sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Give Yourself To Me (6)

 
 
No dia da derradeira sessão fotográfica...
 
 
 
 
 
Para além de fotografar, tive também de pousar e encarar a câmara de filmar para uns videos com o intuito de promover a marca, mas também para a publicidade...
 
 
 
 
E o anúncio final, aquele que passaria na televisão por todo o mundo...
 
 
 
 
[ Dorotea Mele - Lovely on My Hand ]
Estava a adorar pousar e fazer acting para uma máquina fotográfica!
A sensação era mesmo incrível.
Fazia-me sentir sensual e desejada, como também corajosa.
Já há muito tempo que não fazia nada deste género...
Não depois do que aconteceu à minha família.
A partir daquele dia... toda a minha vida mudou.
No entanto, esta sessão fotográfica e a relação que mantinha com Sérgio faziam, realmente sentir-me mais "eu", pelo menos o "eu" que eu costumava ser.
E isso, sabia-me mesmo muito bem!

 

Give Yourself To Me (5)

[ Guillemots – Sea Out ]
Os beijos dele já me sufocavam demasiado; mal respirava por entre as suas impetuosas investidas em mim. As últimas semanas tinham sido de plena loucura. Os nossos sentimentos eram algo de muito transcendente à nossa própria existência. Há uns dias atrás, tinha-me surgido uma pergunta de difícil resposta e fundamentação: o que ama, o corpo ou a alma? Eu gostava de pensar que a alma é que ama; o corpo é apenas um veículo, um intermediário terreno de algo muito mais mágico e superior. Sinceramente, não sabia se Sérgio acharia o mesmo.
O que me remetia para outra questão…
Ele gostava mais da minha personalidade ou do meu corpo? Nunca tive a coragem de lhe perguntar, obviamente… mas algo dentro de mim dizia que ele apreciava mais o corpo, o material e não, o impalpável, o incorpóreo que eu apelidava de alma, onde estava inserido o meu carácter.
- Tenho de ir… ou irei chegar atrasada às aulas…
Sussurrei. Talvez tivesse soado pouco convincente.
- Bem que podias faltar…
- Nem penses…
Comecei a empurrar-lhe o peito másculo. Oh, Jesus! Como os meus dedos gostavam tanto de lhe percorrer os traços sinuosos da barriga, de lhe lamber as tatuagens e de lhe beijar aquele seu peito definido.
A culpa não era minha! Era dele. Devia ser proibido ser-se tão irresistível.
- A sério, Sérgio! Tenho mesmo de ir… a Gisella está à minha espera para irmos juntas. E sabes que não posso faltar, não agora que os meus exames estão prestes a começar. Sabes que te amo, portanto devias compreender.
Ele encarou-me, fazendo o seu olhar mais arrapazado.
- Folgo em ouvir-te finalmente admitir que me amas.
Não posso dizer o mesmo da tua parte, não é?! Sorri-lhe.
Levantei-me e comecei a recolher as peças de roupa que tinha espalhadas pelo chão. Sérgio levantou-se num ápice e tirou-me a roupa das mãos.
Quis indagar o que raio ia ele fazer, mas o seu olhar, aquele olhar, fez-me permanecer caladinha e sem me mover um milímetro que fosse.
[ 3-11 Porter – Surround me with your Love ]
Com as suas mãos peritas, curiosas e exploradoras, percorreu os meus olhos e a curvatura das minhas costas e ancas. Num acto reflexo, revirei os olhos.
E nisto, começou a vestir-me com uma extrema delicadeza, assemelhando-se à pureza e quietude de um bater de asas da borboleta.
Meia-hora depois, já estava na companhia da minha melhor amiga.
O meu telemóvel começou a tocar. Olhei para o visor e deparei-me com um número desconhecido. Mesmo assim, resolvi atender a chamada.
Estou sim?
Resolvi falar em espanhol, porém fiquei surpreendida ao ser respondida por uma voz feminina melodiosa num extremo sotaque britânico.
- Estou a falar com Nathaira MacNeil?
- Está. Quem fala e como sabe o meu nome?
- Chamo-me Cristine Mills e estou a ligar-lhe, porque trabalho para a Calzedonia e estamos muito interessados em fazer uma sessão fotográfica de Verão consigo.
- Não estou a entender… porquê eu? Como me conhecem?
- Querida Nathaira, a menina faz sensação em todas as revistas cor-de-rosa ao lado de Sérgio Ramos. Fontes nossas fidedignas declaram com toda a certeza que mantêm um caso e não tente negar…
A voz do outro lado soava bastante divertida.
- Também sabemos que já fez alguns trabalhos como modelo e, pronto sejamos sinceras, a Nathaira é lindíssima e tem um corpo igualmente bonito. Previno-lhe que o meu patrão detesta ouvir não e como eu nunca desisto… deixamo-la com pouco livre arbítrio quanto a esta decisão.
E riu-se. Já eu não tinha nem metade do humor que ela tinha.
- Eu… eu não sei… não gosto de desiludir ninguém, mas penso que não seja a pessoa indicada para o feito.
- Que disparate! A menina é perfeita. Diga-me, por favor, que aceita.
- Hum… tenho de pensar, mas provavelmente a resposta será não.
- Oh, não me diga tal coisa! Fazemos assim: pense seriamente no assunto e amanhã, por volta desta hora, eu volto a ligar-me e a menina dá-me a resposta. Combinado?
- Muito bem, combinado, mas por favor não fiquem com muitas esperanças…

Não queria acreditar no que acabara de suceder…
Nem por sombras aceitaria pousar para uma sessão fotográfica e começar a ser famosa, de um momento para o outro. Nem em sonhos!
Queria tentar manter a minha vida o mais discreta possível.
Óbvio que sabia o que responder amanhã a Cristine Mills: NÃO!
Bem, ao menos era isto que eu pensara… mas, tal como a minha querida avó dizia: a língua é a coisa mais castigada no mundo. Mais tarde ou mais cedo, iriamos pagar por algo que dissemos.
Esse meu momento, estava assustadoramente perto.
Gisella e eu parámos em frente a um quiosque a caminho da Universidade, a fim da primeira comprar uma revista que queria.
Uns segundos depois, Gisella abana-me o braço.
- Nathy! Olha!
E bang-bang!
Lá estava ele!
Aquele maravilhoso corpo, invejado por Zeus – pai de todos os deuses – estava praticamente todo exposto ali… naquela capa da revista Men’s Health.
Esbugalhei os olhos, perplexa.
Ele. Não. Me. Tinha. Dito. Que. Pousara. Para. Uma. Revista.
Ainda. Por cima. Naquele. Estado.
- Nathaira? Acalma-te! Estás demasiado branca. Vamos ali ao café, é melhor beberes um copo de água.
- Não preciso de água, Gisella! Ele vai pagar!
Se ele podia mostrar o corpo dele assim eu também podia.
Certo?!
- O que vais fazer? Espera-espera! Não te estás a precipitar?
Como que em resposta, aproximou-se um grupo de raparigas, talvez da nossa idade. Viram o homem que me mantinha quentinha na cama e começaram os suspiros, os berrinhos histéricos e os comentários que eu não queria ouvir.
- Definitivamente, não estou a precipitar-me.
Marquei o número que acabara de me ligar.
- Nathaira?
Respondeu ela, surpresa.
- Estou a ligar-lhe porque já decidi. Aceito a vossa proposta!


 
 
Sergio Ramos - Spain Press Conference - UEFA EURO Final 2012
 


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Give Yourself To Me (4)

[ Lana Del Rey – Bel Air ]
- Eu quero acabar.

Disse-lhe o mais convincente possível. Já era a segunda vez que repetia a mesma frase.
- Acabar o quê?
Pois, óptima pergunta! Que raio de relação tínhamos nós?!
- Acabar com este relacionamento ou o que seja.
- Duvido.
- Perdão?
- Sim. Tu não consegues tomar uma decisão quanto a mim. Já não é a primeira vez que vens com essa história e como é que acabam as nossas conversas? Hum… deixa-me pensar… Ah! Já me lembro! As nossas conversas acabam contigo a abrires as pernas e a ser f…
- Nem penses em terminar essa frase!
Exclamei, interrompendo-o com o dedo indicador apontado para ele.
- Eu nunca te faltei ao respeito. Porque é que passas o tempo a desafiar-me desta maneira?
Sergio fez o seu melhor sorriso trocista, provocador e ardente.
- Eu sei como é que eu te faço sentir… Tu és a pessoa mais inconstante, indecisa e insegura que eu já conheci. Comigo, tu consegues sentir-te mais confiante.
- Tu não me conheces! Não sabes nada sobre mim, ouviste?!
Levantei-me da cadeira da sala de jantar da casa dele, irada.
- Estás enganada…
Afasto-me dele e deixo ficar o meu corpo encostado à parede.
Passados alguns segundos, senti a sua presença atrás de mim. E de repente, abraçou-me.
Alertem os media! O Sergio Ramos estava a abraçar-me!
Tinha a sua face enterrada no meu ombro e no meu cabelo. O seu peito e barriga colados às minhas costas e as mãos na minha cintura.
Fechei os olhos e desfrutei do momento, até ele afirmar:
- Eu sei que tens problemas familiares… e, também sei como isso é mau…
Comecei a ouvir o meu batimento cardíaco nos ouvidos.
- Como sabes isso?!
Ele fez um som que transmitia indiferença.
- Tenho bons informadores, é só isso.
- Andas a espiar-me?
- Não propriamente.
Ao ouvir isto, sobressaltei-me. Virei-me para ele, querendo encará-lo a fim de saber se estava a ser sincero ou apenas a brincar.
- Sergio!
- Nathaira.
[ Lana Del Rey – Gods and Monsters ]

Fitámo-nos durante um bocado, até ele me beijar com euforia.
Já estávamos sem fôlego. Entretanto, ele parou de súbito.
- Tu amas-me?
Esbugalhei os olhos.
- O quê?!
- Responde à pergunta.
- Eu… não…
O meu coração batia frenético no meu peito.
- Estás a mentir.
- Não estou… juro!
As suas mãos acariciavam-me as maçãs do rosto.
- Tens medo que eu te deixe por me amares, não é?
Pisquei os olhos, sem saber o que fazer, o que dizer.
- Tu já és minha! Diz aquelas duas palavras e também serei teu.
- Estás louco!
Bufei, exasperada.
Sergio pegou-me ao colo e dirigiu-nos para o seu quarto.
Deixou-me cair na cama e começou a despir-me.
Tentei impedi-lo, a sério que sim, mas era bastante difícil levar a minha avante com ele.
Lançou a sua mão direita numa demanda na mesinha-de-cabeceira. Só depois percebi que procurava o comanda da aparelhagem.
Poucos segundos depois, a atmosfera do quarto tornou-se muito mais erótica ao som de Closer dos Kings Of Leon e o ar entre nós muito mais pesado, quase irrespirável.
Estava, agora, apenas em roupa interior e Sergio olhou para baixo, apreciando a vista que aparentava deliciá-lo.
Começou a beijar-me a barriga e eu a contorcer-me, pois fazia-me cócegas.
Virei a cara para o lado, afastando-me dos seus beijos sequiosos, o que só o fez percorrer o meu pescoço – agora arrepiado – com o seu nariz e língua.
- Diz que me amas.
- Não!
- Não me mintas e, mais importante do que isso, não mintas a ti própria. Podes fingir que não sentes nada por mim, porém no fundo sabes que não é verdade e que mesmo que os escondas, este tipo de sentimentos não se evaporam assim de um nada no ar.

O que raio teria eu de fazer para o calar? Hum…
Mordi-lhe o lábio inferior com força, até lhe sentir o sangue.
Ele olhou-me surpreendido a lamber o seu próprio lábio.
Comecei a desapertar-lhe as calças e a tirá-las.
Subitamente, ele agarra-me ambos os antebraços. Arqueio a sobrancelha e ele nega com a cabeça.
- E que tal ficarmos só deitados?
Inspirei com dificuldade, perplexa com a situação.
Ele… ele já não me queria… já não queria conectar comigo…
Bem, depois do que lhe disse, se calhar já era de esperar, não é?
Senti que os meus olhos estavam desejosos de expulsar as inúmeras lágrimas que lá se acumularam.
- Não é o que estás a pensar, Nathaira. Eu… só quero adormecer abraçado a ti.
Por favor, que seja verdade!
E assim abraçados, pele com pele, ombro másculo com bochecha quente, caímos num sono profundo.


 
 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Give Yourself To Me (3)


Quando o jogo acabou (o Real Madrid ganhou ao Saragoça), deixei-me ficar sentada na cadeira da bancada onde me encontrava. Senti o telemóvel vibrar, alguns minutos depois.

Vem ter comigo ao balneário daqui a vinte minutos. S.

Ir ter com ele ao balneário?! Estava doido?! Eu não podia lá entrar! Ou podia…?
Vinte e um minutos depois, encontrava-me à porta do balneário.
Não sabia de havia de bater à porta ou não, por isso enviei-lhe uma mensagem.

Estou à porta do balneário. N.

Entretanto, abriu a porta. Não sei porquê, mas fiquei corada. O que era uma estupidez, visto que já estava intimamente com aquele pedaço de homem há cerca de três semanas.
[ Britney Spears – And Then We Kiss ]
Os meus olhos deliravam ao comtemplar aqueles peitos e todos aqueles músculos definidos e suados.
- Oh, ainda bem que estás aqui…
Murmurou, pegando-me pelos pulsos ao quebrar a distância entre nós.
- Estava cheio de saudades tuas!
- Estavas… com s-saudades minhas?
Consegui perguntar por entre os nossos beijos.
- Hum-hum! Tu não tinhas saudades minhas?
Os meus lábios separaram-se e os meus olhos pestanejaram perplexos.
Queria mesmo responder àquela pergunta?
Uma parte de mim queria fazê-lo e ser honesta.
A outra parte queria fingir que não tinha ouvido a interrogação, ou queria pensar que era uma pergunta retórica, mas ambas queriam camuflar uma realidade.
Optei por dar ouvidos à segunda parte do meu ser: a cobarde.
A Cobarde queria apenas desfrutar daquele momento, porque sabia que aquela paixão não ia durar muito mais tempo; que mais tarde ou mais cedo iria ser trocado por uma modelo linda, uma jornalista espanhola (enfim!).
Portanto, queria mesmo pensar muito no assunto? Não! Carpe diem!
[ Birdy – Shelter ]
Enquanto, Sergio me despia, me pegava ao colo, dirigindo-nos aos polibãs do balneário, eu filosofava sobre… ele.
Estava claro como água que ele não gostava da teoria, nem tinha jeito para palavras, muito menos para romances onde abundassem flores, corações, cartas de amor e um jantar à luz das velas… Não, ele não era nada do género.
Em vez disso, gostava da prática, do silêncio interrompido por murmúrios e suspiros e de uma boa e escaldante dose de sexo.
Está bem, está bem! Eu compreendo, a sério que sim!
Era a forma em como ele se sentia mais confortável em “comunicar”, ou melhor dizendo, de conectar.
Eu – Nathaira MacNeil, órfã e estudante universitária do curso de Línguas, Literaturas e Culturas – sabia exactamente em como ele era bom em comunicar assim.
Era a forma de ele conectar com a pessoa com quem está, de momento.
E eu gostava tanto, tanto da forma como conectávamos…
Mais tarde, dormimos em casa dele.
[ The XX – Angels ]
Eram oito horas da manhã e eu já estava acordada há algum tempo.
Estava virada para Sergio; observava-o.
De repente, este inspirou profundamente, acordando de um sono igualmente profundo.
Piscou os olhos e fitou-me.
- Bom dia. Dormiste bem?
- Sim, dormi muito bem! Já estavas acordada, tão cedo?
Encolhi os ombros.
- Que posso eu dizer? É o hábito de me levantar bastante mais cedo para ir à Faculdade.
- Ah, pois sim. Esqueci-me que estavas a estudar.
Mordi o lábio. Eu já lhe tinha dito…
- E o que pensas que estavas a fazer?
Fiquei confusa com a questão.
- Hum… estava a… olhar para ti…
- Porquê?
Porquê?! Que pergunta mais parva!
- Porque… não sei!
- Bem, não voltes a fazê-lo. A olhar fixamente para mim desse modo, digo.
- O quê?!
- Foi o que ouviste! Não gosto. Faz-me sentir desconfortável.
- E importas-te de me explicar por que razão?!
- Porque… faz-me sentir algo diferente dentro de mim. Não quero!
Mirei-o com escárnio e até nojo.
- És demais!
Exclamei, enfurecida. Agarrei no lençol e comecei a enrolar-me nele.
- Hey! Onde pensas que vais?
- Vou-me embora! Tenho mais que fazer do que aturar as tuas infantilidades.
Vesti-me e sai porta fora.
Porquê? Para quê continuar nisto?!
Agora já não posso olhar como bem me apetecer?! E já agora… de que forma é que eu o olho?
De repente, ouvi uma vozinha dentro da minha atulhada cabeça:
Olhas para ele de forma apaixonada e isso, desarma-o por completo. Amolece-lhe o coração. Ele não gosta que tu o faças, pois não sabe como lidar com a situação. Provavelmente, nunca sentiu o que tu o fazes sentir…
[ The Pretty Reckless – You ]


 
 

domingo, 4 de novembro de 2012

Give Yourself To Me (2)


Estava finalmente na minha última aula de sexta-feira.
Gisella (a minha melhor amiga italiana e companheira de quarto) estava ao meu lado; prestava tão pouca atenção quanto eu.
Estava com o portátil ligado e navegava na internet. De repente, vi que tinha um novo e-mail.
[ Maroon 5 – One More Night]

De: Sergio Ramos
Assunto: Andas a evitar-me?
Para: Nathaira MacNeil
Enviei-te e-mails e não me respondeste. Liguei-te e não me atendeste.
Andas a evitar-me? Se sim, porquê?
Como está a correr o teu dia? O que tens feito?
P.S. exijo a tua companhia desde a noite de hoje até Domingo.


Bufei. Ele era incrível! Tinha uma lata desgraçada!
Gisella reparou na minha reacção e pousou a sua mão no meu antebraço.
- O que se passa, Nathy?
- É o Sergio!
- O que quer ele?
- A minha… “companhia”.
- Vais dizer que sim?
- Vou dizer-lhe que não!
- Ele vai ficar chateado, Nathaira…
- Não quero saber! Estou farta que ele me veja apenas como uma vagina e pernas longas!
- Tem calma! Tenho a certeza que ele não te quer apenas por isso. És inteligente e bonita e uma óptima amiga.
- Obrigada, Gisella! Não sei o que seria sem ti.
- Oh, de nada!

Suspirei.
- Meu Deus, se soubesses quantas vezes me arrependi por ter estado naquela noite, àquela hora, naquela maldita discoteca e da Catalina conhecer o raio de homem!
- Pois… tem graça, eu nunca entendi como é que eles se conheceram…
- Agora que penso nisso, tens razão: eu também nunca soube como é que eles se conheceram…
- Mas, vais responder-lhe?
- Sim!
E comecei a escrever a resposta. Cliquei no enviar.

De: Nathaira McNeil
Assunto: Porquê eu?!
Para: Sergio Ramos
Sim, ando a evitar-te! Porquê? Porque estou farta disto!
Estou farta de me sentir apenas numa rapariga que fodes ocasionalmente.
Apaga o meu número do teu telemóvel e esquece-me, pois eu farei o mesmo.
Mas, sinceramente porquê eu?! Podes ter as raparigas que quiseres. É só estalares os dedos… porquê eu?!


Desliguei o portátil, enquanto me lembrava do que ele dissera na última vez que estivemos juntos. Antes de me adormecer, completamente esgotada, ele aproximara-se e sussurrara ao meu ouvido para que nunca o deixasse, que precisava muito de mim.
[ Taylor Swift ft. Civil Wars – Safe and Sound ]
Mais tarde, eu e Gisella regressámos a casa.
Sentei-me no sofá com um livro nas mãos. A minha companheira de quarto ausentara-se, devido a umas compras que tinha de fazer.
Subitamente, bateram à porta com violência. Quase dei um pulo.
Bateram outra e outra vez. Eu nem me atrevia a aproximar da porta. Ouvi o meu nome numa voz masculina e espanhola. Não me mexi. O meu telemóvel começou a tocar.
[ David Usher – Black Black Heart ]
Aquela música era personalizada para quando aquela pessoa ligasse.
- Eu sei que estás aí!
Berrava ele, enfurecido. Não tive outro remédio, senão abrir a porta.
- Tu és minha! Minha! Não podes fugir!
Comecei a afastar-me, mas ele agarrou com muita força os meus pulsos.
- Eu não te consigo esquecer, nem sequer parar de pensar em ti! Enfeitiçaste-me!
Dito isto, devorou a minha boca e língua. Mordi o lábio com raiva.
Ele afastou-se, acariciando o seu próprio lábio.
- Está irritada a menina?
Não lhe respondi, continuei apenas a olhá-lo com malícia.
- Eu adoro quando ficas irritada, selvagem!
Ainda com as mãos nos meus pulsos, encostou-me com violência a uma estante de livros na sala de estar. Ouvi alguns deles a caírem perto dos nossos pés.
Desapertou-me o corpete e tirou-mo, assim como às minhas calças.
A minha lingerie pareceu hipnotizá-lo. Acordando-o da sua transe, arranquei-lhe a camisa e percorri-lhe o peito, os abdominais e os braços tatuados com os dedos.
Ele afastou o meu cabelo para trás e depositou-me sucessivamente vários beijos no pescoço.
- Pára! Por favor…
- Tens a certeza que queres que pare?
- Tenho.
- Hum… prefiro ver com os meus próprios olhos.
Tirou-me as cuecas e inseriu dois dedos dentro de mim. Oh…!
- Vês? O teu corpo responde de outra maneira.
Já não era eu quem controlava os meus actos. As minhas pernas fixaram-se à volta da sua cintura e foi o bastante para ele nos conduzir até à minha cama. Removeu-me o soutien e minutos depois, vim… sonora e acalorada.
- Ainda preferes que pare?
- Hum… oh…
Era tudo o que conseguia dizer em forma de gemido.
- Responde!
- Não, não quero que pares!
- Diz o meu nome.
- Sergio.
Virou-me de barriga para baixo.
- Não te mexas.
Obedeci-lhe. Ele tinha saído do quarto, mas voltou pouco depois.
Trazia um lenço preto nas mãos. Vendou-me! Porque é que de repente tudo se tinha tornado tão mais erótico?! Apanhou-me, delicadamente o cabelo e depois puxou-o.
Massajou-me o pescoço e a clavícula. Toda a minha pele se arrepiou.
E, no instante seguinte, penetrou-me por trás. Agarrei-me aos lençóis. E começou aquela dança…
- Não devia deixar-te vir. Foste muito rude esta manhã…
Como eu conseguisse não atingir o clímax!...
- Mas, sou piedoso…
Começou a acelerar o ritmo frenético e enlouquecedor e uivei de prazer.
Explodi à sua volta, enquanto ele também.
Deixou-se cair sobre mim e eu adorei a sensação do seu corpo pesado e suado em cima do meu.
Passado algum tempo, ele rolou para o lado direito da cama, destapou-me os olhos, dizendo:
- Hum… como eu amo esses grandes olhos azuis.
O verbo utilizado por ele atingiu-me como uma rajada de vento frio na cara, cortando-me a respiração.
- Temos de falar…
- Concordo. Porque é que escreveste aquilo?
- Porque… eu não quero isto…
- Então, o que é que queres?!
- Não sei… eu… quero um homem que goste de mim por aquilo que sou. Que goste dos meus defeitos e qualidades, que goste de passar tempo comigo…
- Mas, eu gosto de passar tempo contigo.
- Na cama! É isso que estou a dizer! Eu não quero uma relação que se baseie só em sexo! Quero mais do que isso. Eu quero ser amada, Sergio e tu não consegues fazer isso.
[ Sia – Lullaby ]
- Não digas isso. Eu…
- É verdade! Eu conheço a tua reputação! E eu não quero ser apenas mais uma na tua imensa lista.
- Não és mais uma na lista.
- Não?! Então, prova-me o contrário. Tenta conhecer-me.
Ele levou a mão ao cabelo.
- É que… eu nunca fiz isto, percebes?
- Isto o quê?!
- Estar no tipo de relação que tu queres.
- Oh. Então, não me podes dar aquilo que quero?
- Vou tentar. Estou a tentar.
Ri-me sem graça.
- Amanhã, vou ter um jogo. Vem ver-me.
De repente, a minha cabeça começou a girar.
- Tu. Queres. Que. Eu. Vá. Ver. Um. Jogo. Teu?
- Por que não?
Ergui as sobrancelhas e respirei com dificuldade, completamente apanhada de surpresa.
- Queres ir?
Acenei com a cabeça, sentindo os olhos um pouco húmidos.
- Muito bem. Depois, podemos sair…
Voltei a acenar com a cabeça e ele sorriu.
- Posso dormir aqui um bocadinho… contigo…?
- Claro, claro que sim.
Estava tão feliz! Nem queria acreditar.
Ele devia estar cansado, pois adormeceu logo. Já eu, aconcheguei-me a ele e olhei-o.
- Estou a apaixonar-me por ti, Sergio…


 
 
 


sábado, 3 de novembro de 2012

Um pouco mais de "Give Yourself To Me"


 
O meu nome é Nathaira MacNeil e nasci na Escócia.
Vim para Espanha, com o objectivo de acabar o meu último ano de Licenciatura.
Mas para variar, nada acontece da forma que esperávamos…
Neste novo país, encontrei novos amigos e um amor que consumia todos os centímetros da minha pele e que me possuía a alma.
Esta não é apenas a minha história, mas sim de uma relação repleta de paixão, tristeza, devoção, desespero, desejo e loucura.
É a nossa história.
A história de como eu consegui derreter um coração tão gelado como o dele…

A música da nova fanfic =)


Esta é a música da ainda pequena fanfic Give Yourself To Me.
Espero que gostem ;)

Give Yourself To Me (1)


Estava na casa dele e tentava estudar para uma frequência importante que iria ter na próxima semana. Porém, ele fazia de tudo para me distrair.
Saiu do banho com a cintura enrolada a uma minúscula toalha branca. Ainda tinha a pele molhada, assim como o seu cabelo, o que lhe conferia um ar ainda mais sexy do que o já tão habitual. Nos seus braços completamente tatuados destacavam-se aqueles músculos fortes e definidos que tinham o poder de me deixar definitivamente sem ar.
Pisquei os olhos e tentei abstrair-me da imagem gloriosa de um Deus potente à minha frente. No entanto, os meus olhos, em vez de se fixarem no livro e no caderno de apontamentos que tinha no colo, decidiram seguir o rasto daquelas pernas trabalhadas e daquele rabinho já não mais escondido pela toalha, pois ele tinha-a deixado cair de propósito pelo caminho até à cozinha. Ri-me baixinho e revirei os olhos, mas no momento seguinte, mordi a bochecha e fiz um ar sério. Sem fazer barulho, levantei-me do sofá confortável e luxuoso e dirigi-me à cozinha.
Ele estava junto à bancada de costas voltadas para mim. Tinha um copo na mão.
Decidi entrar no jogo e liguei o rádio.
[ Shakira – Loba ]
Vi como o seu semblante ficara rígido.
Caminhei até à fruteira em cima da mesa e tirei uma laranja. Cortei-a ao meio. Tomei uma metade na minha mão. Espremi-a sob as suas costas tentadoras. A sua garganta rosnou – um som que me inflamava dos pés à cabeça. A minha língua começou a trabalhar, sugando o sumo nas suas costas. Hum…
Tornei a espremer, até vê-lo com as mãos agarradas ferreamente à bancada.
Estava quase, pensei. Faltava pouco para ele ser meu, outra vez.
As minhas mãos subiram e massajaram os seus ombros. Coloquei-me em bicos de pés. Lambi-lhe o lóbulo da orelha esquerda e, se seguida mordi-a. Foi o suficiente.
Virou-se tão de repente e tão cheio de paixão e desejo que mal me apercebi da dor que senti quando as minhas costas bateram contra as coisas em cima da mesa.
Como ele viu que me maguei um pouco, afastou os pratos, fruteira e afins que lá estavam em cima. O som dos vidros a baterem no chão apenas me enlouqueceu ainda mais. Ataquei-lhe a boca, enquanto a dele queria levar a melhor da minha. Era sempre uma luta muito renhida. O meu corpo delgado e definido já não estava tapado pelo robe de cetim. Os lábios dele estavam em todo o lado. Oh céus! Sê misericordioso! Não prolongues a minha dor! Oh, eu já estava tão… pronta! E, entrou em mim.
As minhas ancas e pernas enrolavam-se à volta da sua cintura, permitindo maior profundidade e proximidade. Gemia o seu nome e ele o meu. E lá estava eu a pedir que ele aumentasse o ritmo e a sentir algo a construir-se dentro de mim. Até que, com um berro, explodi em mil pedaços e ele seguiu-me. Caímos ainda unidos no chão da cozinha. Tentávamos recuperar o fôlego. Ele beijou-me o cabelo, o nariz e as pálpebras, antes da sua cabeça repousar na minha barriga.
Mais tarde, fui tomar banho. Quando acabei, desembaciei o vidro da casa de banho.
Apercebi-me que já não me encontrava sozinha; ele estava atrás de mim.
Vergava apenas umas calças de ganga. Do bolso das mesmas, tirou o telemóvel e, segundos depois, começou a tocar uma música que eu adorava.
[ Enigma – Principles of Lust ]
Fechei os olhos e deixei-me envolver pela música erótica.
De seguida, o seu corpo cola-se ao meu. As suas mãos enormes e cheias de fios verdes e azuis que correspondiam às suas veias salientes começaram a fazer a sua experiente magia no meu corpo. Massajava-me a barriga com tamanha ternura e delicadeza que os meus olhos se reviraram. Sentia o sangue a correr-me em brasa e veloz no corpo.
As suas mãos subiram e afastaram o meu cabelo molhado, liso, castanho e comprido que me tapava os seios. Senti-me demasiado exposta e vulnerável, porém eu sabia que ele gostava de mim assim no meu estado mais natural (por assim dizer).
O meu pescoço ficou rígido, quando os seus dedos começaram a sua tortura agonizante nos meus mamilos. Não, não me faças vir outra vez, tento suplicar, mas não encontro a minha voz. E, estilhaço-me, novamente.
Mas, não deve ser o suficiente para ele, pois ele não para a sua tortura. Trinca, chupa, lambe o meu pescoço sem parar. Eu já não pensava. Será que ainda sabia pensar?
No entanto, como uma resposta, algo acordou em mim. Um bicho selvagem louco e enraivecido. Não era justo! Ele não jogava justamente!
Dei-lhe uma chapada forte na cara. Este esbugalhou os olhos, completamente surpreso.
Saí da casa-de-banho nua, a correr pelas escadas acima. Infelizmente, as minhas pernas não conseguiam competir com as dele. Por que razão seria?!
A sua mão direita alcançou o meu tornozelo e eu deixei-me cair, desequilibrada.
No instante seguinte, apanhou as minhas mãos e juntou-as no cimo da minha cabeça.
[ Enrique Iglesias – Tonight ]
A sua mão livre massajou a minha nádega. Oh, não! Não-Não-Não-Não!
Eu sabia o que iria acontecer a seguir! Fechei os olhos, tentando preparar-me.
E ele bateu-me. Soltei um gritinho. Eu odiava-o tanto, quando ele me fazia aquilo!
Não porque me magoava fisicamente, mas sim porque aquele acto apenas despertava uma e outra vez o animal faminto por ele que crescia dentro de mim a cada dia que passava. Quando aquela zona já ardia, ele parou. Pegou-me ao colo, como se fosse uma criancinha desprotegida e levou-nos para o nosso quarto.
Deitou-me na sua enorme cama. As minhas pernas enrolaram-se à sua volta.
[ Delilah – Inside My Love ]
Com uma expressão desafiadora e sem desviar o meu olhar do seu, a minha mão tacteava dentro da gaveta mais próxima. Até que encontrei o que queria. Num acto reflexo, algemei-o. Os seus lábios quase tão carnudos quanto os meus separaram-se e eu sorri-lhe com malícia.
Desapertei-lhe as calças e, momentos e seguir, apoderei-me dele. Era eu quem mandava agora. Queria-o tanto! Mas, nunca conseguíamos tirar o máximo que nos bastasse um do outro. Por fim, o meu clímax juntou-se ao dele e caí sobre o meu homem.
A meio da noite, acordei com um pesadelo.
Afastei o cabelo dos olhos e acendi o candeeiro.
[ Agnes Obel – Riverside ]
Ele já não estava lá…
Nunca dormia comigo. Só me queria para…
Suspirei, mordendo o lábio ao tentar evitar a queda de lágrimas dos meus olhos. Mas, quando encontrei as chaves de um carro junto à almofada do outro lado da cama, não consegui evitar. Atirei-as contra a parede numa mistura de tristeza e fúria.
Era como se me pagasse.
Odiava-o tanto, quanto o amava. A única diferença, é que ele não me amava…
No dia seguinte, saí daquela casa cedo, pois tinha de ir para a Universidade.
 

Nathaira MacNeil
 
 
Sergio Ramos
 
 

N-O-V-I-D-A-D-E-S!

Queridas leitoras,
antes de mais, quero pedir-vos as mais sinceras desculpas por nunca mais ter postado nada.
Passei por um período complicado, onde nunca mais queria escrever fanfic's...
No entanto, tenho lido novos materiais e decidi arriscar-me em escrever coisas diferentes do que antes leram escrito por mim.
Quero por isso informar-vos que ontem à noite sentei-me ao computador e comecei a escrevinhar o que, com sorte, pode tornar-se uma nova fanfic.
Irei postar o pouco que escrevi e queria mesmo que comentassem de maneira a que eu possa saber se estão interessadas em ler mais ou não.
Fico à espera das vossas reacções...
Muitos beijinhos e fiquem atentas às novidades =P
Obrigada