-me uma verdadeira Olivia no momento do Garay... :$

    Espero pelo próximo...afinal, a Lorelei é conhecida em Espanha e não sabia!

    Besos.
    Ana Patrícia.

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  2. AHAHAHAH bigada e ainda bem que pude kontribuir para alguma felicidade =)
    Pois, parece que sim, mas é só por namorar c/ o Chris xD
    Embora isso possa ser... alterado ^^
    Besitos!

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  3. Haha! Essa última cena foi muito gira xD
    Fico à espera de um novo capítulo. Boa sorte com a escrita!
    Bjnhs*

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  4. Eh Eh! Obrigada, Alyra =P
    Bejinhs *.*

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