domingo, 13 de janeiro de 2013

Two Become One (5 - Dente-de-Leão)


DENTE-DE-LEÃO

Dente-de-Leão é o nome mais popular que se dá a plantasdo género botânico Taraxacum. Podemos, inclusivamente chamá-la de Amor-do-Homens, Taráxaco e Amargosa. O seu simbolismo prende-se à esperança, mas também ao optimismo, à luz, ao mundo espiritual e, claro à liberdade.
Existe uma expressão que lhe está associada:“
abre as janelas e deixa a esperança entrar na tua casa trazida pelo vento da tarde”.



20/Junho/2012
Fechei o diário apressadamente, pois ouvi Olivia a murmurar e a espreguiçar-se.
A nossa viagem começou à noite do dia anterior e durou até à madrugada deste novo e esplendoroso dia.
Fingi estar a brincar com o meu cabelo castanho comprido que ondulava pelos meus ombros esguios.
Virei-me para a minha amiga e informei-a de que estávamos prestes a aterrar no aeroporto de Madrid.
Esbocei, sem pensar, um sorriso tosco. Nem acredito que tinha vindo parar a um avião rumo à capital de Espanha! Não me despedi nem de Chris nem de Ian.
Se me despedisse do meu irmão ele jamais permitiria esta viagem. Jamais, mesmo. Quanto ao Chris… deixei-lhe sete mensagens de voz e liguei-lhe umas outras tantas vezes. E ele simplesmente nunca retornou as chamadas.
Não sabia o que se passava; rezava para que estivesse tudo bem com ele.
Pouco depois de Olivia acordar, o avião aterrou. Começámos a sair dele, ordenadamente. E finalmente, a brisa acalorada preencheu os meus pulmões e acarinhou com festinhas ternas a minha pele tão à mostra. Felizmente, eu e Olivia confirmámos o tempo que estaria nesta cidade: calor! Oh, calorzinho dos 27ºC aos 34ºC. Inspirei, saboreando todo aquele clima que se fazia sentir. Inalei liberdade!
- Lorelei! Chegámos! – Exclamou Olivia com os seus olhos azuis a reluzirem como duas pedras preciosas. [ Emeli Sande – Next To Me ] Quando dei por ela, encavalitou-se às minhas costas e eu ri alto. Corri em direcção ao aeroporto. Estava desejosa por ir explorar a cidade, mas antes era necessário reavermos as nossas malas, apanharmos um táxi e ligar ao Matty para saber onde raio estava ele alojado.
Assim o fizemos.
Peguei no telemóvel e vi que não haviam nenhumas mensagens e/ou chamadas do meu namorado. Enfim… Marquei o número do meu irmão mais velho.
Respondeu ao terceiro toque.
- Lorelei?
- Oi, maninho! Diz-me lá onde estás!
- Onde estou?! Estou na casa do nosso tio.
- Hum, muito bem! Envias-me uma mensagem, por favor, com a morada dele?
- Para que queres a morada?! Lorelei, onde estás?
O seu tom de voz passou de feliz para preocupado e calculista.
- Estou em Espanha! – E ri-me ao telemóvel.

Entrámos no táxi. Comecei a falar Inglês, óbvio; a única língua que sabia falar.
O senhor de bigodes negros mirou-nos e fez cara de quem não estava a entender nadinha do que saía da nossa garganta. FUCK!
Bem, o melhor que conseguimos fazer foi apontar para a morada (eu tinha-a apontado num bloco de notas) e fazer sinal para que ele conduzisse até lá.
O homem disse algo como:
- Muy bién. Muy bién.
Virei-me para Olivia e disse-lhe, na brincadeira que ele nos podia estar a insultar que nós nem sequer dávamos por isso.
Meia hora mais tarde, estávamos em frente a uma grande, grande vivenda.
Saímos do táxi com as malas ao nosso lado e com a viagem paga (Yah! Uma grande chatice! Tivemos de antes trocar os nossos dólares por euros).
Fitámo-nos uma à outra de boca aberta. Tirei os meus Club Master em slow motion. Se o exterior já era lindo, a minha mente tentava imaginar o interior…
Olivia bateu à porta e, pouco tempo depois, esta abriu-se.
Deparámo-nos com um homem alto e bastante charmoso. Trajava uma camisa fresca e umas jeans. Quando o nosso olhar se cruzou, esqueci-me de respirar.
Era o meu tio. Sabia-o com toda a certeza. Como? Porque ele tinha os olhos da igualíssima cor dos meus. E eu tinha sido a única dos três filhos a ter os olhos verdes tal como a minha mãe. Senti uma enorme vontade de o abraçar, mas abanei a minha cabeça afugentando essa mesma vontade.
- Olá, eu sou a Olivia! – Cantarolou ela. Esticou a mão ao meu tio e este apertou-a com um sorriso.
- Bem-vinda, Olivia. Eu chamo-me Robert. – Apresentou-se ele. Falou em Inglês sem qualquer dificuldade.
- Robert Somerhalder? – Perguntei com os olhos semicerrados. Ele fitou-me.
- O próprio. E agora um pouco Calléjon. – Acrescentou. – És a Lorelei. – Disse ele, enquanto se aproximava de mim. Pegou-me na mão e sem desviar os seus olhos dos meus, beijou-a. – És tão parecida com a Edna… - Sussurrou. Referia-se à minha mãe. – Bem, entrem! Devem estar exaustas da longa viagem.
- Na verdade, estamos ansiosas por explorar as redondezas. – Rematei.
- Hum, é natural… Deixem-me ajudar-vos com as vossas coisas. – Ofereceu-se ele quase pegando numa das minhas malas.
- Não é necessário, obrigada. Tenho a certeza que o meu irmão irá ajudar-nos. Aliás, sempre foi ele que nos ajudou. – Com este último golpe desferido por um gume afiado, fiz-lhe uma indirecta. Queria que ele tivesse consciência pesada, em relação aos seus sobrinhos. Queria isso, porque ele nunca nos ajudou, nunca nos procurou. Foi o Matt que os procurou há três anos atrás, não o Robert.
E esse facto inflamava o meu coração. Apesar de este se mostrar simpático e hospitaleiro em relação às suas visitas. Estava grata, certamente, no entanto isso não anulava o passado.
Entretanto, avistei Matt. Depois de me dar o seu sermão de irmão, ajudou-nos a levar os nossos pertences para um quarto de hóspedes com duas camas.
O quarto era amplo, tinha muito por onde arrumar e era agradável. O que era mais aprazível era dispormos de uma casa-de-banho só para nós, ligada ao quarto. Eu e Olivia começámos a desfazer as malas e a arrumar tudo em gavetas e roupeiro. Quando acabámos, Olivia informou-me de que era 12h.
O nosso plano era sair e almoçar fora. Depois sim, passearmos à brava na cidade.
Matt indicou-nos um restaurante muito bom perto da casa de Robert.
Aceitámos a sugestão e passada uma hora terminámos uma refeição muito boa que consistia em peixe frito e batatas, igualmente fritas. Dei graças aos céus por o restaurante ter uma ementa também em Inglês.
Apanhámos outro táxi e pedimos em Espanhol para irmos até ao centro de Madrid (é o que dá ter um maninho mais velho que sabe falar Espanhol!).
Saímos e corremos (oh meu Deus! Parecíamos umas crianças na feira popular) remo a uma gelataria com bom aspecto. [ Martin Solveig – Ready 2 Go ].
Tirámos inúmeras fotografias aqui e ali. Passámos por fontes lindas, esplanadas cheias de pessoas, montras tentadoras, pessoas muito simpáticas, casais a namoriscar, estátuas antigas.
- Uhhhhh! – Suspirei ao mesmo tempo que me atirava para um banco largo no meio da rua. Olivia fez o mesmo.
- Estou mesmo cansada. – Comentou ela.
- Também eu! Pudera! Andámos quase quatro horas!
Olivia retirou o leque que tínhamos comprado pelo caminho e começou a abanar-se com ele.
- Bolas! Nem o leque me apavonei-a o calor! Olha, vou ali aquele café buscar uma Cola. Queres que te traga alguma coisa?
- Hum, pode ser um IceTea de manga, por favor.
Ela acena com a cabeça e levanta-se do banco. Também me abano com o leque e afasto o cabelo do pescoço suado.
Passada uma fracção de segundos, ouço uma voz masculina. Chamou-me a atenção, pois estava perto de mim e falava em Inglês.
- Cousin! Cousin! – Continuava ele a chamar.
Virei-me e dei de caras com um rapaz de estatura média, delgado, com uma cara afiada, olhos castanhos convidativos e simpáticos, cabelo negro e espetado no cimo.
- Lorelei? És tu? – Inquiriu ele. Não falava assim muito mal Inglês, mas aquela pronúncia invulgar aos meus ouvidos deu-me uma tremenda vontade de rir. Não o fiz, claro.
Arqueei a sobrancelha e levantei-me.
- Como me conheces? – Falei calmamente a fim de ele me entender melhor.
- O Matt mostrou-nos fotografias tuas. És ainda mais bonita ao vivo!  – Corei, sem saber o que argumentar. - Não sabia que também vinhas passar uma temporada connosco.
- Foi uma decisão feita à presa. – Comentei ao soltar uma gargalhada.
- Desculpa, ainda não me apresentei! Chamo-me José Calléjon. Bem-vinda a Madrid.
- Obrigada. Calléjon? És mesmo meu primo, não és?
- Sim. – E esboçou um grande sorriso. Ele parecia mesmo ser um tipo cinco estrelas. Fiquei com a impressão de que nos iríamos dar muito bem.
De repente, ouço Olivia correr na nossa direcção. Olho para ela a tempo de ver a expressão de horror na sua cara. Ia perguntar-lhe o que se tinha passado, porém ela foi mais rápida do que eu.
- Este calor não me está a fazer nada bem! Eu acabei de ver esse tipo ali dentro! Estou a alucinar, só pode! – Exclamou. Tragou um bom gole da sua bebida e, de seguida, beliscou a pele do braço. Quando voltou a abrir os olhos, verificou que estava tudo como antes.
Eu e José olhámos para ela, sem perceber a sua reacção.
Nisto, chega ao pé de nós uma cópia do meu primo.
Franzo a testa e fito José.
- Juanmi? Esta es nuestra prima, Lorelei y su amiga, Olivia.
Estava esclarecida que José tinha acabado de nos apresentar ao seu gémeo chamado Juanmi.
Uau! Já conheci o meu tio e os meus dois primos que, por acaso, são gémeos.
Quem mais irei conhecer em Madrid?



Lorelei
 

Olivia
 

José & Juanmi
 
 

4 comentários:

  1. Oh jeeeez!!!
    Mas que wow, mas que wow.
    Quer dizer...eu se visse uma pessoa num sitio e voltasse a ver uma pessoa igual segundos depois tambem pensava que era do calor. Ahahah.

    Está fantastico e aguarda-se a continuação deste passeio por Madrid dessas duas malucas! E...claro, necessito que novas pessoas sejam introduzidas na história e que deixem a Loreli ainda mais caliente.

    Besos.
    Ana Patrícia

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  2. É... são os calores de Espanha =P
    Descansa que as novas pessoas vão entrar muito brevemente =D
    Mas, fica sabendo que não é só a Loreli que vai andar com o sangue a fervilhar nas veias! A sua amiga, a Olivi também vai aquecer =P
    Besos <3

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  3. Uh, Espanha é caliente hahaha
    Vai haver mais personagens, então? Great! :D
    Xo*

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  4. Podes crer, Alyra! Espanha é caliente XP
    Vão, sim =D
    Beijinhs +.+

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