sexta-feira, 30 de março de 2012

Lana Del Rey - Blue Jeans


Mariza&Sérgio <3

Roupas (Cap.14º)


Roupa utilizada por Mariza à tarde


Roupa utilizada por Sérgio à tarde

Roupa utilizada por Mariza à noite


Roupa utilizada por Helena à noite


Roupa utilizada por Sérgio à noite

14ºCAPÍTULO (2ºFlashBack)

SEGUNDO FLASH-BACK!
28-JULHO-2007


Eu e Sérgio estávamos a passear nas ruas de Madrid.
Gostava tanto, tanto dele!
Quem nos visse, o que deveriam pensar?!
Ora nos beijávamos loucamente na via pública; ora nos riamos com as piadas dele; ora eu saltava para as suas costas; ora andávamos de mãos dadas.
Ah, estes últimos dias tinham sido mais do que meramente perfeitos.
Eu andava louca pelo Sérgio e eu sentia que ele também estava louco por mim.
Só quem sabia da nossa relação era a minha irmã, Helena. Mas, apenas sabia, nunca o tinha visto ao vivo e a cores; ainda não o tinha apresentado à minha família. E isso, era uma coisa que tinha de corrigir…
- Sérgio?
- Sí?
- Importavas-te se…eu te levasse à minha casa e te apresentasse à minha família?
- Pero, tus padres no están en Madrid, verdad?
- Sim, é verdade, mas está a minha irmã, os meus primos e tios. Gostava que eles te conhecessem… Eu não gosto nada de lhes omitir a nossa… relação. Importas-te muito?
– fiz-lhe olhinhos.
Ele tirou os seus óculos RayBan e encarou-me.
- No! Lo hago todo por ti.
Sorri-lhe e beijei-o. Quando, abri os olhos, após o beijo ter terminado, interroguei:
- Esta noite?
- Sí!

Deu-me um beijo na testa e rodeou os meus ombros, aproximando-me mais dele.
Passados uns minutos, correram até nós, umas raparigas mais velhas do que eu.
Pediram autógrafos ao Sérgio e tiraram algumas fotos com ele.
Sempre que aquilo acontecia eu ficava um bocadinho… frágil… ciumenta…triste. Mas, ele já me tinha explicado muitas vezes que era um modelo fotográfico muito conhecido em Madrid. Eu própria já fiz alguns trabalhos como modelo, embora saísse à rua e ninguém me conhecesse.

(Nessa mesma noite):

Tinha vestido um vestido curtinho, mas confortável, para o jantar de hoje.
Era nesta mesma noite que apresentaria o Sérgio à minha família de Espanha.
Helena estava belíssima, como sempre, num vestido azul; sentou-se ao pé de mim e pegou na minha mão.
- Não estejas nervosa, está bem?
- Nervosa? Eu não estou nervosa, Heleniti.
A minha irmã riu-se para mim.
- Talvez um bocadinho. – concordei, por último.
Os meus primos gémeos vieram para perto de nós.
- Su relación… es mismo en serio? – interrogou José.
- Espero que sim, José.
- Cómo?!
– assustou-se ele.
- Quer dizer, eu penso que sim. Eu adoro-o e ele a mim. Não é o mais importante?
- Claro que sim, Marisca
. – Eu costumava chamar Heleniti à minha irmã e ela chamava-me Marisca. Eram as alcunhas que tínhamos posto uma à outra. – Não te preocupes. O José é que é um dramático.
- Me preocupo com ella. Me encanta!
- Eu sei, José. Também te adoro.
Trocámos olhares cúmplices.
Entretanto, tocam à campainha.
Fez-se silêncio. Aterrador!
- Bueno, vamos a conocer su  príncipe. – Juanmi quebrou o gelo. – Estoy seguro de que será un bueno chico. – piscando-me o olho.
- Gracias, Juanmi. – disse-lhe.
Levantei-me para ir abrir a porta.
Sérgio sorriu, fazendo-me corar. Mirou-me de alto a baixo e sussurrou-me ao ouvido:
- Que hermosa!
Corei ainda mais. Dei-lhe um beijo muito breve. Ele deu-me a mão.
E caminhámos juntos até à sala, onde cinco pares de olhos estavam pregados em nós. Todos eles tinham expressões faciais diferentes:
Helena estava a sorrir, contentíssima. Provavelmente, via o quão feliz em estava ao lado dele.
Os meus tios piscavam os olhos calmamente. Não olhavam para mim, pois não conseguiam desviar os olhos do Sérgio. Estavam em choque.
Juanmi, ora esfregava a cana do nariz, ora tapava a cara com as mãos.
E José?! Bem, nunca esperaria uma reacção daquelas! Estava possesso!
Levantou-se, num ápice. Apontou com o dedo indicador em direcção ao Sérgio.
- SÓLO PUEDE SER UNA BROMA! VETE! VETE! VETE! – José estava a expulsar Sérgio.
Juanmi pôs-se à frente do seu irmão gémeo e pediu-lhe para se acalmar.
- Cómo puedes decirme que me calme si…!
- Se o quê, José?! Conheces o Sérgio?!
- Qué pregunta más tonta, Mariza! Por supuesto que lo conozco!
Sérgio, a meu lado, começa a massajar a testa.
- Podrías haberme dicho quiénes eran sus primos! – exclamou ele.
- Mas tu também os conheces?!
- Claro! Son jugadores de fútbol…
- começou Sérgio.
- COMO TU! – berrou José.
- … los gemelos Callejón. – terminou ele.
- Hã?! Espera aí, José. O que é que disseste?
- Le dije que se vaya! No va a ser la próxima novia de Sérgio Ramos!
Custava-me a respirar.
Virei-me para o Sérgio.
- És jogador de futebol?
Ele desviou o olhar do meu.
- Soy.
- A história de seres modelo não passa de uma mentira, não é?
- Sí.
Comprimi os lábios até me doerem.
Larguei-lhe a mão bruscamente e corri pelas escadas, rumo ao meu quarto.
Fechei a porta, agarrei-me à almofada e tapei a cara, abafando as lágrimas.

Helena levantou-se e foi para junto de Sérgio.
- Chamo-me Helena e sou a irmã da Mariza. Sei o quão ela tem estado felicíssima desde que te conheceu. Mentiste-lhe. Foi grave. Mas, tenho a certeza que tiveste as tuas próprias razões, tal como ela te omitiu o facto dos nossos primos serem jogadores de futebol – também teve as suas razões. Tenho a certeza que deves ser um tipo espectacular e especial, caso contrário, a minha irmã não perderia tempo contigo. Ela nunca esteve com nenhum rapaz, portanto, estás a perceber. É uma menina de ouro, por isso, trata bem dela!
- Claro! Gracias por su confianza!
- De nada.
- Dónde está?
- De certeza que está no quarto. Sobe as escadas. Última porta à esquerda.

Alguém bateu à porta do meu quarto.
Estava esticada em cima da cama a olhar para o teto.
- Não me apetece falar, Helena!
- Yo no soy Helena
. – disse Sérgio com a sua voz funda e masculina.
Revirei os olhos.
- Contigo é que não quero mesmo falar!
- En serio?
– perguntou irónico e sedutor.
- Definitivamente!
Abriu a porta.
- Estou a ver que não fui suficientemente clara.
- Creo que no.
– ripostou ele com um sorriso infantil nos lábios. Entrou e deitou-se ao meu lado na cama.
Ficámos em silêncio, muito juntinhos e de olhos postos no teto do quarto.
- Porque é que me mentiste?
- Por qué no dijiste quién eran tus primos?
Suspirei.
- Eu perguntei primeiro, sabes?
- Lo sé.
- Então…?
- Sí…?
Ergui-me um pouco e o meu cotovelo aguentou todo o meu peso.
Sérgio riu-se e eu bati-lhe no peito másculo.
- Pronto, está bem. – rendi-me, quando vi que ele não ía ceder. Sacana, páh! – Eu não te disse, porque…  - suspirei. – a minha família vive bem, problemas de dinheiro, não são os nossos. E eu queria que tu gostasses de mim e não do meu dinheiro…
Sérgio também se ergueu. Pegou em ambos os lados da minha face.
- Nunca conocí nadie que me gustó tanto, sólo por ser quien soy. No sabías cúal  era mi profesión. Y eso me hizo pensar. No es todos los días que nos encontramos con alguien que nos ama sólo por nuestra personalidad.
Sorri à marota.
- E pela… beleza.
Ele riu-se.
- Eso también.
Abanei a cabeça, sorrindo-lhe.
Abraçámo-nos.

domingo, 11 de março de 2012

Orishas - El Kilo


Música do Sérgio&Mariza (Cap. 13º)

Roupas utilizadas (Cap.13º)

Chegada a Madrid (roupa utilizada por Mariza)
Chegada a Madrid (roupa utilizada por Helena)

Concerto dos Orishas (roupa utilizada por Mariza)

Concerto dos Orishas (roupa utilizada por Sérgio)

AlmasDestinadas: Capítulo 13º (1ºFlashBack)

PRIMEIRO FLASH-BACK!
1-JULHO-2007


O taxista tinha acabado de nos dizer a temperatura, naquela tarde em Madrid.
31ºC.
Helena tinha a testa suada e o leque vermelho em constante movimento.
Eu abri a janela do carro.
Constatei que estávamos quase a chegar à vivenda dos nossos tios Calléjon.
Eles eram nossos tios da parte da nossa mãe espanhola, Coral Calléjon.
Enquanto que o nosso pai era português bem português, Mário Albuquerque.
Eles conheceram-se em trabalho; O meu pai é fotografo e a minha mãe era modelo fotográfico.
A minha irmã, Helena, de 20 anos já tinha começado a sua carreira de modelo há algum tempo; eu com 16 anos, apenas dava os meus primeiros passos.
Éramos irmãs muito chegadas; nunca tivemos nenhuma briga, por incrível que possa parecer. Helena era mais parecida com a nossa mãe. Tinha o cabelo preto e comprido. Os olhos castanhos mais escuros. Eu usava o cabelo bem mais curto (pela nuca), era castanho. Os meus olhos eram castanhos, mas mais claros.
Em termos de estatura, era mais alta do que Helena, mas como ela gostava de usar sapatos altíssimos e eu nunca me separava das minhas All Stars, a nossa diferença de altura era menos realçada.
Em termos de estilo, bem... a nossa moda era completamente diferente.
O estilo da Helena caracterizava-se por vestidos chiques, malas caras, sapatos de salto alto. As suas roupas sempre em harmonia.
Já eu... as minhas roupas eram uma mistura de cores. Sim, eu adorava cor. Não me importava se estivessem a condizer ou não. Vestia o que me dáva mais alegria e conforto.
Hum... em que mais é que as irmãs Albuquerque eram diferentes...?
Ah, já sei! Rapazes!
Helena sempre teve grande facilidade em conquistar rapazes. Nem precisava de se esforçar. O seu olhar felino e a sua beleza latina tratavam de tudo.
Eu era completamente o contrário.
Não tinha nenhum olhar felino, mas sim um olhar cheio de curiosidade e alegria.
Não tinha nenhuma beleza latina; fui buscar as raízes portuguesas ao meu pai.
Em suma, nenhum rapaz mostrou interesse por mim. Não, nem um.
Mas, não ligava muito ao assunto.
Se não me queriam, azar o deles! Gosto de pensar que eles é que ficam a perder.
O taxista estacionou à porta da vivenda dos nossos tios.
Abri a porta do carro e inalei muito ar, enchendo os pulmões com aquele cheirinho a erva regada. A casa estava rodeada por imensas árvores. Um jardim lindo.

Helena pagou ao taxista e eu fui retirando as malas da bagagem.
Agarrei em duas, uma em cada mão e fui-me aproximando da porta.
Alguém abriu a porta e gritou o meu nome com um enorme transbordar de estusiasmo.
Era o meu primo José!
Deixei cair as malas e corri até ele. Este abriu os braços e eu saltei-lhe para cima.
As minhas pernas rodearam-lhe a cintura e ficámos abraçadinhos, durante algum tempo.
- Senti tantas saudades tuas! – exclamei-lhe.
- Yo tambien. Yo tambien!

Eu e Helena já tinhamos arrumado as nossas coisas no quarto sempre disponível para nós todos os Verões.
Agora estava com o meu primo José no nosso cantinho especial.
Era uma barraquinha, onde eu e ele gostávamos de pensar e estar sozinhos.
Tinhamos inúmeras fotos de diferentes anos coladas nas paredes.
Deitei-me na minha rede de praia e ele fez o mesmo na sua.
- Então, o que tens feito, José?
- Téngo jugado mucho.
Ele era jogador de futebol, tal como o seu irmão gémeo, Juanmi.
Juanmi e Helena estavam na piscina a refrescarem-se.
- E tem corrido tudo bem?
- Sí, sí. La próxima temporada voy a ir al Real Madrid B.
- A sério?! PARABÉNS! Estás a subir de escalão! Deves sentir-te orgulhoso!
José riu-se.
- Sí, es muy bueno para mí. Espero no decepcionar nadie.
- Não vais desiludir ninguém! Tens de confiar em ti e tudo irá correr bem, vais ver! Já não falta muito para jogares na equipa principal do Real Madrid!
- Dios te escucha!
- Está a ouvir, está a ouvir.

- Então... sabes se vão haver alguns concertos por aqui neste Verão?
- Claro! Niña Pastori... – José continuava a indicar nomes de cantores. – Orishas...
- ESPERA! OS ORISHAS VÊM CÁ?!
- Sí! Van hacer un concierto en Sevilha, Barcelona y Madrid.
- OMG! EU ADORO ESSA BANDA! TENHO DE IR VÊ-LOS!
- Entonces, tenemos que comprar los billetes. Voy contigo.
- PERFECTO!

No dia do concerto:

- Perdóname, Mariza! Perdóname! – exclamava José na cama.
Ele tinha apanhado uma constipação forte. Estava com febre e não podia, de maneira nenhuma, ir ao concerto dos Orishas comigo.
- Não faz mal, José. Não te preocupes mais com isso. Eu, se calhar, nem vou.
- No, no, no! Vaya para el concierto, sí! Te encanta esa banda. No se puede perder. Vaya!
- Tens a certeza?
- Sí, claro, Mariza. Me siento mucho mejor si te vas a ese concierto. Disfruta al máximo!
Eu sorri para ele. Dei-lhe um beijo na testa. Peguei na minha malinha e sai.

No concerto:

- Mírame como hace ya. Mamita, mírame como hace un tiempo atrás. – cantava e dançava eu ao rtimo da música.
- Hola, niña. Estás sola? – perguntou um rapaz bêbedo.
Tentei afastar-me. O cheiro que emanava da sua boca revirava-me o estômago.
- No responde a mi pergunta?!
Continuei a afastar-me pelo chão de terra batida.
- Quieres beber? Fumar? Que quieres, hermosa niña?
- Nada! Déjame!
– exclamei, aprofundando os meus conhecimentos de espanhol.
- NO HABÉIS OÍDO?! DÉJALA EN PAZ! – gritou um rapaz alto cheio de músculos. Agarrou-me no braço direito, afastando-me do rapaz bêbedo.
- Estás con ella? – perguntou o mal cheiroso, quase sem abrir os olhos.
- No ves que sí? – ironizou o rapaz musculado.
- Perdóname. – respondeu-lhe, afastando-se a passos largos.
Pressionei a mão contra o peito. O meu coração parece que tinha parado.
- Estás bien? – perguntou o rapaz que me tinha... hum... salvo.
- Estoy. Muchas gracias por lo que hiciste.
O rapaz sorriu. Tinha um sorriso muito giro. Pôs uma mecha de cabelo para trás da orelha. Ele tinha o cabelo mais comprido do que o meu (ahaha).
- No vive en Madrid, verdad?
Mordi o lábio.
- No. Ni soy española.
- No?
- No.
- Eres dónde, entonces?
- Soy portuguesa.
- En serio?!
– o rapaz perguntou muito curioso.
- Sí.
- Qué haces aquí?
- Bueno, vine a ver la banda.
O rapaz riu-se com a minha resposta tão básica.
- Te gusta esta banda, portuguesa?
- Sí, mucho, pero... no me llames “portuguesa”. Yo téngo nombre.
- Perdóname, pero... no oí tu nombre.
- Es porque no lo dice.
- Y puedes decir.
Semicerrei os olhos, mirando-o a sorrir para mim.
- Tu primero!
Ele sorriu e estendeu-me a mão:
- Sérgio.
Apertei-lhe a mão.
- Mariza.
- Bueno, Mariza, quieres baila conmigo?
– inquiriu ele, estendedo-me a mão.
Hum... uma proposta que só pedia um SIM como resposta...
- Sí!
E começámos a dançar a música El Kilo – uma das minhas preferidas desta banda.

Personagens dos Capítulos dos FLASHBACKS

segunda-feira, 5 de março de 2012

Roupas utilizadas por Mariza, Patrícia e Rita C. (12ºCap)





ALMAS DESTINADAS - 12º CAPÍTULO

NÃO VOU VOLTAR A COMETER O MESMO ERRO
Segunda semana de Agosto, 6h, no Aeroporto de Lisboa


Eu, Rita Correia e Patrícia estavamos muito agarradinhas à nossa patroa, Rita Martins.
Ela estava de partida para New York; ía visitar o seu primo, Tomo, da banda 30 Seconds To Mars.
- Como já vos tinha dito, foi uma grande honra trabalhar com vocês. Espero que tudo corra bem durante a minha ausência. – soltando um risinho. – Penso não demorar muito, talvez uns meses.
- É muito!
– dissemos em coro.
Rita Martins riu-se e deu-nos um grande abraço e por fim, declarou:
- Até mais! Eu vou dando notícias. Não pensem que se veem livres de mim assim, tão facilmente.
- Nem queremos. – ripostou Rita Correia, dizendo-lhe adeus com a mão à medida que Rita Martins se afastava com as suas enormes bagagens.
Ficámos ali, olhando-a, até que desapareceu do nosso campo de visão.
De repente, senti um apertão no peito. Reconhecia aquilo. Era um pressentimento. Murmurei:
- Acho que a partir de hoje, muita coisa vai mudar.
Rita e Patrícia olharam para mim.
- Já começou a mudar... – comentou Rita Correia.
- Podes crer! Este Verão mudou bastante as nossas vidas. – alinhou Tixa.
- Pois é. – ri-me sem vontade.
Cruzámos os braços umas nas outras e deixámos o aeroporto de Lisboa.

Finalmente, chegámos às instalações do jornal A Bola.
Reparámos que estavam todos em grande alvoroço, o que não era nada costume.
Dirigimo-nos às nossas secretárias.
Entretanto, Amélia – uma colega nossa – chamou-nos:
- Bom dia, meninas. Já chegou a nossa nova patroa.
- JÁ?!
– disseram Rita Correia e Patrícia ao mesmo tempo.
- Sim. Quer ver-vos. Urgentemente!
- O que é assim de tão urgente?
– interroguei, desconfiada, cruzando os braços.
- Não sei. A Filipa não disse. Mas, eu aconselho vivamente a irem já ao gabinete dela.
- Estás cá com uma cara, Amélia...
– comentou baixinho a Rita Correia.
- Ela é assim tão... “querida”? – questionou irónicamente a Patrícia.
Pela cara da Amélia, eu nem precisava de ouvir a resposta.
- É melhor irmos ver o que ela quer. Não queremos causar já má impressão, certo? – disse eu, rindo-me.
Dirigi-me ao ex-gabinete da Rita Martins e bati à porta.
Não gostei muito do tom de voz estridente que me disse para entrar.
- A Amélia Cruz informou-nos que queria ver-nos. – falei calmamente. – Chamo-me Mariza Albuquerque e elas são Patrícia Damas e Rita Correia. – apontei respectivamente para cada uma das minhas colegas.
Filipa sorriu sem vontade.
- Eu sei perfeitamente quem vocês são. Aliás, aposto que vos conheço melhor do que vocês me conhecem a mim. – ripostou.
- É claro que sim! – encolhi os braços. – Tem os nossos currículos mesmo à sua frente.
Filipa levantou uma sobrancelha loira perfeitamente depilada.
Depois, desviou os seus olhos azuis dos meus para as pastas que tinha à sua frente.
- Adoro o seu sentido de humor matinal. É sempre assim, tão engraçada?!
- Ainda não estou a tentar ser engraçada
. – declarei com um sorriso ténue.
- Sentem-se!
Sentámo-nos.
- A Rita disse-me que vocês as três são a equipa sensação deste jornal.
- Fazemos boas reportagens, sim
. – respondeu Patrícia.
- Não lhe pedi opinião, querida.
Filipa começou a esfolhear outra pasta; não eram os nossos currículos.
- Tenho visto os vossos trabalhos e conclui que são... hum... burras.
- Desculpe?!
– berrou Rita Correia, incrédula.
- Deixem clarificar o uso do meu adjectivo.
- É melhor, é.
– reforçou Patrícia.
- Eu acho uma inutilidade terem relações com pessoas tão importantes e não utilizarem essa informação.
- Não estou a perceber
. – disse eu.
- Eu esclareço, minha querida. Tu – apontou para mim. – és irmã da Helena Albuquerque, modelo de profissão e namorada do jogador do Benfica, Javi García.
Abri-lhe muito os olhos.
- Tu – apontou para a Patrícia. – és namorada do André Santos do Sporting.
- E tu
– apontou para a Rita C. – aceitaste a proposta que a Rita Martins te fez em meu nome e vais espiar o Raúl Meireles do Chelsea.
Ficámos as três a olhar umas para as outras, de boca aberta e extremo espanto nos olhos.
- E eu, como vossa patroa, quero que vocês usem a informação que conseguirem, através dessas relações e fazerem um bom trabalho, vendendo jornais à farta. – riu-se Filipa, contentíssima.
- Nós não somos uma revista cor-de-rosa. Somos um jornal desportivo. – argumentou Rita C.
- Isso foi no tempo do reinado da Rita Martins. Agora veio uma nova Rainha.
Rainha?! Nem pensar! É mais do género: Bruxa Malvada.
- Não! Eu não aceito esse tipo de trabalho. – afirmou Patrícia, determinada. – A minha vida privada não tem nada a ver com o meu trabalho. Sou profissional e sei distinguir as duas coisas.
Filipa acenou com a cabeça.
- Muito bem. A escolha é tua. Não queres subir de posto? Eu entendo...
- Não vou mudar de ideias
. – continou Patrícia.
- Pronton-pronto! E a Rita Correia? Partilha da mesma decisão que a sua colega?
- Não. Eu quero ir para Inglaterra. O salário é bom e eu sempre quis conhecer melhor o Reino Unido..
- Excelente! Depois, acertamos os pormenores.
Fez-se silêncio e mesmo sem olhar para Filipa, sabia bem que ela estava a olhar para mim.
- E a Mariza? Já decidiu ou precisa de mais tempo para pensar?
Não a encarei.
O meu olhar e pensamento estavam fixos no passado.
Num passado de há quatro anos atrás.
Quatro anos que mudaram a minha vida e a minha personalidade.
Quatro anos?! Bem, só agora reparei que este número até tinha a ver com uma... pessoa... especial... que me levou ao clímax do amor, mas também do desespero, angústia e até depressão.
Consegui murmurar, por fim:
- Não posso aceitar. Não vou voltar a cometer o mesmo erro que cometi no passado.

sábado, 3 de março de 2012

Carter Burwell - A Nova Vida


Mariza&Rubio correm na praia (Cap. 11º)

Roupa utilizada por Mariza (Cap. 11º)

ALMAS DESTINADAS - 11º CAPÍTULO

EU SÓ PRECISO DE UM AMIGO...
Quarta-feira, 19h30, Na campa do Ginja Tomás

Estava bastante calor, mesmo de noite, portanto optei por vestir um vestido e como sempre, as minhas All Stars.
Avistei um carro a aproximar-se e parou. Era Diego Rubio.
Saiu do carro deu-me dois beijinhos e perguntou-me como estava e se estava pronta para um belo jantar. Eu sorri-lhe e disse que sim.
Abriu-me a porta do lado do condutor e eu entrei.
Chegámos ao restaurante passados 20 minutos de condução.
Entrámos, fizemos os pedidos.
O restaurante era acolhedor e tinha pouca gente.
Entretanto, o telemóvel de Rubio começou a tocar. Ele olhou para o visor e disse que tinha mesmo de atender. Disse, ainda, que não se demorava muito.
Sorri-lhe, enquanto o vi-a sair do restaurante.
Ele parecia mesmo ser um tipo às direitas; era muito simpático, terno, querido e bem-parecido.
A nossa pequena mesa ficava no fundo da sala e dáva-me um vista privilegiada sobre quem entrava, quem saia e tudo o mais.
Eu sei que sou curiosa. Desvantagens da profissão (ahahah).
De repente, chegam aos meus ouvidos uma pronúncia que punha o meu miocardio (músculo do coração) a funcionar com mais rapidez.
Eram Javi e Helena.
Não me viram, graças a Deus.
Fiquei a observá-los, segura de que nunca me veriam.
Sentaram-se; pouco tempos fizeram os pedidos.
Sorriam ternamente um para o outro, trocanto palavras e carícias com os dedos.
Helena levantou-se, dirigindo-se à casa-de-banho.
Javi olhou para o seu prato. Parecia que tinha a cabeça cheia de pensamentos turvos. Apertou a cana do nariz. Massajou a face.
Parecia cansado e nervoso ao mesmo tempo.
Depois, tirou uma caixinha lustrosa do bolso do casaco.
Olhava para ela, mordendo o lábio. Estava claramente, incerto sobre algo.
Abriu a caixinha.
Vi algo a reluzir.
De seguida, tudo aconteceu muito rápido.
Parei de respirar.
Uma lágrima escorregou pela minha face pálida.
Parecia que tinham caído uma pilha de livros grossos em cima da minha cabeça.
Foi nesse momento, que ele olhou para mim.
Viu a minha reacção.
Entreabriu os lábios que pareciam ter sussurrado algo.
Um “perdóname” talvez.
Levantei-me num ápice e corri depressa, saíndo do restaurante.
Pus as mãos na cara, para quem se, eventualmente, cruzar comigo não ver a minha pobre figura.
Atrás de mim, ouvi:
- MARIZA? MARIZA? QUÉ PASA?! ESPERA POR MÍ! – berrava Rubio.
Por mais que o quissesse fazer, não conseguia.
Continuei a chorar e a correr para a praia.

Estava sentada de joelhos reflectidos e o rosto enterrado neles.
Senti alguém afagar-me os cabelos curtíssimos.
Esse alguém também me beijou o cabelo revolto.
Olhei para cima com a visão turva.
Rubio sorriu-me, mas eu fui incapaz de lhe devolver o sorriso que lhe era merecido.
- Rubio, desculpa... – comecei por falar.
Ele abanou a cabeça, sentou-se a meu lado, enquanto o seu braço rodiava os meus ombros.
- No tienes que pedir disculpas.
- Tenho sim! Estava tudo a correr tão bem... e eu arruinei o jantar.
- No lo creo. Creo que alguien te arruinó la cena.
- Pois... se calhar foi mais isso...
- Pero... quien?
Virei-me para ele.
Não lhe podia contar. Não podia contar a ninguém!
Como raio é que se conta a alguém que uma pessoa gosta do namorado da sua irmã?!
Namorado?! AHAHAH!
Pai da criança que carrega no ventre, isso sim!
Ou melhor: prestes a ser seu noivo!
Era isso que estava a acontecer dentro daquele restaurante.
O Javi comprou um anel de noivado à Helena e, devia estar agora mesmo ajoelhado, com os olhos a cintilar e a perguntar à minha irmã:
Quieres casarte conmigo, Helena Albuquerque?
- Deja. No tienes que decirme nada.  Qué soy?! Nos conocimos  hace unos días.
Olhei para ele, ainda mais triste comigo mesma.
- Diego? Tu és um rapaz muito, muito fixe. É verdade que apenas nos conhecemos há uns dias, mas não é por isso que não te posso dizer o que se passa. Não posso dizer a ninguém. Por favor, não penses que a culpa é tua. Porque não é. Não é mesmo, Diego.
- Eres una chica hermosa, inteligente y fuerte. Pero... estás triste.
- Estou... magoada.
- Y no debe ser la primera vez.
- Não, não é a primeira vez. – relembrando-me do meu passado que transformou o meu amor em desespero e angústia. Mas, também que recordei do que me salvou, naquela altura: foi ter um amigo.
Mal ouvi Rubio dizer:
- Yo nunca magoarei.
Quando, olhei para ele, com a minha decisão tomada e prestes a contar-lhe todo o drama que enchia a minha cabeça, vi-o aproximar-se rumo aos meus lábios.
Pousei-lhe a mão no peito, afastando-o levemente.
- Não, Rubio. Não consigo. Não posso. Eu... ando muito confusa.
Ele semicerrou os olhos, também ele confuso.
- Eu... amo outra pessoa e, neste momento, eu só preciso de um amigo.
Rubio acenou com a cabeça.
- Quieres decirme qué sucede?
- Quero. E VOU contar-te.
Ele cruzou os braços, pensando estar preparado para saber a verdade.
Eu, fechei os olhos por uns segundos, lambi os lábios para os humedecer e comecei a contar.

- Yo lo sé que necesita.
- Do que é que eu preciso?
– perguntei curiosa.
Tinha contado tudo ao Rubio.
Ele, impressionou-me. E eu gostava de ser impressionada e não desiludida.
Fiquei muito leve como uma pena.
Mas, sentia a pena preta, em vez de branca. Não tinha paz interior.
- Cuando quiero piensar, expresar y tomar la rabia que tengo dentro de mí, corro.
- Corres?!
- Sí.
- Começas a correr assim? De um momento para o outro?
- Exacto.
- E ficas melhor?
- Muy mejor.
- Hum...
- No quieres correr conmigo?
- Mas, agora? – comecei a rir-me.
- Sí!
- Ah, hum...
– balbuciava eu, incerta.
Com isto, Rubio levanta-se, de repente, tira a sua t-shirt e ténis.
- Vienes o no?!
Olhei para ele com os olhos muito aberto e espantados.
Ri-me alto, enquanto descalçava as AllStars.
Corri para junto dele à beira da praia.
Demos as mãos e corremos assim - muito loucos, contentes, jovens com sangue a ferver e a pulsar forte – pela linha da costa, onde a água nos batia nos pés e a Lua brilhava no alto céu estrelado.