domingo, 30 de dezembro de 2012

Two Become One (2 - ROSA)

Suspirei enrolada nos lençóis.
Permanecia aninhada nos braços de Chris e bem juntinha ao seu corpo escultural.
- Não seria óptimo se tudo na vida fosse assim tão fácil?
Encostei melhor o ouvido contra o peito dele. Adorava ouvir o som do seu coração a bombardear todo aquele ser que me pertencia.
- Tão simples como? – Pretendeu ele saber.
- Como, por exemplo, nós! A urgência de dois seres se terem um ao outro.
Mirei-o e observei aquelas suas mínimas rugas alojadas na sua testa, enquanto pensava na questão que eu acabara de levantar.
- Nem sempre é fácil, Lorelei. Há casos em que o amor é complicado.
- Bem, não devia ser. – Ripostei de uma rajada, sem pensar.
- Tenho de concordar contigo.
- Connosco não foi assim! Foi simples como o mero acto de respirar.
Ele olhou para mim assim como… um cego a cheirar o belo aroma da sua flor preferida. Agora já não a conseguia ver, no entanto, o seu olfato tinha sido aperfeiçoado e conseguia esquecer os espinhos que lhe feriam os dedos, adorando a flor… Os olhos de Chris escorregavam por mim como se conseguisse arrancar algo de melhor em mim, esquecendo os meus defeitos, adorando-me.
Ele era o cego e eu a flor.
Tinha medo que ele realmente estivesse cego e não me visse como o que eu realmente sou: uma rapariga com qualidades físicas e, acima de tudo, que não bate bem da cabeça, traumas aqui, problemas ali…
LORELEI, JÁ CHEGA! Desliga esse botão da negatividade e recompõe-te!
Céus!
Respirei fundo, ajustei melhor o lençol ao meu corpo e comecei a levantar-me.
Chris resmungou em protesto contra a almofada, pedindo para que eu voltasse para junto dele e ficássemos ali num tranquilo estado de nirvana.
Porém, aqui a minha pessoa não ligou àquelas ronhas e afirmei muito decidida:
- Nem pensar, meu menino! Vamos tomar banho e depois vestir-nos. Escoltas-me, de volta a casa a fim de me arranjar. E, no final, quando eu já estiver deslumbrante, vamos jantar fora. A seguir ao jantar, vamos ao Me&You.
Chris sorriu, satisfeito. Levantou-se e ergueu os braços no ar.
- A sereia manda!
Abanei a cabeça e corri até ao polibã.
Fizemos tal e qual como previsto. Entretanto, cheguei a casa.
Ian não estava lá. Já devia ter saído com a Miss Bulgária. Enfim!
Subi as escadas, rumo ao meu quarto e mergulhei no roupeiro cheio de vestidos.
Optei por um vestido verde musgo curto. Tinha um ar romântico que se adequava tanto a uma saída para o restaurante como para a discoteca, posteriormente.
Soltei mais o cabelo, calcei os sapatos e juntei-me a Chris na sala.
Minutos mais tarde já nos encontrávamos à entrada do restaurante.
- Mr. Evans. Miss Somerhalder. – Saudou-nos o empregado que já nos conhecia. – Reservámos uma mesa para vós.
- Obrigado. – Agradeceu Chris, cordialmente.
Fomo-nos sentar. Claro, o meu namorado cavalheiro puxou a cadeirinha para me sentar. Admito que corava sempre que ele fazia aquilo.
Pedimos os pratos e começámos a petiscar as entradas. O ambiente estava calmo e bastante agradável.
Até que…
Avistei a pacóvia agarrada ao meu irmão.
Revirei os olhos. Como é que isto era possível?! Com tantos restaurantes na zona era mesmo necessário virem àquele?! Que sentido de oportunidade, realmente!
FUCK!
Chris apertou-me a mão, fazendo voltar à realidade. Pisquei os olhos.
- Estás bem, Lorelei? Estás pálida.
- A Búlgara chegou.
- A Nina? – Perguntou ele ao virar-se. Eu queria dizer-lhe para se voltar para a frente antes que eles nos vissem. Missão falhada! O Chris acenou ao Ian.
Nunca discutimos nem nada do género, mas havia certos momentos (TAL COMO ESTE) em que crescia uma força sobrenatural dentro de mim com o intuito de esganar o Chris. Inspirei pelo nariz e expirei pela boca, acalmando-me.
Eles aproximaram-se.
- Que coincidência! – Exclamou Ian. Tão inocentíssimo que ele era.
Chris levantou-se e deu um abraço mesmo boyish ao meu mano. De seguida, cumprimentou-A. Ela rolou os seus olhos na minha direcção.
- Olá, Lorelei.
- Viva, Nikolina Constatinova!
Chris tossicou ao tentar disfarçar um riso. Ian arqueou a sobrancelha.
- Sou. Nina. – Atirou ela por entre os dentes quase a ranger.
- Não é o que está no teu bilhete de identificação.
Estive perto de ronronar, mal a ouvi engolir em seco.
- Porque não nos comportamos como gente civilizada e crescidinha? – Sugeriu Ian.
Nina fez um esgar.
- Não sabes que a tua irmã parou de crescer quinze anos?! – Murmurou ela.
Esbugalhei os olhos e ia responder de um jato, mas parei a tempo antes de armar um escândalo no meio do restaurante.
Em vez disso, disse-lhes:
- Não querem jantar connosco?
- Será boa ideia, Lorelei? – Quis Ian saber. Testava-me.
Fiz sinal ao empregado para que adicionasse uma mesa à nossa.
Durante o resto do jantar não houve mais comentários salpicados de pimenta.
Uma conversa seca aqui ou ali…
Chris e Ian foram pagar a conta e eu dirigi-me para a entrada do restaurante.
Senti uma presença indesejável atrás de mim.
Agarrou-me no braço, o que fez com que me virasse para ela.
- O teu irmão é meu! Por mais veneno que lhe metas na cabeça, isso não irá mudar o que ele sente por mim.
Sorri com malícia.
- Deixo a parte do veneno por tua conta. Tenho a certeza que és mais profissional nesse tema do que eu.
Dito isto, dei um safanão para soltar o meu braço.
Quando os rapazes vieram, ela alisou o vestido e riu-se como se tivéssemos trocado piadas engraçadas. Despedi-me do meu irmão e entrei no carro.
Arrancámos.
- Por que é que te dás mal com a Nina? É por ser… búlgara?
- É claro que não! Não tem nada a ver com isso, por amor de Deus! Eu tenho familiares no estrangeiro, portanto… - Arquejei os ombros.
- Então, tens ciúmes dela?
- Também tu?! Não, não é isso. Eu amo muito os meus irmãos e só penso que o Ian podia ter uma rapariga melhor. Melhor do que ela…
- Hum. Mudando de assunto, tens tido notícias do teu outro irmão?
- Penso que foi hoje que acabaram as gravações do White Collar, por isso ele deve regressar a casa amanhã! – Constatei, alegre. Já tinha saudadinhas do meu maninho mais velho.
- Depois temos de sair juntos. Pôr a conversa em dia. – Sorriu Chris.
Eu adorava que ele adorasse ambos os meus irmãos. Era muito importante para mim ter o que restava da nossa família unida.
Quando dei por isso, já nos encontrávamos à porta do Me&You.
Chris foi estacionar mais adiante e eu entrei logo na discoteca.
O ambiente já estava a bombar e os meus pés não resistiram e começaram a movimentar-se com estilo. Atravessei a multidão e dei de caras com Olivia que estava no cimo das escadas que davam lugar ao seu escritório. Ela era relações públicas daquela discoteca tão popular e totalmente IN.
- Olivi!
- Loreli!
A nossa saudação do costume. Abraçámo-nos.
- Uh, gostosa! – Exclamei eu a brincar com ela.
- Temos que nos manter apresentáveis, certo?! – Rimo-nos.
- O Chris?
- Foi estacionar. O Joseph?
- Ele estava por aí. Agora perdi-o de vista.
- Hum! Apetece-me ir cantar!
- O palco está sempre aberto para ti, fofa!
Mordi o lábio, cedendo à tentação.
Saltei para o palco e fui á procura do microfone. Assim que o achei, liguei-o e gritei para o pessoal:
- Boa noite! – AHHH’s e WOWW’s em resposta. – Parecem animados, embora não o suficiente! Talvez Go-Go Dancer de Lana Del Rey vos ajude.
Mais AHHH’s e WOWW’s da plateia.
Uff, que criatividade!
Dei um pulinho ao bar e pedi uma água para clarear a voz.



- I drop it like it's hot,
On the pole, on the pole.
Shining in the club,
Neon gold, neon gold.
They call me firecracker,
And alcohol's a factor.
I drop it like it's hot,
Baby, bolt, baby, bolt.
A little bit of fun,
For your soul, for your soul.
They call me firecracker,
'Cause ain't nobody faster.

O pessoal estava a aderir bem. Quando cheguei ao refrão, foi loucura!

I'm your go-go dancer,
Midnight answer,
Jukebox sweetheart,
Queen of the night.
Vegas, baby,
If you pay me,
Anything you like,
Go, g-go, g-go,
Dancing tonight.

Todos dançavam! Avistei Chris ao lado de Joseph e de Olivia.
Olhei directamente para o meu boy e dancei sensualmente.
Para ele. Só para ele.

Pushin' up my, uh,
In your face, in your face.
Keep your fingertips,
On my waist, on my waist.

I'm your go-go dancer,
Credit card romance.

Quando terminei a música, todos me aplaudiram e eu agradeci muito feliz.
A noite perdurou em óptimas companhias, danças e bebidas.
Tínhamos de aproveitar a vida.
Não somos jovens para sempre, por isso, há que aproveitar a vida ao máximo, viver como se amanhã fosse o nosso último dia.
Carpe diem!


[ http://www.youtube.com/watch?v=t1TcDHrkQYg ]


Lorelei
 
Chris
 

Ian & Nina
 

Olivia
 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Two Become One (1ºCap - ROSA)


ROSA

Famosa pela sua beleza, forma e perfume, a rosa é a flor simbólica mais utilizada mais utilizada no Ocidente. A rosa, pela sua relação com o sangue derramado, parece muitas vezes o símbolo de um renascimento místico.
A rosa tornou-se um símbolo de amor e mais ainda do dom do amor, do amor puro. Branca ou vermelha, a rosa é uma das flores preferidas dos alquimistas, cujos tratados se intitulam muitas vezes roseiras dos filósofos. 
A rosa branca foi ligada à pedra em branco, objectivo da pequena obra, enquanto a rosa vermelha foi associada à pedra em rubro, objectivo da grande obra. A maior parte destas rosas tem sete pétalas, e cada uma dessas pétalas evoca um metal ou uma operação da obra. Uma rosa azul seria o símbolo do impossível.

17/Junho/2012

 

Cheirei uma última vez o odor da tinta azul da caneta e fechei o diário.
Levantei-me e passei os altos portões do cemitério. Caminhei rumo a casa.
Estava prestes a atravessar a estrada, dirigindo-me ao meu apartamento, quando, vindos de um nada, um grupo de homens com microfones atravessaram o meu caminho.
- LORELEI SOMERHALDER! – Chamavam eles, berrando na minha direcção.
Revirei os olhos. Não podia fugir deles, infelizmente; não tinha escapatória possível.
- O que diz sobre a relação do seu irmão e Nina Dobrev?
Virei-me para tentar identificar quem é que tinha feito a pergunta e respondi-lhe:
- Estou bastante contente! Apenas desejo que sejam muito felizes! – Exclamei, desviando-me de todas aquelas pessoas que me sufocavam. Dei mais uns quantos encontrões e finalmente, consegui entrar no prédio.
Comecei a subir as escadas. O apartamento tinha elevador, mas como aquela pergunta (agora tão comum) me tem sempre deixado passada da cabeça, decidi que gastar um pouco de energia e raiva escada acima, me iria fazer muitíssimo bem. E lá fui eu.
- Detesto!!! – Berrei eu, para mim e para as paredes brancas que me ladeavam. – Não gosto nada daquela gaja! – Referia-me à Nina, a nova namorada e colega de trabalho do meu irmão.
Eu adorava o meu irmão (aliás ambos – tenho dois irmãos), mas não sei explicar… havia algo de errado neste namoro. Não soava bem.
Eu e a Olivia já tínhamos discutido isto vezes sem conta… Estás apenas com ciúmes, Lorelei. O que é normal! Eu também sentiria ciúmes se acontecesse o mesmo comigo e com o meu irmão – dizia ela.
Não sei se eram ou não ciúmes. É que… ela irritava-me mesmo.
E ainda por cima, ele estava sempre com ela, desde que começaram o brilhante namoro. Era irrespirável estar ao pé deles. Hum… será que acontecia o mesmo quando eu estava com o Chris? Matutei bem, até abrir a porta de casa.
Nãaaaaaaaa, concluí.
Entrei em casa e dei de caras com o meu irmão na cozinha.
- Bom dia, Lorelei! Onde estiveste?
- Bom dia! – Disse ao meu irmão, enquanto me aproximava dele, beijando-o na boca. Hum, Okay… talvez seja um pouco estranho beijar o meu próprio irmão na boca. Em minha defesa, acho completamente normal, sempre nos cumprimentámos assim.
- Perguntei-te onde estiveste…
Encolhi os ombros.
- Estive no mesmo sítio do costume.
Ian olhou-me com compreensão.
- Ah, está bem.
- Bem, nem imaginas! Apanhei, outra vez, montes de paparazzis aqui à porta de casa. Parece que tu e a Nina são a super-mega novidade de Hollywood por estes dias.
- Incrível! Odeio paparazzis!
- Concordo.
Sentei-me à mesa e comecei a partir bocadinhos das torradas que ele tinha feito.
- Então, planos para hoje à noite! – Quis eu saber, animada.
- Estou a pensar em ir jantar fora com a Nina.
- Para variar um pouco. – Lancei-lhe o meu sarcasmo. Por sua vez, ele lança-me o poder sedutor dos seus olhos. Como se aquilo pegasse; eu não ia parar de fazer aquele tipo de comentários em relação à Nina. Leiam os meus lábios: NUNCA!
- Eu não te entendo, Lorelei! Eu sempre apoiei o teu namoro com o Chris. Porque é que não podes fazer o mesmo com a Nina?!
- Claro que não me entendes! Ela está a pôr-te… cego! Eu e o Chris somos iguaizinhos, por isso é normal que nos demos bem – Muito bem, aliás. – Coisa que não acontece contigo e com a Nina. Vocês são dois polos apostos.
- Não percebo por que razão dizes isso.
- Tu percebes muito pouco, Ian. Não leves muito a peito, está bem? É apenas a verdade. Vocês, homens não vêm factos óbvios à vossa frente.
- Uau! O Chris deve ter uma paciência do tamanho do Mundo, só para te aturar!
- AH AH AH, que piadinha que tu tens! – Brinquei com ele.
Ian mostrou-me a língua.
- E quanto a ti, minha menina? Quais são os teus planos para hoje?
- Hum… - Expressei um rosto pensativo e indeciso. Como se eu não soubesse já o que iria fazer… - Vou ao Me&You.
- Com o Chris?
- Não sei. Talvez ele apareça por lá.
- E o Joseph?
- Deve lá estar, seguramente. A controlar a Olivia.
Ian revirou os olhos.
- Não se pode dizer “controlar”. Se trabalhasses numa discoteca eu também iria zelar pela tua protecção.
- Mas a Olivia não precisa de protecção! Precisa de um machão!
Ambos nos rimos.

 
Da parte de tarde, estava aborrecidíssima!
Não sabia mesmo o que fazer! Quando… agarrei nas minhas vistosas perninhas e saí porta fora. Minutos depois, bati à porta.
Chris Evans abriu-a. Só com o seu simples olhar incendiou-me toda, da cabeça aos pés, do corpo à alma.
- Lorelei! – Chamou-me, claramente animado. – O que estás aqui a…
E interrompi-o com um profundo beijo. Assim que ele recuperou do meu ataque, comecei a entrar na sua vivenda.
- Estava aborrecida, sem nada para fazer. Por isso, decidi visitar um dos meus gajos preferidos à face da terra e ver se a piscina dele estava desocupada.
Ele foi-se aproximando de mim, como se estivesse prestes a caçar uma presa fácil.
- Estás linda! Como sempre.
Sorri e olhei na sua direcção. Pestanejei diversas vezes, deixando-o a derreter.
- Tu também não estás nada mal! Como sempre. No entanto… - As minhas mãos alcançaram a sua T-shirt e moldaram-se ao seu peito (diariamente) trabalhado. De seguida, num acto-reflexo, despi-lha. – Ah! Assim está melhor.
Corri em direcção à sua piscina enorme.
Humedeci os lábios e olhei para baixo. Comecei a despir-me e, quando já me encontrava totalmente nua e gloriosa, mergulhei graciosamente. Nadei de um lado para o outro com rapidez e sem descansar, até que…
- Can’t swim so I took a boat,
To an island so remote
Only Johnny Depp has ever been to it before
Stayed there till the air was clear
I was bored and out of tears,
Then I saw you washed up on the shore
I offered you my coat, thank goddess love can float
Crazy how that shipwreck met my ship was comin’ in
We talked till the sun went down
Love on the Puget Sound
My treasure map was on your skin
O meu namorado estava a cantar uma música dos Train chamada Mermaid.
Estava sentado à berma da piscina de guitarra nos braços e a olhar fixamente para mim. Aproximei-me dele e ergui o tronco, cruzando os braços sob o pavimento. Afastei o cabelo comprido para trás e comecei a rir-me.
- Beauty in the water, angel on the beach
Ocean’s daughter, I thought love was out of reach
'til I got her, had I known it could come true
I would have wished in ’92, for a mermaid just like you
Whoa, just like you, whoa

A escolha daquele tema não foi ao acaso.
Chris sabia muito bem o que meu nome queria, exactamente dizer; Lorelei era uma sereia, uma ondina que, segundo a mitologia, empoleirava-se em cima dos rochedos das margens do Reno, atraía os marinheiros contra os recifes, seduzindo-os com o seu canto. Simboliza o encantamento pernicioso dos sentidos que, suplantando a razão, leva o homem à perdição.
Se tivesse vergonha na cara, podia dizer que, em minha defesa, não sou nada assim. Oh, mas para quê mentir?! Sou assim! Gosto de seduzir, sou sedutora, sou bonita, trabalho muitas horas no ginásio para ter o corpo que tenho, trato de mim, ponto final parágrafo! Bem, tenho todos os mil cuidados comigo, porque também não tenho nada para fazer. Não trabalho, propriamente. Sim, porque não considero trabalhar, fazer umas horitas a cantar no Me&You, onde a minha Olivia trabalha. Nem isso faria, se não fosse ela.
Sou assim, um pouco louca e extravagante, mas penso que as pessoas gostam de mim por ser realmente como sou, sem rodeios ou omissões, ou até fingimentos.
Não gosto de esconder a minha verdadeira natureza… perdi a virgindade aos catorze anos com um amigo meu (perdi o contacto com ele, porque ele se mudou para Nova Iorque) e, a partir daí tornei-me sexualmente muito activa. Sem compromissos, nem nada do género, até conhecer o Chris… Foi-me apresentado pelo meu irmão Ian, quando eu tinha dezassete anos. Há já quatro anos que estamos juntos e nunca mais dormi com outra pessoa, além dele.
No início, foi complicado, pois ele é obcecado com fidelidade (basta vermos a simbologia da maioria das suas tatuagens) e era muito desconfiado em relação a mim, sabendo do meu passado. Mas juro que não sou tão galdéria como ele pensava que eu era (nem como vocês estão provavelmente a pensar). Eu apenas me apaixono com facilidade…


 



Olá, leitoras!
Faltam apenas 10 visitas ao blog para chegarmos aos 10.000 visitantes!
E isto, quer dizer que falta pouquíssimo para publicar o primeiro capítulo da nova fanfic!
Estou muito entusiasmada e espero que Lorelei e a sua história vos conquite =)
Estejam atentas!
Beijinhs e boas festas =D

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Desejo-vos...


UM FELIZ NATAL =D
Com docinhos, prenditas e muita saúde - a melhor benção que podemos pedir!
BOAS FESTAS!
Beijinhs

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Give Yourself To Me (9º)


Estávamos ambos no quarto dos roupeiros…
Eu via, tirava e voltava a pôr calças, corpetes, saias e vestidos nos cabides.
Estava desanimada, porque não encontrava a roupa perfeita que gritasse: Hey! Sou a namorada do seu filho. Sou uma rapariga muito delicada, nada arrojada nem oferecida… porque é que os meus corpetes diziam precisamente o contrário?! Apetecia-me berrar mesmo muito alto.
Atirei-me para o chão, escondendo a cara.
- Nathaira? O que se passa?!
Perguntava Sérgio. As suas mãos lutavam contra as minhas para destapar o meu rosto pálido.
- Eu tenho medo que a tua família não goste de mim!
A boca de Sérgio abriu-se num O impecável.
- Mas que disparate! Pára de pensar assim, ouviste? Eles vão cair aos teus pés… tal como aconteceu comigo.
E esboçou aquele sorriso que lhe fazia umas adoráveis rugas no canto dos olhos, que por sua vez me bombardeava o coração com mais e mais sangue viçoso.
- Se pensas que tens piada, estás enganado!
Batendo-lhe no ombro ao de leve.
Os seus olhos reviraram-se. Virou-me as costas e entrou no meu roupeiro.
Viu imensos vestidos que lá se encontravam. Agarrou num cabide. Tornou a voltar-se para mim e avistei o vestido que balançava nas suas mãos enormes, às quais o meu corpo ansiava pelo seu toque.
Arrefece essa cabeça, por favor Nathaira! Vais conhecer a Sra. E o Sr. Ramos!
Engoli em seco.
- Quero que vistas este vestido.
Mordi o lábio, indecisa. Contudo, acabei por pegar na peça e vesti-la.
Mais tarde, quando Sérgio estava a estacionar o carro à entrada da vivenda dos pais, eu perguntei-lhe:
- Quem mais irei conhecer?
- Hum… para além dos meus pais, a minha prima, o seu namorado e a minha sobrinha.

Esbugalhei os olhos.
Ele estendeu-me a mão e apertou a minha, ao mesmo tempo que murmurava ao meu ouvido para não me preocupar. Falar era fácil…
Tocou à campainha.
Sentia as minhas pernas a fraquejar. Talvez a minha actual flacidez fosse mesmo notória, pois Sérgio apertou-me bem a cintura com o seu braço.
- Não me deixes cair.
Disse, aparvalhadamente.
- Nunca.
E nisto, a porta abriu-se.



- Nathaira? Entrem, entrem, meus queridos!
Exclamou uma senhora baixinha e rechonchuda com um sorriso muito simpático.
Quando os meus enormes sapato-agulha pretos fizeram soar no chão da entrada, senti uns quantos pares de olhos pousados em mim. Podia dar-me para pior, mas corei. A senhora que nos abriu a porta colocou as suas mãos nos meus ombros e fitou-me de olhos brilhantes. Os seus eram mais escuros do que os olhos de Sérgio, não obstante, trespassavam-me com um calor familiar. Num piscar de olhos, abraçou-me!
- Estou tão feliz por finalmente conhecer-te!
Afagava-me as costas. Expirei sonoramente. Aquilo era carinho de mãe. E eu tinha tantas saudades de o receber. Abracei-a também com força, sem pensar.
Depois de alguns momentos, separámo-nos uma da outra. Uma das suas mãos alcançou o meu queixo, elevando o meu pescoço.
- És linda! És a rapariga mais bonita que eu já vi.
- Obrigada, Sra. Ramos.
Agradeci um pouco acanhada.
- Paqui, por favor.
Acenei e sorri.
- Vais dar-me netos igualmente lindos, não vais?
Ri-me, sem saber o que poderia responder.
- Mami!
Exclamou o Sérgio.
- Oh, dá-me um abracinho tu também!
Oh meu Deus, que lindos!
A Sra. Ramos… quer dizer, a Paqui fez-nos entrar na sala.
Conheci o Sr. Ramos e a pequena sobrinha do Sérgio (um bombom).
De seguida, uma rapariga que devia ser da minha idade, levantou-se do sofá e veio cumprimentar-me. Tinha o mesmo tom de cabelo que o Sérgio, um bonito tom castanho caramelo. Notavam-se umas outras quantas semelhanças para além desta.
- Olá, Nathaira! Sê muito bem-vinda a esta família! Eu sou a Ana, prima do teu namorado.
- É um prazer conhecer-te, Ana!
- Igualmente. Penso que nos daremos bem.
Sorrindo-me.
- Assim o espero!
- Este é o Ezequiel, o meu hombre.
- Olá, Nathaira.
Cumprimentou-me ele.
Todos diziam o meu nome com extrema facilidade. O que era estranho! Quando entrei para a Faculdade de Madrid era complicadíssimo chamarem-me.
Era óbvio que o meu nome era muito falado nesta casa. E eu não me podia sentir mais feliz por reconhecer esse facto.
Feitas todas as apresentações, serviu-se o jantar.
Estava muito bom, apesar de não fazer ideia o que raio estava eu a mastigar.
- Falas muito bem Espanhol, Nathaira. Surpreendente para uma escocesa.
- Não sejamos racistas, está bem padrinho?
Sublinhou Ana na brincadeira.
- De modo algum. Estava unicamente a comentar.
- Eu compreendi, Sr. Ramos. Pois, são algumas das vantagens em se estudar várias línguas na Universidade.
Gracejei, à vontade com eles.
- Gostava de te ouvir falar a tua língua materna…
- Avozito? Nunca ouviu ninguém falar Inglês?!
Indagou a pequena sobrinha de Sérgio.
- Não me estava a referir ao Inglês, pequenita. Queria dizer, o Escocês antigo…
Não estava nada à espera daquele pedido.
- Hum… claro… já não falo há muito tempo, posso estar enferrujada.
- Oh, minha querida, nós não achamos diferença.
Riu-se Paqui.
- Sendo assim…
Virei-me para Sérgio:
[ Carter Burwell – Bella’s Lullabye ]

-         Tha gràdh agam dhut.

-         Tha gaol agam ort.

Ele respondeu que também  me amava em gaélico escocês.
- O que disseram vocês os dois?
Quis Paqui saber.
- Não será óbvio, madrinha?
Disse Ana ao esboçar um largo sorriso.
- Sabes, Nathaira… és a primeira namorada que o meu filho apresentou à família. Adivnhas porquê?
Abanei a cabeça a Paqui.
- Porque ele sabia que todas as outras raparigas com quem ele esteve não eram as tais! E eu estou muito contente por ele ter finalmente encontrado a tal e seres tu! Devemos-te muito. Não imaginas como ele era em comparação ao que agora se tornou.
Hum… olhe que talvez saiba…
Sorri-lhe.
Virei a cabeça para o lado e mirei o rapaz que se encontrava a meu lado.
Por momentos, consegui imaginar um Sérgio Ramos reformado e de cabelos grisalhos. E eu, igualmente envelhecida a seu lado. Bebericando chá no jardim da nossa casa e prestes a recebermos as visitas dos nossos filhos e netos.
Era ele, sem dúvida, o homem com quem queria estar e amar até ao fim dos meus dias… Era ele, sem sombra de dúvidas…


 


Como celebrar 10.000 visitas ao blog?


Olá, queridas leitoras =)
Ora venho dizer-vos que a Give Yourself To Me está prestes a acabar...
PORÉM, trago-vos novidades fresquinhas!
Assim que este blog alcançar 10.000 visitas... postarei o primeiro capítulo de uma nova fanfic =D
Por agora, posso dizer-vos que se chamará Two Became One e aqui em baixo, deixo-vos a minha pequenina prendinha antecipada de Natal...
Beijinhs a todas e estejam atentas a novidades.
Obrigada =P


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Give Yourself To Me (8 - Parte 3)


Depois de contar toda a história ao Sérgio…
- Claro que a polícia acabou por descobrir, por causa das suspeitas dos vizinhos. E a minha mãe, Jocelin, rendeu-se. Disse à polícia que foi ela quem o matou. Está presa desde os meus treze anos, portanto já há aproximadamente sete anos.
- E ela está numa prisão da Escócia.
- Sim.
- E não a queres ver?
- Claro que quero. É ela que não gosta que lá vamos. Diz que é mais seguro assim…
- Mas, estás infeliz.
- Eu… é como se não tivesse família. Nem família nem um lar.
[ Avril Lavigne – Black Star ]
- Sabes que estou aqui, não sabes?
Sorri-lhe e dei-lhe a mão.
- Sei. Tu despertaste-me de um sono eterno do qual não conseguia acordar, do qual pensava ser impossível acordar. E tu acordaste-me.
Agarrou o meu rosto com as duas mãos e beijou-me, fervilhante.
Estávamos, de novo, sentados no chão da sala. Porém, com aquela troca de beijos, esqueci tudo o resto. O meu corpo fez pressão contra o seu, empurrando-o para se deitar e eu por cima dele, fazendo-o render-se a mim.
- Para mim, tu já és parte da minha vida, da minha família.
Conseguiu ele dizer, por entre os nossos beijos sequiosos.
[ Avril Lavigne – I Love You ]
- E é por isso que amanhã vamos jantar à casa dos meus pais.
Petrifiquei.
- Desculpa?
- Sim. Quero apresentar-te aos meus pais e à minha prima.
O meu queixo descaiu.






Give Yourself To Me (8-Parte 2)


- Isobel?! Eu… nem acredito! Onde estás?
Do outro lado, senti-a sorrir.
- É melhor não saberes…
- Tenho saudades tuas!
- Eu também, minha querida. Eu também…
Olhei para a minha direita. Sérgio estava sentado, atento à conversa. Não sei se estava a entender o que eu estava a dizer, pois falava Inglês com o meu sotaque escocês.
Sem saber bem o que fazer, levantei-me da cama e cobri-me com o robe que tinha à mão. Desci as escadas e dirigi-me à sala.
- Estás acompanhada.
Não era uma pergunta, mas mesmo assim, decidi responder.
- Sim.
- Eu já sei de tudo. Agora até vejo cartazes teus pelas ruas…
- Pois… quanto a isso…
- Não deve haver motivo de preocupação, fica tranquila. Gosto de te ver feliz. Esse futebolista… faz-te feliz, não é?
- Sim.
- Contaste-lhe sobre o nosso…
- Não!
Exclamei, quase a deixar escapar um grito elevado.
- Podias contar-lhe… tenho a certeza que se ele te ama, vai compreender.
- Eu… tenho medo da reacção dele. Tenho medo que ele me deixe, por causa deste segredo.
- Nathaira. Consegues estar numa relação com esse peso na consciência?
- É complicado.
- Eu sei.
Por momentos, não falámos.
- Pintaste o cabelo.
Pisquei os olhos. Não esperava aquela afirmação.
Abanei a cabeça.
- Sim. Foi a mãe que me aconselhou a fazê-lo.
- Fizeste bem! Eu também o pintei. Mesmo ao já não sermos ruivas,
continuamos a ter a mesma cor de cabelo: castanho.
Ambas nos rimos.
[ Paramore – Misguided Ghosts ]
- E… como está a mãe?
Isobel respirou fundo.
- Fui à Escócia visitá-la no mês passado. Ela está… bem, digamos.
- Isso quer dizer que já não estás na Escócia.
- Não, não estou lá.
Foi a minha vez de respirar fundo.
- Está bem.
- Nathaira… tenho de ir.
- O quê?! Mal falámos! Por favor, Isobel, diz-me onde estás! Quero ver-te!
- É melhor assim, Nathy. Tenho mesmo de ir.
- ESPERA!
- Amo-te muito.
- Isobel!
[ Evanescence – My Immortal ]

E desligou. Tentei ligar uma e outra vez. Obviamente que não atendeu.
Lancei o telemóvel à parede e partiu-se em vários fragmentos.
Senti uma dor forte no peito. Encostei-me à parede e deixei-me escorregar até ao chão, com o cabelo emaranhado à volta do rosto e lágrimas nos olhos.
Nem sequer senti Sérgio a meu lado, pouco tempo depois.
Envolveu-me com o seu braço forte e eu aninhei-me a ele.
Quando as minhas lágrimas pareceram cessar, limpei os olhos – que deviam estar já muito vermelhos, assim como o meu nariz.
Sérgio afastou-me mais o cabelo para trás e ergueu-me o queixo a fim de o encarar.
[ Limp Bizkit – Behind Blue Eyes ]
- O que se passa, Nathaira? Quem te telefonou?
Funguei e mordi o lábio, meio trémulo.
- Era a minha irmã. Isobel.
- Já não falavas com ela à muito tempo?
Desviei o olhar do seu.
- Hum… já não a vejo há seis/sete anos.
- O quê?! Porquê?!
- Sérgio… eu tenho-te omitido algo muito importante sobre mim, sobre a minha vida…
Ele nada disse, apenas continuou a olhar para mim, incentivando-me a prosseguir.
- E queres alterar isso?
- Quero e… não quero. Por um lado, quero contar-te isto o mais rápido possível. Por outro… tenho medo.
- Medo? Medo do quê?
[ Majandra Delfino – In The Air ]
- Medo que te afastes de mim para sempre.
- Isso jamais podia acontecer. Eu… eu entreguei-me a ti.
O meu coração disparou ao ouvir isto. Passei a língua pelos lábios, humedecendo-os. Fitei-o durante algum tempo.
- Diz-me.
Pestanejei.
- Eu e a Isobel. Matámos um homem.
Pronto! Já disse!
A princípio, Sérgio não teve qualquer reacção. De seguida, perguntou-me de eu estava ou não estava a falar a sério. Esbugalhou os olhos e ergueu as sobrancelhas, com o corpo tenso.
- Porquê?!
- Porque esse homem abusava sexualmente da minha irmã.
Sérgio não podia estar mais chocado.
Levantou-se e começou a andar de um lado para o outro com as mãos na cabeça.
- Esse… esse monstro nojento também te…
Nem sequer o deixei terminar a frase:
- Não! Nunca!
Ele fechou os olhos e afagava a cana do nariz.
- Quem era esse homem? Vosso vizinho? Amigo da família?
- Não. Não era nada disso.
Colocou as suas mãos na cintura.
- Então, quem era esse filho da puta?
- Ele… ele era o nosso pai.



 



sábado, 8 de dezembro de 2012

Give Yourself To Me (8 - Parte1)


Estávamos abraçados de corpos suados, quando o meu telemóvel toca.
Era 01h40, logo achei muito estranho aquele telefonema.
Sérgio quase implorava para que eu não atendesse, mas algo dentro de mim berrava a plenos pulmões para que eu fizesse exactamente o contrário.
Algo mais forte do que a luxúria do momento que estávamos a passar.
Algo, claramente superior a tudo o resto: o amor que percorria o sangue, um sangue partilhado…
- Estou?! Quem fala?
Do outro lado da linha, respondeu aquela voz.
- Nathaira.
Instantaneamente caiu-me uma lágrima grossa e apressada da vista.
- Isobel…
Oh, aquela pronúncia. A mesma que a minha…
- Olá, maninha.
Inspirei pela boca com dificuldade.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Give Yourself To Me (7)


Estava a reler um livro que me seria necessário saber na ponta da língua para uma frequência. Estava um belo dia de Sol lá fora e apetecia-me ir dar um passeio. Talvez quando Sérgio voltasse dos treinos pudéssemos ir apanhar ar fresco e aquele Sol tão apetecível.
Ao pensar nele, o meu camisola número quatro entra em casa.
[ Silver Swans – Anyone’s Ghost ]
Fechou a porta com violência e eu quase saltei do sofá.
O que se passou?! Queria-lhe perguntar, mas as palavras ficaram enterradas no fundo da minha garganta.
Devia ter sido nos treinos… talvez uma desavença com o treinador ou algo do género.
Sérgio ainda estava de costas para mim; inspirava e expirava calmamente, com uma calma desconcertante, sublinho. Subitamente, virou-se e atirou o que me pareceu ser uma revista para a outra ponta do sofá, onde me encontrava.
Os seus olhos fulminavam-me e eu mal tive coragem de desviar os meus dos dele.
Mesmo assim, fi-lo e analisei o conteúdo.
Tratava-se de uma revista cor-de-rosa e, no seu centro encontrava-se uma rapariga bastante jovem e sensual, trajando um biquíni. Aquela pose, aquela roupa e aqueles olhos eram-me familiares. Claro! Era eu…
Fui a primeira a estilhaçar o gelo que se mantinha entre nós em silêncio.
- Sérgio… eu posso explicar.
- Porquê?! Porque razão não me contaste?! Já viste a humilhação que passei hoje, quando os meus amigos e colegas me disseram que a minha namorada era linda, sem sequer eu te apresentar?!
Pestanejei diversas vezes, sem saber o que lhe responder.
- Porque é que não me disseste que fizeste aquela sessão fotográfica?
- Porque… porque tu também não me disseste que fizeste uma para a Men’s Health!
Pronto! Já disse! Admiti.
- Ah! Então, isto foi uma espécie de vingança…?
Mordi o lábio e não o encarei; corei.
- Desculpa não te ter dito nada…
Penso que o meu coração deixou de saber por meros segundos.
Ele acabou de me pedir desculpa…!
Recompus-me e, de seguida, virei-me para ele.
- Desculpa, também. Foi uma parvoíce o que fiz…
- Aí já tenho de descordar contigo.
- Hum?
- Não foi parvoíce nenhuma! Fizeste um trabalho fantástico! Não podia estar mais orgulhoso de ti, Nathaira!
Alguém me belisque, por favor!
- Tu. Gostaste?
Ele acenou com a cabeça com aqueles olhos que eu tanto adorava a brilhar.
- E não estás chateado comigo?
Abanou a cabeça em resposta.
- Finalmente o mundo ficou a saber que me pertences.
E com isto, pega-me ao colo e iça-me no seu ombro. Começo a rir-me e a pedir-lhe para me por, de novo, no chão. Mas é escusado. Ainda faz pior.
Saltamos os dois como umas pequenas crianças felizes e rimos sem cessar.

 
 
 
Hoje era dia de derby!
E claro que eu ia assistir ao Real Madrid-Atlético de Madrid.
O jogo foi mesmo muito intenso! Cheio de faltas e alguns cartões amarelos.
Eu, nas bancadas, estava eufórica. O Sérgio andava sempre picado com um outro jogador… Diego Costa, se não estava em erro. Eu estava cheia de medo que ele ainda fosse expulso. No entanto… isso não aconteceu (que alívio!).
Assim que o jogo acabou, peguei no telemóvel e enviei-lhe um sms a dar-lhe os parabéns pela vitória (2-0) e também a dizer-lhe que estaria à sua espera no carro estacionado no parque de estacionamento privado do clube.
Quando ele finalmente chegou ao carro, dirigimo-nos para sua casa.
Esteve tenso e irritadiço durante todo o caminho e assim iria continuar, a não ser que eu fizesse algo para que isso não acontecesse.
O Real Madrid tinha ganho, por isso tudo deveria estar bem, porém não estava; o Sérgio estava irritado, porque Diego Costa não tinha sido punido. Eu sabia o quanto ele detestava injustiças…
Dirigi-me ao nosso quarto e comecei a despir-me. Apenas fiquei com uma roupa interior preta e rendada que tinha comprado há pouco tempo.
Voltei à sala, onde ele se encontrava.
Deixei os seus olhos escorregaram lentamente pelo meu corpo.
De seguida, aproximei-me da grande aparelhagem e coloquei um CD a tocar.
Procurei a música que queria, até que encontrei Skin da Rihanna do albúm Loud. Era perfeita para o momento.
Fui buscar uma cadeira. Convidei-o a sentar-se nela. Ele tinha ideias de recusar, mas eu não aceitei o seu não. Peguei-lhe na mão e sentei-o na cadeira.
Com a música sensual a ajudar-me, comecei a despir-lhe o tronco.
Ele precisava de relaxar.
Propositadamente a fim dele sentir a minha respiração, aproximei o meu rosto do seu pescoço quente. Mordi e chupei-lhe o lóbulo esquerdo, esfregando a ponta do nariz na tatuagem que ele tinha atrás da orelha. Com isto, consegui roubar-lhe um gemido dos seus pedintes lábios grossos.
As minhas mãos apoderaram-se das suas costas. Massajava-lhe os ombros, o pescoço, as omoplatas. Depositei-lhe beijos em toda a extensão da sua espinha.
As minhas mãos fecharam-lhe os olhos e caminhei para a sua frente.
Sentei-me no seu colo e a minha mão direita procurava a dureza envolta em macieza de veludo entre as pernas dele. Sérgio soltou outro gemido. Implorava-me para que fosse com mais calma, mas eu apenas virei a cabeça e procurei os seus lábios. Vi-lhe gotas de suor na face e o seu aroma a calor e a prazer e a Sérgio inundava todo o meu ser. Com os seus lábios nos meus, abafei o meu nome na sua boca, levando-o ao limite.


 



sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Give Yourself To Me (6)

 
 
No dia da derradeira sessão fotográfica...
 
 
 
 
 
Para além de fotografar, tive também de pousar e encarar a câmara de filmar para uns videos com o intuito de promover a marca, mas também para a publicidade...
 
 
 
 
E o anúncio final, aquele que passaria na televisão por todo o mundo...
 
 
 
 
[ Dorotea Mele - Lovely on My Hand ]
Estava a adorar pousar e fazer acting para uma máquina fotográfica!
A sensação era mesmo incrível.
Fazia-me sentir sensual e desejada, como também corajosa.
Já há muito tempo que não fazia nada deste género...
Não depois do que aconteceu à minha família.
A partir daquele dia... toda a minha vida mudou.
No entanto, esta sessão fotográfica e a relação que mantinha com Sérgio faziam, realmente sentir-me mais "eu", pelo menos o "eu" que eu costumava ser.
E isso, sabia-me mesmo muito bem!

 

Give Yourself To Me (5)

[ Guillemots – Sea Out ]
Os beijos dele já me sufocavam demasiado; mal respirava por entre as suas impetuosas investidas em mim. As últimas semanas tinham sido de plena loucura. Os nossos sentimentos eram algo de muito transcendente à nossa própria existência. Há uns dias atrás, tinha-me surgido uma pergunta de difícil resposta e fundamentação: o que ama, o corpo ou a alma? Eu gostava de pensar que a alma é que ama; o corpo é apenas um veículo, um intermediário terreno de algo muito mais mágico e superior. Sinceramente, não sabia se Sérgio acharia o mesmo.
O que me remetia para outra questão…
Ele gostava mais da minha personalidade ou do meu corpo? Nunca tive a coragem de lhe perguntar, obviamente… mas algo dentro de mim dizia que ele apreciava mais o corpo, o material e não, o impalpável, o incorpóreo que eu apelidava de alma, onde estava inserido o meu carácter.
- Tenho de ir… ou irei chegar atrasada às aulas…
Sussurrei. Talvez tivesse soado pouco convincente.
- Bem que podias faltar…
- Nem penses…
Comecei a empurrar-lhe o peito másculo. Oh, Jesus! Como os meus dedos gostavam tanto de lhe percorrer os traços sinuosos da barriga, de lhe lamber as tatuagens e de lhe beijar aquele seu peito definido.
A culpa não era minha! Era dele. Devia ser proibido ser-se tão irresistível.
- A sério, Sérgio! Tenho mesmo de ir… a Gisella está à minha espera para irmos juntas. E sabes que não posso faltar, não agora que os meus exames estão prestes a começar. Sabes que te amo, portanto devias compreender.
Ele encarou-me, fazendo o seu olhar mais arrapazado.
- Folgo em ouvir-te finalmente admitir que me amas.
Não posso dizer o mesmo da tua parte, não é?! Sorri-lhe.
Levantei-me e comecei a recolher as peças de roupa que tinha espalhadas pelo chão. Sérgio levantou-se num ápice e tirou-me a roupa das mãos.
Quis indagar o que raio ia ele fazer, mas o seu olhar, aquele olhar, fez-me permanecer caladinha e sem me mover um milímetro que fosse.
[ 3-11 Porter – Surround me with your Love ]
Com as suas mãos peritas, curiosas e exploradoras, percorreu os meus olhos e a curvatura das minhas costas e ancas. Num acto reflexo, revirei os olhos.
E nisto, começou a vestir-me com uma extrema delicadeza, assemelhando-se à pureza e quietude de um bater de asas da borboleta.
Meia-hora depois, já estava na companhia da minha melhor amiga.
O meu telemóvel começou a tocar. Olhei para o visor e deparei-me com um número desconhecido. Mesmo assim, resolvi atender a chamada.
Estou sim?
Resolvi falar em espanhol, porém fiquei surpreendida ao ser respondida por uma voz feminina melodiosa num extremo sotaque britânico.
- Estou a falar com Nathaira MacNeil?
- Está. Quem fala e como sabe o meu nome?
- Chamo-me Cristine Mills e estou a ligar-lhe, porque trabalho para a Calzedonia e estamos muito interessados em fazer uma sessão fotográfica de Verão consigo.
- Não estou a entender… porquê eu? Como me conhecem?
- Querida Nathaira, a menina faz sensação em todas as revistas cor-de-rosa ao lado de Sérgio Ramos. Fontes nossas fidedignas declaram com toda a certeza que mantêm um caso e não tente negar…
A voz do outro lado soava bastante divertida.
- Também sabemos que já fez alguns trabalhos como modelo e, pronto sejamos sinceras, a Nathaira é lindíssima e tem um corpo igualmente bonito. Previno-lhe que o meu patrão detesta ouvir não e como eu nunca desisto… deixamo-la com pouco livre arbítrio quanto a esta decisão.
E riu-se. Já eu não tinha nem metade do humor que ela tinha.
- Eu… eu não sei… não gosto de desiludir ninguém, mas penso que não seja a pessoa indicada para o feito.
- Que disparate! A menina é perfeita. Diga-me, por favor, que aceita.
- Hum… tenho de pensar, mas provavelmente a resposta será não.
- Oh, não me diga tal coisa! Fazemos assim: pense seriamente no assunto e amanhã, por volta desta hora, eu volto a ligar-me e a menina dá-me a resposta. Combinado?
- Muito bem, combinado, mas por favor não fiquem com muitas esperanças…

Não queria acreditar no que acabara de suceder…
Nem por sombras aceitaria pousar para uma sessão fotográfica e começar a ser famosa, de um momento para o outro. Nem em sonhos!
Queria tentar manter a minha vida o mais discreta possível.
Óbvio que sabia o que responder amanhã a Cristine Mills: NÃO!
Bem, ao menos era isto que eu pensara… mas, tal como a minha querida avó dizia: a língua é a coisa mais castigada no mundo. Mais tarde ou mais cedo, iriamos pagar por algo que dissemos.
Esse meu momento, estava assustadoramente perto.
Gisella e eu parámos em frente a um quiosque a caminho da Universidade, a fim da primeira comprar uma revista que queria.
Uns segundos depois, Gisella abana-me o braço.
- Nathy! Olha!
E bang-bang!
Lá estava ele!
Aquele maravilhoso corpo, invejado por Zeus – pai de todos os deuses – estava praticamente todo exposto ali… naquela capa da revista Men’s Health.
Esbugalhei os olhos, perplexa.
Ele. Não. Me. Tinha. Dito. Que. Pousara. Para. Uma. Revista.
Ainda. Por cima. Naquele. Estado.
- Nathaira? Acalma-te! Estás demasiado branca. Vamos ali ao café, é melhor beberes um copo de água.
- Não preciso de água, Gisella! Ele vai pagar!
Se ele podia mostrar o corpo dele assim eu também podia.
Certo?!
- O que vais fazer? Espera-espera! Não te estás a precipitar?
Como que em resposta, aproximou-se um grupo de raparigas, talvez da nossa idade. Viram o homem que me mantinha quentinha na cama e começaram os suspiros, os berrinhos histéricos e os comentários que eu não queria ouvir.
- Definitivamente, não estou a precipitar-me.
Marquei o número que acabara de me ligar.
- Nathaira?
Respondeu ela, surpresa.
- Estou a ligar-lhe porque já decidi. Aceito a vossa proposta!


 
 
Sergio Ramos - Spain Press Conference - UEFA EURO Final 2012
 


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Give Yourself To Me (4)

[ Lana Del Rey – Bel Air ]
- Eu quero acabar.

Disse-lhe o mais convincente possível. Já era a segunda vez que repetia a mesma frase.
- Acabar o quê?
Pois, óptima pergunta! Que raio de relação tínhamos nós?!
- Acabar com este relacionamento ou o que seja.
- Duvido.
- Perdão?
- Sim. Tu não consegues tomar uma decisão quanto a mim. Já não é a primeira vez que vens com essa história e como é que acabam as nossas conversas? Hum… deixa-me pensar… Ah! Já me lembro! As nossas conversas acabam contigo a abrires as pernas e a ser f…
- Nem penses em terminar essa frase!
Exclamei, interrompendo-o com o dedo indicador apontado para ele.
- Eu nunca te faltei ao respeito. Porque é que passas o tempo a desafiar-me desta maneira?
Sergio fez o seu melhor sorriso trocista, provocador e ardente.
- Eu sei como é que eu te faço sentir… Tu és a pessoa mais inconstante, indecisa e insegura que eu já conheci. Comigo, tu consegues sentir-te mais confiante.
- Tu não me conheces! Não sabes nada sobre mim, ouviste?!
Levantei-me da cadeira da sala de jantar da casa dele, irada.
- Estás enganada…
Afasto-me dele e deixo ficar o meu corpo encostado à parede.
Passados alguns segundos, senti a sua presença atrás de mim. E de repente, abraçou-me.
Alertem os media! O Sergio Ramos estava a abraçar-me!
Tinha a sua face enterrada no meu ombro e no meu cabelo. O seu peito e barriga colados às minhas costas e as mãos na minha cintura.
Fechei os olhos e desfrutei do momento, até ele afirmar:
- Eu sei que tens problemas familiares… e, também sei como isso é mau…
Comecei a ouvir o meu batimento cardíaco nos ouvidos.
- Como sabes isso?!
Ele fez um som que transmitia indiferença.
- Tenho bons informadores, é só isso.
- Andas a espiar-me?
- Não propriamente.
Ao ouvir isto, sobressaltei-me. Virei-me para ele, querendo encará-lo a fim de saber se estava a ser sincero ou apenas a brincar.
- Sergio!
- Nathaira.
[ Lana Del Rey – Gods and Monsters ]

Fitámo-nos durante um bocado, até ele me beijar com euforia.
Já estávamos sem fôlego. Entretanto, ele parou de súbito.
- Tu amas-me?
Esbugalhei os olhos.
- O quê?!
- Responde à pergunta.
- Eu… não…
O meu coração batia frenético no meu peito.
- Estás a mentir.
- Não estou… juro!
As suas mãos acariciavam-me as maçãs do rosto.
- Tens medo que eu te deixe por me amares, não é?
Pisquei os olhos, sem saber o que fazer, o que dizer.
- Tu já és minha! Diz aquelas duas palavras e também serei teu.
- Estás louco!
Bufei, exasperada.
Sergio pegou-me ao colo e dirigiu-nos para o seu quarto.
Deixou-me cair na cama e começou a despir-me.
Tentei impedi-lo, a sério que sim, mas era bastante difícil levar a minha avante com ele.
Lançou a sua mão direita numa demanda na mesinha-de-cabeceira. Só depois percebi que procurava o comanda da aparelhagem.
Poucos segundos depois, a atmosfera do quarto tornou-se muito mais erótica ao som de Closer dos Kings Of Leon e o ar entre nós muito mais pesado, quase irrespirável.
Estava, agora, apenas em roupa interior e Sergio olhou para baixo, apreciando a vista que aparentava deliciá-lo.
Começou a beijar-me a barriga e eu a contorcer-me, pois fazia-me cócegas.
Virei a cara para o lado, afastando-me dos seus beijos sequiosos, o que só o fez percorrer o meu pescoço – agora arrepiado – com o seu nariz e língua.
- Diz que me amas.
- Não!
- Não me mintas e, mais importante do que isso, não mintas a ti própria. Podes fingir que não sentes nada por mim, porém no fundo sabes que não é verdade e que mesmo que os escondas, este tipo de sentimentos não se evaporam assim de um nada no ar.

O que raio teria eu de fazer para o calar? Hum…
Mordi-lhe o lábio inferior com força, até lhe sentir o sangue.
Ele olhou-me surpreendido a lamber o seu próprio lábio.
Comecei a desapertar-lhe as calças e a tirá-las.
Subitamente, ele agarra-me ambos os antebraços. Arqueio a sobrancelha e ele nega com a cabeça.
- E que tal ficarmos só deitados?
Inspirei com dificuldade, perplexa com a situação.
Ele… ele já não me queria… já não queria conectar comigo…
Bem, depois do que lhe disse, se calhar já era de esperar, não é?
Senti que os meus olhos estavam desejosos de expulsar as inúmeras lágrimas que lá se acumularam.
- Não é o que estás a pensar, Nathaira. Eu… só quero adormecer abraçado a ti.
Por favor, que seja verdade!
E assim abraçados, pele com pele, ombro másculo com bochecha quente, caímos num sono profundo.