sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Two Become One (7 - Dente-de-Leão)


Esbugalhei os olhos numa forte tentativa de emergir à tona de água, após um mergulho bastante fundo e sem uma respirar uma última golfada de ar antes de o fazer.
O que se passava comigo?!
De seguida, pestanejei diversas vezes os olhos.
José Calléjon esboçava uma expressão um tanto de inquietação.
- Estás bem, Lorelei? Estás incrivelmente pálida.
Os meus olhos dardejaram à procura de outro ponto, onde se pudessem fixar, à parte daquele par de olhos castanhos marrom.
- Oh, peço desculpa! Deve ser o álcool a subir-me ao cérebro. – Conclui com uma risadinha. Não sei se teria soado naturalmente convincente. Rezava para que tivesse conseguido.
- Estiveste muito bem há pouco. – Bolas! Lá tiveram os meus olhos de se pousarem nos dele, confirmando que aquela fala não tinha sido pura imaginação da minha cabeça.
- Oh, obrigada.
- Chamo-me Sergio Ramos e sou colega do teu primo. – Apresentou-se ele. Estendeu-me a mão. Mirei-a e com um sorriso, deixei a minha tornar-se uma hóspede na sua.
- Prazer! Eu sou a Lorelei Somerhalder.
- Eu sei. Aqui o teu primo já me tinha falado de ti.
- Hum, aposto que só ouviste blasfémias. – E ri-me, piscando o olho ao José.
- Nada disso. – E juntou o seu riso ao meu.
Os meus ouvidos gostaram da harmonia em como aqueles dois sons bonitos se juntavam, fundiam.
- Olhem, eu vou buscar mais bebidas. Já volto. – Anunciou José.
E eu e Sergio ficámos sozinhos a olhar um para o outro.
Nisto, PUF: apareceram as minhas duas amigas habituais e sentaram-se em cada um dos meus ombros; A Lorelei Diabinha e a Lorelei Anjinha.
A Diabinha declarava perto do meu ouvido:
Oh, por todas as coisas sagradas que existem no mundo! Ele é uma bomba latina!
Olha-me só para esta carinha! Ui, nem quero imaginar como é que ele é por debaixo daquelas roupas que lhe assentam tão bem! Mas quero mesmo imaginar como ele é debaixo dos lençóis!
Os meus olhos quase se reviraram para o céu.
Admite, minha cara amiga! Admite que o queres! Queres senti-lo a vibrar dentro de ti!
Mordi o lábio. Notei que Sergio observava o meu lábio inferior carnudo a ser mordido.
Temia que o meu corpo sofresse uma combustão. Ali. Agora. Naquele preciso momento.
De repente, ouço a Diabinha cantarolar “Addicted To Love” dos Florence and The Machine.
Ela tinha razão. Completamente! Eu queria aquele pedaço de homem!
Foi a vez da Anjinha intervir:
Lorelei, pensa antes de agires, por favor! Tu és uma rapariga comprometida agora. Tens o Chris. Ele adora-te. Vocês conhecem-se há quatro anos e namoram desde então. Não ajas por impulsividade, querida! Não magoes o Chris, ele não merece isso.
E a Diabinha intervém, zangada:
O Chris?! Ele nem sequer lhe atendeu as inúmeras chamadas que ela lhe fez.
Tive de concordar com ela. Era verdade! Eu estava furiosa com ele a esse respeito.
Enquanto as minhas amigas interiores discutiam ser final à vista, eu abri a boca:
- Então, também és jogador de futebol, hã?
- É verdade. E tu, o que fazes na vida?
- Eu? Nada. Não trabalho. Apenas canto no bar da minha amiga, mas não considero isso, de todo, um trabalho, apesar de ganhar algum dinheiro com isso.
Ele acenou com a cabeça.
A Diabinha não parava de pedir para que eu lhe perguntasse se tinha namorada.
E como que em resposta, aparece a gaja parva que penso que me chamou estúpida na pista de dança. Agarrou-se a ele e deu-lhe eu beijo na boca que meteu língua à mistura. Fiquei extremamente inconfortável.
- Mi amor! Miraba por todas partes y… - Os seus enormes olhos azuis fixaram-se em mim com desdém. – Otra vez?! – Berrou. – Qué estás haciendo aqui com él?!
Pestanejei para ela. Não percebi nada do que ela tinha acabado de dizer.
- Pilar, esta es el Lorelei. Ella es prima de José.
- QUÉ?!
- Ella no habla español, así que debes hablar com ella en Inglés. – Disse ele.
- De ninguna manera! No quiero hablar com ella! Y no quiero que hables com ella!
Os ânimos estavam a exaltar-se e eu com cara de parva sem apanhar nada.
- EM INGLÊS, PILAR! – Gritou Sergio, usando a minha língua nativa. Parecia zangado com a Pilar… Não sei porquê, mas a minha língua não conseguia enrolar o suficiente para dizer o nome dela da forma como eles diziam.
I feel so helpless…
- Não quero que fales com ela! – Exclamou ela, agora sim a falar Inglês. Outra pronúncia engraçada. Mas eu estava sem vontade nenhuma de rir.
- O que fiz eu de errado?! – Quis saber.
- Tu… ele é meu! É o meu namorado! Por isso, deixa-o em paz!
Sentia dificuldades em respirar.
Levantei-me tão rapidamente que eles se assustaram.
- Desculpem-me! Eu… eu… adeus!
E corri por entre a multidão, procurando o meu irmão.
Dei graças por ter chocado contra o peito forte do meu irmão.
- Quero sair daqui, Matty. – Murmurei e senti-o fechar os seus braços em meu redor.
Não queria incomodar anoite de Olivia e a dos meus primos, por isso eu e Matt saímos do bar e apanhámos um táxi para a casa do meu tio.
Durante o caminho não trocámos uma única palavra.
Chegámos a casa. Arranquei os sapatos altos dos pés e corri escada acima.
Deitei-me em cima da cama.
- Posso entrar? – Indagou o meu irmão. Eu fiz que sim com a cabeça.
- Queres falar?
Eu abanei a cabeça, negativamente.
- Posso deitar-me aqui?
Sorri-lhe e ele juntou-se a mim.
Não sei se se passaram meros minutos ou até uma hora… Bom, passado aquele silêncio, sentei-me na cama e virei as costas ao Matt.
Lambi os lábios e entreabri-os.
- I bit my tongue in the awkward conversation.
I met you once and I’d fallen for your notions.
Do you believe that there’s treasures in the ocean?
I don’t know why, I don’t know why…
Boy, you make wanna feel things I’ve never felt before.
Boy, you make me wanna feel.
Did I say I’m just a girl? Did I say I’m just a girl?
Oh lonely hands grab my suitcase full of nothing.
I don’t know why, I don’t know why…
You took me here and gave me something to believe in.
Did I say I’m just a girl? Did I say I’m just a… girl?

Suspirei profundamente.
Virei-me para Matt e este sorria ternamente.
- Conheceste um rapaz, não foi Lorelei?
- Sim.
- Eu vi o nosso primo a apresentar-vos. Se me permites, ele é muito giro. – E riu-se. Eu apenas consegui levantar uns milímetros os cantos da minha boca.
- E estás assim, provavelmente, porque esse rapaz fez questionar o teu relacionamento com o Chris…
- Exactamente…
- Hum, estou a ver.
- O que devo fazer?
- Carpe diem.
Arqueei a sobrancelha.
- Esse não é um bom conselho.
- Lamento, é o único que tenho para oferecer. Vá lá! Volta a ser a Lorelei que eu conheço: o vulcão de boa disposição e energia!
Revirei os olhos.
- Está bem.
- Prometes?
Parei e pensei um pouco antes de responder sim.
Mais tarde, quando Olivia regressou a casa, estive a contar-lhe o que aconteceu.
Por último, disse-lhe:
- Olivia Morgan, escreve o que eu te digo: aquele rapaz vai ser meu!
- Lorelei! E o Chris?!
- Escreve! Ele. Vai. Ser. Meu.



Pilar Rubio

4 comentários:

  1. Como não poderia deixar de ser, amei completamente o capitulo! Agora que venha o resto!!!

    Besos.
    Ana Patrícia.

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  2. Ih ih! Bigada <3
    O resto virá =D
    Besitos *.*

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  3. Bah, óbvio, óbvio, óbvio. Cliché! xD
    Xo*

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  4. Pois xD namorada irritante, gajo comprometido xD
    Acontece diversas vezes infelizmente ahahahahah =P
    Beijinhs ;)

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