sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Two Become One (10 - Lilás)



Comprimi os lábios carnudos e avermelhados e clareei a garganta.
- És conhecida em Espanha, Lorelei! – Riu-se Olivia a meu lado.
Tive vontade de revirar os olhos e berrar para pararem de olhar como se eu fosse uma aberração que outrora estivera em vias de extinção. Levei um pouco de vinho à boca e ergui as sobrancelhas. Virei-me para Arbeloa.
- Sim, sou. – Respondi, mesmo que ele não tivesse feito uma pergunta.
- És. Namorada. Do. Chris. Evans? – Indagou Sergio.
Parecia completamente incrédulo.
- Foi o que acabei de esclarecer. - O que queres, rapazinho?!
- Porque não veio contigo para Espanha? – Quis ele saber.
Credo! Não sabe que a curiosidade matou o gato?! Também pode matar um gato com duas pernas!
- Porque ele está a trabalhar.
- A-hã… Estou a ver.
Começou a fervilhar em mim uma fúria incontrolável.
- Ouve lá! Tens algum problema?!
- Não… é só que… tu estás aqui e ele lá…
- E depois?! Eu confio nele e ele em mim. Além do mais, eu adoro-o! Estamos juntos e felizes há quatro anos. Devias preocupar-te com a tua namorada e não com os relacionamentos alheios. – Disse-lhe. Não queria saber se lhe estava a faltar ao respeito. Ele não tinha nada a ver comigo ou com o Chris. Não nos conhecia e tinha cara de quem estava a fazer juízos de valor. Pindérico!
Magdalena e Robert ficaram curiosos sobre o meu namorado, então Arbeloa navegava na Internet do seu telemóvel e mostrava diversas fotografias, onde aparecíamos juntos. Inclusive, alguns trabalhos de moda que fizemos conjuntamente, como por exemplo para a Men’s Health.


- Como se conheceram?
- Vivem juntos?
- Planeiam ter filhos?
- Porque nunca pensaste em fazer cinema, tal como ele?
Foram algumas das inúmeras perguntas que os meus primos me fizeram.
- Nós gostávamos muito de o conhecer. Tens de o trazer cá a casa um dia – Sugeriu a esposa do meu tio.
- Nós conhecemo-nos através do meu irmão mais novo, Ian. Estávamos num premier e ele apresentou-mo. Acho que foi atracção mútua. Não, não vivemos propriamente juntos. Filhos?! Hum… não está nos meus planos, mas penso que o Chris gostaria imenso. Eu sei que ele, por vezes pensa no assunto. Ele, em termos de personalidade, é muito diferente de mim. Ele é muito calmo, pacífico, tímido por vezes até. É um excelente amigo. E tenho a certeza que seria um excelente pai. Embora ele gostasse de ser pai assim… rapidamente, ele não gosta de colocar pressão para o meu lado. É que… eu tenho vinte anos e ele tem trinta e um.
Assim que acabei a frase, mais olhares esbugalhados se viraram para mim.
Respira fundo, Lorelei! Respira. Fundo!
Magdalena foi a primeira a interromper o silêncio que se instaurou na sala.
- Hum, que romântico! Portanto, ele foi o teu único namorado.
Arqueei uma sobrancelha.
- Ah, não.
- Disseste que o conheceste há quatro anos atrás, ou seja… quando tinhas 17.
- Sim, exacto, mas eu comecei a namorar a sério aos catorze.
Juanmi quase se engasgou.
Comecei a sentir-me corada.
Apetecia-me gritar: BASTA! A Inquisição já foi abolida, senhores!
No final do jantar, dirigimo-nos à sala e eu olhei de relance para o piano que lá se encontrava. Não sabia porque raio tinham um piano em casa se ninguém sabia tocá-lo.
- Os gémeos disseram que cantavam muito bem, tu e o Matt… - Comentou Robert.
- Eu apenas canto. Guardo o “muito bem” para a minha irmã. – Ripostou Matt.
- Porque não cantam para nós? Cantem para depois irmos partir o bolo.
- A Lorelei canta! – E Matt mostrou-me a língua. Eu fiz-lhe má cara.
Fizeram questão que eu cantasse uma música ao piano.
Sentei-me no banquinho.
- Hum… o meu namorado toca muito melhor do que eu, portanto peço desculpa se não soar muito bem.
Pressionei umas teclas para ouvir o seu som.
- Sendo assim, vou dedicar esta música aos belos aniversariantes. – Sorrindo-lhes. – Nunca pensem que os meus primos fossem tão fixes e boas pessoas. Por isso, obrigada por me terem surpreendido pela positiva. E espero que estas celebrações se repitam por muitos mais anos.
“Viva Forever”.
- Do you still remembre how we used to be?
Feeling together, believe in whatever my love has said to me.
Both of us were dreamers. Young love in the sun.
Felt like my savior, my spirit I gave ya; We’d only just begun.
Hasta mañana. Always be mine.
Viva forever, I’ll be waiting. Everlasting, like the sun.
Live forever for the moment. Ever searching for the one.
Yes, I still remember every whispered word.
The touch of your skin, giving life from within like a love song that I’d heard.
Slipping through our fingers like the sands of time.
Promises made, every memory saved has reflections in my mind.
Hasta mañana. Always be mine.
Viva forever, I’ll be waiting everlasting like the sun.
Live forever for the moment.
Ever searching for the one. (x4)

No final, bateram-me palmas, o que fez com que eu voltasse a aterrar na Terra, regressando da Lua. Os gémeos ficaram muito contentes, especialmente pelo facto de eu ter escolhido uma canção, onde cantasse três palavras em Espanhol.
Fomos, depois, partir o bolo e beber champagne.
Eram 23h50, quando os convidados disseram que tinham de se ir embora.
Olhei para a despedida de Olivia e Garay.
Eles raramente falavam, mas era notoriamente palpável uma certa tensão e atracção entre ambos.
Quando me apercebi, Sergio encontrava-se a meu lado.
- Desculpa a minha falta de educação há pouco no jantar.
Acenei com a cabeça.
- Eu também não precisava de ter reagido daquela maneira. – Respondi.
- Isso é um pedido de desculpas, também?
- Talvez.
- Vi que os teus olhos brilhavam ainda mais quando falavas do teu namorado.
Encolhi os ombros.
- É natural. Se estou com ele é porque gosto dele. Certamente que quando falas da P-Pilaaãr – Era complicadodizer o nome dela. – os teus olhos também brilham de maneira semelhante.
- Talvez. Os meus olhos agora brilham por outros motivos. Motivos esses que não envolvem a Pilar.
- E que motivos serão esses?
Vi-o erguer um dedo e acariciar-me as linhas do queixo, do maxilar e dos meus lábios. Depois começou a aproximar-se com uma intenção clara.
Afastei-me do seu rosto. Ele cerrou os dentes e engoliu em seco. Fitei o chão.
E pouco depois, foram-se todos embora.
Dirigi-me às traseiras da casa do meu tio.
Caminhei pela relva de pés descalços com um sapato em cada uma das mãos.
Sentei-me à beirinha da piscina; a água dá-me perto dos joelhos.
Fitava o nada e pensava em rigorosamente… nada. Por isso, fechei os olhos.
Senti uma presença por detrás das minhas costas. Ouvi essa presença a ajoelhar-se.
Pestanejei e virei-me com extrema vagareza. Os meus olhos concentravam-se na cor achocolatada dos dele. Tentava enviar o meu famoso magnetismo e notei que ele já se encontrava a borbulhar testosterona. Esbocei um sorriso malandro, desafiante. Reparei que ele estremecera, mas não fez nada. Notava-lhe laivos de excitação, assim como de hesitação. Perdi as estribeiras, revirando os olhos. Agarrei-o pelo colarinho da camisa e pressionei o seu corpo contra o meu. E foi aí que as nossas bocas se conheceram.
Oh, meu Deus! Que boca aquela!
A minha ansiava por mergulhar na dele, batalhar com a sua língua e roubar-lhe o fôlego, desde que lhe pus os olhos em cima.
Os meus braços cercavam-lhe o rosto, chegando o meu peito até ao seu pescoço.
As minhas mãos encontravam-se o mais abertas possíveis nas suas costas, pressionando mais e mais o seu corpo contra o meu, como se fosse crime distanciar-me do calor e radiação que o corpo dele transmitia. Nem tinha reparado que as minhas pernas já lhe rodeavam a cintura. Apenas me apercebi de tal, quando Sergio nos levanta e começa a caminhar sem rumo. O que tinha ele contra o facto de me possuir ali no meio da relva?
Eu não me importava. Já estava mais do que pronta para o receber, acolher dentro do meu ser. Sem descolar a minha boca da sua, consegui murmurar para nos levar em direcção a uma pequena casinha de madeira que era o atelier do meu tio Robert (ele era pintor. Yah, pois. Somos uma família repleta de talentos: actores, cantores, pintores…).
Ele empurrou a porta e entrámos.
Parámos de nos beijar. Ficámos com os narizes colados um ao outro.
Desci até ao chão. Sergio deu-me a mão e virou-me como se tivéssemos a dançar.
Enviou os meus cabelos compridos e um pouco cacheados para a frente, para cada lado do meu rosto. Os seus dedos alcançaram o fecho do meu vestido azul. Abriu-o e este escorregou pelas minhas pernas. Não me mexi nem um milímetro.
[E.S. Posthumus – Nara]
 As suas mãos moviam-se pelas minhas costas, massajando todo o centímetro de pele que encontrava. Depois, a sua atenção desceu até ao meu rabo.
Disse-me que estava surpreendido por agora saber que eu também era fã de tatuagens.
Apalpou o meu rabo e arranhou a tatuagem do pequeno escorpião que eu tinha lá tatuada. 

De seguida, concentrou-se na minha anca esquerda e investigou a tatuagem de uma sereia.
Lambi os lábios, mordiscando-os ao de leve e virei-me para ele.
Quando os seus olhos avistaram os meus seios, acho que quase se ia desfazer num orgasmo. Como se fosse um cego a mirar-me, afirmou baixinho que eu era a filha mais perfeita de Afrodite. Sorri-lhe de volta. E comecei a despi-lo e deixei os olhos escorregarem e afogarem-se nas tatuagens que percorriam o rio que era o seu perfeito corpo.
Biceps, tríceps, peito e braços definidos. Desapertei-lhe as calças e deixei-as cair, tal como as boxers Calvin Klein. A sua erecção incendiou todo o meu santo corpo.
Mordi o lábio. Queria tomá-lo na minha boca. Oh e ele também queria.
Porém, tinha de esperar mais um pouquinho. Não gosto de apressar o que deve ser feito com toda a calma. Além do mais, eu tinha a mania do perfeccionismo exacerbado.
Beijei, lambi e provei o seu mamilo na minha boca. Senti-a o seu pénis rijo como uma pedra junto ao meu abdómen. As minhas mãos passaram calma e tranquilamente pelos seus bíceps, apreciando-os com prazer. Comecei a dar-lhe beijos sumarentos pela barriga definida dele, mas a minha atenção fixara-se no seu centro de prazer.
Apertei-o e Sergio guinchou. Entretanto, tomei-o na minha boca. Os meus lábios, língua e dentes a trabalharem numa sintonia e harmonia perfeitas; um trunfo da experiência.
Eu sentia em como ele estava nos limites. Sentia como ele estava quente sob a minha posse. Ele ejaculou e comecei a engolir, saboreando todo o seu requintado sabor.
Quando o seu orgasmo se esvaneceu, ergui-me à sua frente com uma expressão que demonstrava o quanto é que ele estava em divida para comigo.
Nisto, ele agarra-me como se eu fosse uma menininha e atira-me para cima de uma tela enorme que estava pousada no chão do atelier. A pele das minhas costas informou-me que a tela estava pintada de fresca. As suas mãos começam a injectar calor pelas veias das minhas pernas, deixando traços bem delineados da sua presença em mim.
Atirei a cabeça para trás e fechei os olhos, o que apenas tornava o seu toque mais sensível sob a minha recepção. Passou a mão pelo meu sexo, mas foi meramente isso: uma passagem. E começou a atormentar os meus mamilos. Dedos, língua e dentes a trabalharem como se fossem um coro com variadas vozes divergentes, porém como por magia eram orquestradas em uníssono. Os meus gemidos juntaram-se a este coro e foi fenomenal a explosão de calor, prazer e luxúria que me proporcionou.
E quando me senti voltar à superfície do mundo real, começa uma dança de provocações. Ele insere dois dedos dentro de mim que massajam e circulam tenebrosamente. As minhas ancas começam a mover-se ao sabor do ritmo e a minha respiração fica apressada com a pele a repuxar as minhas costelas expostas.
Num piscar de olhos sinto-o a acasular-se a mim. E eu implorava apenas que ele aumentasse o ritmo e a violência dos seus embates. Ele esticou os braços e as suas mãos alcançaram as minhas, fazendo-me também esticar os braços, enquanto os seus lábios sugavam e percorriam o meu pescoço escaldante.
E quando eu vim, sonora e perdida, ele saiu de dentro de mim e atirou-se para o meu lado. Ele recuperava a respiração e eu sentia o meu orgasmo tornar-se infinito, prolongando-se e prolongando-se e prolongando-se…
Pisquei os olhos sucessivas vezes, pois tudo o que açulava a minha mente era o vídeo comercial de Chris Evans e Evan Rachel Wood.
Os lindos e picantes olhos de Chris encontraram os meus e o meu coração desfez-se, assolado. Respirei com dificuldade, pois lutava para que uma cascata de lágrimas não jorra-se dos meus olhos culpados, envergonhados.




segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Two Become One (9 - Lilás)



Olivia acabou de tomar o pequeno-almoço e eu também.
De seguida, ela vestiu-se para irmos dar um passeio.
Descemos as escadas e comecei a ouvir risos. O meu tio, a sua esposa, o meu irmão e os gémeos estavam sentados no sofá. Estavam sorridentes e felizes dos pés à cabeça. Se não os conhecesse e se não gostasse deles, correria à procura de um baldinho onde pudesse vomitar um bocadinho (ahahah).
Perguntei qual era o motivo para tal festim e Robert informou-nos de que hoje era o dia de aniversário dos gémeos José e Juanmi.
Dito isto, eu e Olivia fomos logo dar-lhes os parabéns.
Só depois pensei: oh, shit! Não tenho prenda!
Segredei à Olivia de que tínhamos de emendar a situação rapidamente.
- E há festa, primitos? – Indaguei, curiosa.
- Nããããã, só um pequeno jantar aqui em casa. – Respondeu Juanmi.
- Com família e amigos. – Acrescentou o outro gémeo.
- Amigos? – Quis saber mais a Olivia.
- Sim. Convidamos sempre colegas nossos para virem cá jantar. – Informou Juanmi.
- Ah, muito bem. – Sorri-lhes. Estavam mesmo entusiasmados com o dia deles.
- O Sergio vem cá, Lorelei! – Exclamou José.
E foi aí que senti o caldo entornado. Fuck!
Saí de casa com Olivia ao meu lado e começámos o nosso passeio.
Os aniversários não eram celebrações que eu apreciasse muito, porque por mais que tentasse lembrava-me sempre dos meus aniversários. Apesar de os celebrar com os meus irmãos, com os amigos e com o Chris, isso não bastava para me pôr um sorriso na cara e ser realmente feliz naquele dia.
Demos uma voltinha, comprámos um presente para ambos os gémeos e voltámos para casa. Já não estava com cabeça para passeatas.
Procurei pela esposa do meu tio e quando a encontrei, disse:
- Magdalena? Onde estão os seus produtos de limpeza?

- A sério, Lorelei! Tens de te comportar durante o jantar! Não podes fazer olhinhos, soltar o animal sedutor que existe dentro de ti. Pensando bem, é melhor nem sequer lhe dirigires a palavra. É muito mais seguro! – Dizia eu para mim própria, fitando o lavatório da segunda casa-de-banho que limpara.
Eu adorava fazer limpezas, especialmente quando precisava de tempo sozinha para pensar e quando queria descarregar raiva e outros sentimentos frustrantes que me assombravam o ânimo. Claro que Magdalena ficou com uma cara de espanto nunca antes vista… Creio que ela se irá habituar à minha maluquice ou talvez não. Hum, isso realmente pouco me interessava.
Eu só queria mesmo que a tarde e a noite passassem a correr e eu saber-me comportar mesmo até quando há carne de homem mesmo suculenta envolvida.
Oh! Quem é que eu quero enganar?! O que mais queria era faltar àquele jantar, comprar uma garrafa de tequila, esvaziá-la e dançar como uma verdadeira bêbeda em cima do mármore da fonte mais próxima.
Será que podia fazer isso? A Lorelei Diabinha acenava afirmativamente com a cabeça, dizendo que eu era livre e podia fazer tudo o que me passasse pela cabeça. A Lorelei Anjinha declarava que eu tenho responsabilidades como prima: estar presente num dia importante para os meus primos.
Reviro os olhos e esfrego com mais vigor.

- Já estás pronta, Lorelei? – Interrogou Olivia.
Fitava o meu próprio reflexo no espelho da casa-de-banho do nosso quarto.
Ajustei melhor o vestido no peito. O vestido que tinha escolhido para esta noite era mesmo muito bonito. Era de um estilo mais romântico e encantador.
Sabia que Olivia também trajava um vestido muito semelhante ao meu, embora de cores diferentes. Coloquei uns brincos nas orelhas e comecei por dar um jeito aos meus cabelos. O meu cabelo estava mesmo a necessitar de um corte nas pontas onduladas. Elas já chegavam perto dos meus generosos seios. Coloquei umas gotas do perfume FAME no meu pescoço e pulsos. Peguei no eyeliner e tracei um risquinho em cada pálpebra. Pus um pouco de volume nas pestanas e abri a porta.  Fui procurar uns sapatos prateados que condissessem.
- Lorelei, esmeraste-te! – Comentou a minha amiga.
- E tu? Já olhaste bem para ti?! – Piscando-lhe o olho.
Arranjadas, descemos as escadas e juntámo-nos aos gémeos Calléjon, aos meus tios e ao meu maninho. Demos uma pulseira de cabedal a cada um dos aniversariantes; eles disseram que gostaram da prenda.
Entretanto, bateram à porta.
- Oh, devem ser os meus companheiros! Eles chegam mais cedo, porque estão mais perto. – Informou José e saltou do sofá até à porta.
Começámos a ouvir hi5’s, pancadinhas nas costas e gargalhadas. Mordi o lábio.
Contei quatro cabeças à parte da do meu primo. Aproximaram-se.
- Esta é a minha prima, Lorelei e esta é a Olivia, a sua melhor amiga.
Dissemos olá.
- Estes são: o Albiol, o Arbeloa, Sergio e Garay!
O último nome soava-me a familiar e o penúltimo, fiz que nem ouvi.
Nisto, o Garay, um sujeito alto e muito moreno aproximou-se ainda mais de Olivia e beijou-lhe a mão. Ela corou e adoptou a tonalidade de um morango.
Oh! Aí está por que razão aquele nome me era familiar! Era o gajo que ela conheceu na noite anterior! E o gajo que eu conheci na noite anterior acenou-me e lançou-me um olhar profundo. Revirei os olhos mentalmente.
Ele não tem que me mandar aqueles olhares. Não pode. Pessoas comprometidas não podem fazer isso. Oh, please, please, please, deem-me coisas para limpar!
- Estás bem, Lorelei? – Indagou Sergio.
- Nunca estive melhor. – E pimbas! Outra troca daquele tipo de olhares.
- Chamo-me Matt e sou o irmão mais velho dela. – Apresentou-se o meu irmão, aparecendo, subitamente, sobre o meu lado esquerdo. Senti-o como se fosse um muro protector.
- Prazer! – Retorquiu o rapaz dos olhos de chocolate.
- Eu… conheço-te de algum lado? – Disse Arbeloa (acho que é esse o nome dele) ao mesmo tempo que semicerrava os olhos e me analisava com maior minúcia.
Senti-me desconfortável. Como se tivesse a ser observada num museu apinhado de gente com excessiva curiosidade.
- Esta é a primeira vez que te vejo. – Respondi com a voz um pouco ríspida.
- Hum… - Continuou ele a matutar.
Que gente estranha! Brrr, este jantar vai ser lindo de morrer; só mesmo de morrer!
Magdalena chamou-nos para a mesa de jantar.
Começámos a dispersar e a sentarmo-nos nos lugares que preferíssemos.
Sentei-me a uma ponta da mesa com a Olivia ao meu lado direito.
E à nossa frente quem se foi sentar?! Nem vou dizer, vocês adivinham.
Eu devia estar com a cara da típica adolescente ofendida, incompreendida e rebelde e, por breves instantes, as palavras de Ian ecoaram na minha cabeça: “Então para de te comportar como uma!”
Começámos a jantar e a comida estava deliciosa. À mesa falava-se em futebol (que informação chocante, não é? Com seis jogadores a jantar).
Subitamente, o meu telemóvel começa a tocar. Arqueei a sobrancelha e espreitei para o visor. Ian Somerhalder! Esbugalhei os olhos. Sinceramente, pensei em nem sequer atender. Contudo senti-me demasiado envergonhada para o fazer. Pedi desculpa e dirigi-me à cozinha. Pelo caminho, disse:
- Ian?!
- Oh, Lorelei! Senti a falta da tua voz!
Quando me apercebi que aquela voz era a do meu namorado, senti-me super feliz. O meu coração disparou e o sangue correu-me mais veloz nas veias.
Só agora me tinha consciencializado de que tinha sentido a sua falta.
- Eu também, Chris!
- Já soube que estás em Espanha com o Matt…
- Sim, peço imensa desculpa por não te ter avisado, mas tu também não atendias o telemóvel.
- Perdi o meu carregador! – Imaginei-o ao meu lado a dizer-me aquilo com olhos de cordeirinho e sorriso inocente.
- É por isso é que estás a ligar do telemóvel do meu querido irmão? – A ironia era a minha eterna companheira.
- Pois… a sério, Lorelei. Não faço ideia onde deixei o carregador.
Matutei um pouco.
- Provavelmente está no meu quarto. – E ri-me.
- Oh, agora que penso nisso… deves estar absolutamente correcta!
Sorri para a parede.
- Estás a gostar de Madrid?
- Sim! Estou a gostar bastante!
- E quando voltas?
Suspirei. Nem eu sabia a resposta àquela pergunta.
- Não sei, Chris…
- Tudo bem… eu… vou começar amanhã as gravações.
- Ah, que bom! Entusiasmado?
- Sempre!
- Quantas raparigas vais ter de beijar para este filme?
- Lorelei? – Com um tom de desaprovação.
- Estou à espera de uma resposta, Mr. Evans.
- Sabes que és a única que quero beijar a todas as horas e minutos.
Lambi os lábios em acto reflexo.
- Está bem, convenceste-me.
Ouvi-o rir.
- O que estavas a fazer?
- A jantar.
- Oh, perdão!
- Sem problemas, baby.
- Bem, vai lá então. Bom proveito.
- Obrigada. Parte uma perna nas gravações!
- Espero que não literalmente.
- Óbvio!
- Fica bem, sereia. Beijos.
- Muitos também para ti.
- Ah e Lorelei?
- Sim?
- Não me troques por nenhum espanhol.
Revirei os olhos.
- Eu sei que reviraste os olhos.
- Ainda bem! Adiós, chico!
- Uh, ainda mais sexy como latina.
Rimo-nos e ele desligou a chamada.
Voltei para a mesa e voltei a pedir desculpa.
Segundos depois, Arbeloa exclama:
- Já sei de onde te conheço! És a namorada do Capitão América!
Pestanejei e todos os olhos se viraram para mim.


 Lorelei

Olivia

sábado, 19 de janeiro de 2013

Two Become One (8 - Lilás)


LILÁS

 

Esta flor simboliza um profundo desejo.
E a sua cor encantou corações com as suas propriedades misteriosas. Para além de se fixar no simbolismo do mistério, também significa esplendor, encantamento, espiritualidade e amor à primeira vista. É uma óptima opção para presentear a cara-metade com intenções românticas e de adoração.
Acaba por ser uma flor bastante original com um impacto visual extraordinário.

21/Junho/2012

Fechei o diário, assim que ouvi uns passos pela cozinha. Escondi-o no colo e olhei à volta, meia assustada.
- Bom dia, Lorelei. Está tudo bem?
Esta voz feminina pertencia à esposa afável do meu tio Robert.
- Oh, sim. Está tudo okay. Bom dia!
- Porque é que acordaste tão cedo?
- Hum… acordo sempre a esta hora. – Passei os olhos pelo relógio da cozinha. Marcava sete da manhã. Eu tinha acordado às 6h30… Magdalena olhou para mim; parecia surpreendida. – É… um hábito antigo… acho.
- Ai sim?
Comprimi os lábios. Bloqueei certas memórias na minha cabeça e sorri.
- Vou comprar pão fresco para o pequeno-almoço. – Afirmei, dirigindo-me à porta. Já me encontrava vestida e higienizada. Coloquei o diário a salvo dentro da mala e tirei o MP3.
Assim que voltei a casa, comecei a fazer o pequeno-almoço para a Olivia.
Subi as escadas com as mãos a segurarem firmemente uma bandeja com uma caneca de leite, torradinhas, uma maçã vermelha e duas chávenas de café.
Abri a porta do quarto e cantarolei:
- Bom dia! Está um lindo dia lá fora e para o gozares a valer aqui tens o teu pequeno-almoço!
- Lorelei! Vou matar-te! – Berrou ela, contra a almofada.
Fingi-me chocada e levei uma mão à cabeça. Ri-me, enquanto afastava as cortinas para a luz do Sol radiar o nosso quarto emprestado.
Pousei a bandeja em cima da secretária e nisto, sou brutal e inesperadamente agredida por uma almofada maquiavélica.
- Olivia Morgan! Diz-me que não acabaste de fazer isso!
- Acabei, pois! Tem piedade de mim, Loreli!
- Tens aqui o teu pequeno-almoço.
- Que horas são?
Confirmei no visor do telemóvel.
- São 7h35.
Ouvia uivar, stressada.
- Vou, decididamente espancar-te!
- Hey! Isso soa demasiado a Fifty Shades of Grey. – Gracejei. – Isto é o acontece às pessoas que chegam a casa às três e tal da manhã… - Fazendo-lhe olhinhos. – E… por falar nisso… tens de me contar umas coisinhas, não tens? – Provoquei-a.
Tirei a maçã da bandeja e comecei a trinca-la. Hum… estava bem fresquinha.
- Ao que te referes…?
Se a Olivia pensava que se livraria de mim assim tão facilmente, estava redondamente enganada!
Ontem, quando eu estava a fazer concorrência à Miss Depressão 2011, Olivia entrou pelo quarto a dentro com o típico sorriso parvo na cara.
Logicamente que conhecem aquele sorriso que nos faz ficar com rugas nos cantos da boca e dos olhos, que nos instala borboletas na barriga e que com ele parece que voamos sem asas. Aquele sorriso só paira numa mulher, devido a uma coisa… Testosterona! Isso já estava mais do que confirmado na minha cabeça.
Só faltava, portanto, saber a quem pertencia esta testosterona…
E era isso que estava prestes a desvendar. Muah ah ah ah!
- Diz-me!
- Mas digo o quê? – Ela sentou-se e eu trouxe-lhe a paparoca até à cama.
Pode ser que o mel das minhas famosas torradas, me consigam ajudar.
- Diz-me o nome do gajo!
Olivia deixou cair o queixo e esbugalhou os olhos.
- Como raio sabes que há um “gajo”?!
Esbocei uma cara presunçosa e cruzei os braços.
- Ora-ora! Uma palavra: previsível.
- Hum, obrigadinha. – E mordeu uma torrada. Antes a torrada do que eu.
- A sério, Olivi! Diz-me o nome dele.
Via revirar os olhos.
- Ezequiel Garay.
Quase cuspi o bocadinho de maçã que tinha na boca.
- Eze quem?!
- E-Z-E-Q-U-I-E-L.
- Não podias ter escolhido algo mais fácil de dizer?! – Gracejei.
E rimo-nos.
- Então, deixa-me cá ver. Estavas tu a dançar e ele começa a aproximar-se sorrateiramente… e depois mete conversa contigo, paga-te uma bebida, faz-te elogios sem parar e deixa bem claro que quer ir para a cama contigo! – A segunda parte da narração eu disse mesmo muito depressa.
Olivia tapou a cara, corando. Abanou a cabeça.
- Nada disso, sua louca! Ele… tocou-me no cabelo.
- Hã?! – Quase me engasguei. Desta não estava à espera. – Porque fez ele isso?
- Sei lá.
- Qual foi a tua reacção?
- Virei-me para ele, admirada por aquilo.
- Hum.
- Lorelei, eu acho que gosto dele.
- Nem sequer o conheces… Que fizeste de seguida?
- Comecei a falar com ele, mas ele não percebeu nada. Depois começámos a dançar sem dizer nada. Durante muito tempo, mesmo.
- Já estou a visualizar a cena! Corpos quentes a dançarem ao ritmo da música e daquelas luzes ofuscantes… olhos a comerem olhos… ou não só foram só olhos?
Olivia comprimiu os lábios. Estava pensativa.
- Eu acho que não foram só os olhos, realmente.
- AH-AH! – Disse como se a tivesse apanhado.
- Oh, meu Deus! Estou tão envergonhada!
- Envergonhada do quê, páh?! Tens de aproveitar estas férias ao máximo!
- Yah, enquanto tu não.
- Eu dou a volta por cima. Não te preocupes.
- O que vais fazer em relação ao Sergio?
- Vou ignorá-lo, obviamente. O gajo é comprometido.
- Tal como tu.
Sorri.
Liguei o meu portátil e abri o meu e-mail.
Oh, Santinhos do Céu! Tinha sete e-mails do meu irmão Ian.
Nisto, ele abre um chat e mete conversa comigo.


IAN: Onde c****** estás tu?!
LORELEI: Estou bem, obrigada por perguntares. Estou em Espanha com o Matty.
IAN: Porque é que não disseste nada?
LORELEI: Porque tu não irias deixar.
IAN: Claro que não! Tu não sabes tomar conta de ti própria! Só arranjas sarilhos!
LORELEI: =O! Estúpido! Eu não sou uma criança!
IAN: Então, para de te comportar como uma! Volta para casa!
LORELEI: Isso não é uma casa. É uma jaula!
IAN: Eu vou buscar-te!
LORELEI: Não, vens não! Volta para a tua búlgara e deixa-me viver um bocado.
IAN: A Olivia está contigo, não está?! Diz-lhe que o Joseph está furioso!
LORELEI: Vai beber sangue, maninho, para isso te passar! E diz ao Joseph para fazer o mesmo!
Entretanto, procurei no YouTube uma música da Lady Gaga em karaoke.
Começou a tocar e liguei a webcam. Vi o meu irmão do outro lado.
- We don’t cara what people say! We know the truth!
Enough is enough of this horse shit!
I am NOT a freak! I was born with my free guns!
Don’t tell me I’m less than my freedom.
I’m a bitch. I’m a loser baby, maybe I should quit.
I’m a jerk. Wish I had the money, but I can’t find work.
I’m a brat. I’m a selfish punk, I really should be smacked.
My parents tried. Until they got divorced cause I ruined their lives.
I’m a bad kid and I will survive. Oh, I’m a bad kid.
Don’t know wrong from right.

I’m not that typical, baby.
I’m a bad kid like my mom and dad made me.
I’m not that cool and you hate me.
I’m a bad kid, that’s the way that they made me.
Vi-lhe, uma última vez, a face de “what the hell” e desliguei a webcam e o portátil.
- O que raio acabou de acontecer aqui? – Perguntou Olivia.
- Um esclarecimento.
Quero aproveitar ao máximo a minha estadia aqui.
As coisas tinham de mudar!
Eu não sou uma criança, nem sou de ninguém.
Só quero que me deixem respirar, viver o momento e aceitarem-me como eu realmente sou.
Conseguirá alguém um dia aceitar-me em vez de me domar?


 

Lorelei
 

Olivia

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Two Become One (7 - Dente-de-Leão)


Esbugalhei os olhos numa forte tentativa de emergir à tona de água, após um mergulho bastante fundo e sem uma respirar uma última golfada de ar antes de o fazer.
O que se passava comigo?!
De seguida, pestanejei diversas vezes os olhos.
José Calléjon esboçava uma expressão um tanto de inquietação.
- Estás bem, Lorelei? Estás incrivelmente pálida.
Os meus olhos dardejaram à procura de outro ponto, onde se pudessem fixar, à parte daquele par de olhos castanhos marrom.
- Oh, peço desculpa! Deve ser o álcool a subir-me ao cérebro. – Conclui com uma risadinha. Não sei se teria soado naturalmente convincente. Rezava para que tivesse conseguido.
- Estiveste muito bem há pouco. – Bolas! Lá tiveram os meus olhos de se pousarem nos dele, confirmando que aquela fala não tinha sido pura imaginação da minha cabeça.
- Oh, obrigada.
- Chamo-me Sergio Ramos e sou colega do teu primo. – Apresentou-se ele. Estendeu-me a mão. Mirei-a e com um sorriso, deixei a minha tornar-se uma hóspede na sua.
- Prazer! Eu sou a Lorelei Somerhalder.
- Eu sei. Aqui o teu primo já me tinha falado de ti.
- Hum, aposto que só ouviste blasfémias. – E ri-me, piscando o olho ao José.
- Nada disso. – E juntou o seu riso ao meu.
Os meus ouvidos gostaram da harmonia em como aqueles dois sons bonitos se juntavam, fundiam.
- Olhem, eu vou buscar mais bebidas. Já volto. – Anunciou José.
E eu e Sergio ficámos sozinhos a olhar um para o outro.
Nisto, PUF: apareceram as minhas duas amigas habituais e sentaram-se em cada um dos meus ombros; A Lorelei Diabinha e a Lorelei Anjinha.
A Diabinha declarava perto do meu ouvido:
Oh, por todas as coisas sagradas que existem no mundo! Ele é uma bomba latina!
Olha-me só para esta carinha! Ui, nem quero imaginar como é que ele é por debaixo daquelas roupas que lhe assentam tão bem! Mas quero mesmo imaginar como ele é debaixo dos lençóis!
Os meus olhos quase se reviraram para o céu.
Admite, minha cara amiga! Admite que o queres! Queres senti-lo a vibrar dentro de ti!
Mordi o lábio. Notei que Sergio observava o meu lábio inferior carnudo a ser mordido.
Temia que o meu corpo sofresse uma combustão. Ali. Agora. Naquele preciso momento.
De repente, ouço a Diabinha cantarolar “Addicted To Love” dos Florence and The Machine.
Ela tinha razão. Completamente! Eu queria aquele pedaço de homem!
Foi a vez da Anjinha intervir:
Lorelei, pensa antes de agires, por favor! Tu és uma rapariga comprometida agora. Tens o Chris. Ele adora-te. Vocês conhecem-se há quatro anos e namoram desde então. Não ajas por impulsividade, querida! Não magoes o Chris, ele não merece isso.
E a Diabinha intervém, zangada:
O Chris?! Ele nem sequer lhe atendeu as inúmeras chamadas que ela lhe fez.
Tive de concordar com ela. Era verdade! Eu estava furiosa com ele a esse respeito.
Enquanto as minhas amigas interiores discutiam ser final à vista, eu abri a boca:
- Então, também és jogador de futebol, hã?
- É verdade. E tu, o que fazes na vida?
- Eu? Nada. Não trabalho. Apenas canto no bar da minha amiga, mas não considero isso, de todo, um trabalho, apesar de ganhar algum dinheiro com isso.
Ele acenou com a cabeça.
A Diabinha não parava de pedir para que eu lhe perguntasse se tinha namorada.
E como que em resposta, aparece a gaja parva que penso que me chamou estúpida na pista de dança. Agarrou-se a ele e deu-lhe eu beijo na boca que meteu língua à mistura. Fiquei extremamente inconfortável.
- Mi amor! Miraba por todas partes y… - Os seus enormes olhos azuis fixaram-se em mim com desdém. – Otra vez?! – Berrou. – Qué estás haciendo aqui com él?!
Pestanejei para ela. Não percebi nada do que ela tinha acabado de dizer.
- Pilar, esta es el Lorelei. Ella es prima de José.
- QUÉ?!
- Ella no habla español, así que debes hablar com ella en Inglés. – Disse ele.
- De ninguna manera! No quiero hablar com ella! Y no quiero que hables com ella!
Os ânimos estavam a exaltar-se e eu com cara de parva sem apanhar nada.
- EM INGLÊS, PILAR! – Gritou Sergio, usando a minha língua nativa. Parecia zangado com a Pilar… Não sei porquê, mas a minha língua não conseguia enrolar o suficiente para dizer o nome dela da forma como eles diziam.
I feel so helpless…
- Não quero que fales com ela! – Exclamou ela, agora sim a falar Inglês. Outra pronúncia engraçada. Mas eu estava sem vontade nenhuma de rir.
- O que fiz eu de errado?! – Quis saber.
- Tu… ele é meu! É o meu namorado! Por isso, deixa-o em paz!
Sentia dificuldades em respirar.
Levantei-me tão rapidamente que eles se assustaram.
- Desculpem-me! Eu… eu… adeus!
E corri por entre a multidão, procurando o meu irmão.
Dei graças por ter chocado contra o peito forte do meu irmão.
- Quero sair daqui, Matty. – Murmurei e senti-o fechar os seus braços em meu redor.
Não queria incomodar anoite de Olivia e a dos meus primos, por isso eu e Matt saímos do bar e apanhámos um táxi para a casa do meu tio.
Durante o caminho não trocámos uma única palavra.
Chegámos a casa. Arranquei os sapatos altos dos pés e corri escada acima.
Deitei-me em cima da cama.
- Posso entrar? – Indagou o meu irmão. Eu fiz que sim com a cabeça.
- Queres falar?
Eu abanei a cabeça, negativamente.
- Posso deitar-me aqui?
Sorri-lhe e ele juntou-se a mim.
Não sei se se passaram meros minutos ou até uma hora… Bom, passado aquele silêncio, sentei-me na cama e virei as costas ao Matt.
Lambi os lábios e entreabri-os.
- I bit my tongue in the awkward conversation.
I met you once and I’d fallen for your notions.
Do you believe that there’s treasures in the ocean?
I don’t know why, I don’t know why…
Boy, you make wanna feel things I’ve never felt before.
Boy, you make me wanna feel.
Did I say I’m just a girl? Did I say I’m just a girl?
Oh lonely hands grab my suitcase full of nothing.
I don’t know why, I don’t know why…
You took me here and gave me something to believe in.
Did I say I’m just a girl? Did I say I’m just a… girl?

Suspirei profundamente.
Virei-me para Matt e este sorria ternamente.
- Conheceste um rapaz, não foi Lorelei?
- Sim.
- Eu vi o nosso primo a apresentar-vos. Se me permites, ele é muito giro. – E riu-se. Eu apenas consegui levantar uns milímetros os cantos da minha boca.
- E estás assim, provavelmente, porque esse rapaz fez questionar o teu relacionamento com o Chris…
- Exactamente…
- Hum, estou a ver.
- O que devo fazer?
- Carpe diem.
Arqueei a sobrancelha.
- Esse não é um bom conselho.
- Lamento, é o único que tenho para oferecer. Vá lá! Volta a ser a Lorelei que eu conheço: o vulcão de boa disposição e energia!
Revirei os olhos.
- Está bem.
- Prometes?
Parei e pensei um pouco antes de responder sim.
Mais tarde, quando Olivia regressou a casa, estive a contar-lhe o que aconteceu.
Por último, disse-lhe:
- Olivia Morgan, escreve o que eu te digo: aquele rapaz vai ser meu!
- Lorelei! E o Chris?!
- Escreve! Ele. Vai. Ser. Meu.



Pilar Rubio