sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Give Yourself To Me (4)

[ Lana Del Rey – Bel Air ]
- Eu quero acabar.

Disse-lhe o mais convincente possível. Já era a segunda vez que repetia a mesma frase.
- Acabar o quê?
Pois, óptima pergunta! Que raio de relação tínhamos nós?!
- Acabar com este relacionamento ou o que seja.
- Duvido.
- Perdão?
- Sim. Tu não consegues tomar uma decisão quanto a mim. Já não é a primeira vez que vens com essa história e como é que acabam as nossas conversas? Hum… deixa-me pensar… Ah! Já me lembro! As nossas conversas acabam contigo a abrires as pernas e a ser f…
- Nem penses em terminar essa frase!
Exclamei, interrompendo-o com o dedo indicador apontado para ele.
- Eu nunca te faltei ao respeito. Porque é que passas o tempo a desafiar-me desta maneira?
Sergio fez o seu melhor sorriso trocista, provocador e ardente.
- Eu sei como é que eu te faço sentir… Tu és a pessoa mais inconstante, indecisa e insegura que eu já conheci. Comigo, tu consegues sentir-te mais confiante.
- Tu não me conheces! Não sabes nada sobre mim, ouviste?!
Levantei-me da cadeira da sala de jantar da casa dele, irada.
- Estás enganada…
Afasto-me dele e deixo ficar o meu corpo encostado à parede.
Passados alguns segundos, senti a sua presença atrás de mim. E de repente, abraçou-me.
Alertem os media! O Sergio Ramos estava a abraçar-me!
Tinha a sua face enterrada no meu ombro e no meu cabelo. O seu peito e barriga colados às minhas costas e as mãos na minha cintura.
Fechei os olhos e desfrutei do momento, até ele afirmar:
- Eu sei que tens problemas familiares… e, também sei como isso é mau…
Comecei a ouvir o meu batimento cardíaco nos ouvidos.
- Como sabes isso?!
Ele fez um som que transmitia indiferença.
- Tenho bons informadores, é só isso.
- Andas a espiar-me?
- Não propriamente.
Ao ouvir isto, sobressaltei-me. Virei-me para ele, querendo encará-lo a fim de saber se estava a ser sincero ou apenas a brincar.
- Sergio!
- Nathaira.
[ Lana Del Rey – Gods and Monsters ]

Fitámo-nos durante um bocado, até ele me beijar com euforia.
Já estávamos sem fôlego. Entretanto, ele parou de súbito.
- Tu amas-me?
Esbugalhei os olhos.
- O quê?!
- Responde à pergunta.
- Eu… não…
O meu coração batia frenético no meu peito.
- Estás a mentir.
- Não estou… juro!
As suas mãos acariciavam-me as maçãs do rosto.
- Tens medo que eu te deixe por me amares, não é?
Pisquei os olhos, sem saber o que fazer, o que dizer.
- Tu já és minha! Diz aquelas duas palavras e também serei teu.
- Estás louco!
Bufei, exasperada.
Sergio pegou-me ao colo e dirigiu-nos para o seu quarto.
Deixou-me cair na cama e começou a despir-me.
Tentei impedi-lo, a sério que sim, mas era bastante difícil levar a minha avante com ele.
Lançou a sua mão direita numa demanda na mesinha-de-cabeceira. Só depois percebi que procurava o comanda da aparelhagem.
Poucos segundos depois, a atmosfera do quarto tornou-se muito mais erótica ao som de Closer dos Kings Of Leon e o ar entre nós muito mais pesado, quase irrespirável.
Estava, agora, apenas em roupa interior e Sergio olhou para baixo, apreciando a vista que aparentava deliciá-lo.
Começou a beijar-me a barriga e eu a contorcer-me, pois fazia-me cócegas.
Virei a cara para o lado, afastando-me dos seus beijos sequiosos, o que só o fez percorrer o meu pescoço – agora arrepiado – com o seu nariz e língua.
- Diz que me amas.
- Não!
- Não me mintas e, mais importante do que isso, não mintas a ti própria. Podes fingir que não sentes nada por mim, porém no fundo sabes que não é verdade e que mesmo que os escondas, este tipo de sentimentos não se evaporam assim de um nada no ar.

O que raio teria eu de fazer para o calar? Hum…
Mordi-lhe o lábio inferior com força, até lhe sentir o sangue.
Ele olhou-me surpreendido a lamber o seu próprio lábio.
Comecei a desapertar-lhe as calças e a tirá-las.
Subitamente, ele agarra-me ambos os antebraços. Arqueio a sobrancelha e ele nega com a cabeça.
- E que tal ficarmos só deitados?
Inspirei com dificuldade, perplexa com a situação.
Ele… ele já não me queria… já não queria conectar comigo…
Bem, depois do que lhe disse, se calhar já era de esperar, não é?
Senti que os meus olhos estavam desejosos de expulsar as inúmeras lágrimas que lá se acumularam.
- Não é o que estás a pensar, Nathaira. Eu… só quero adormecer abraçado a ti.
Por favor, que seja verdade!
E assim abraçados, pele com pele, ombro másculo com bochecha quente, caímos num sono profundo.


 
 

4 comentários:

  1. Está história é uma caixinha de surpresas mas tenho a sensaçao de que vem mais muit mais para se contar :P Gosto dos dialogos,faz nos peceber como sao as personagens psicologicamente e como as devemos perceber,Continua estás a escrever bem melhor..agora é sempre esperar que nos surpreendas :)*

    ResponderEliminar
  2. Olá, Bárbara!
    Obrigada pelo comentário construtivo e motivador!
    Eh Eh, espero que vos consiga surpreender ;)
    Beijinhs

    ResponderEliminar
  3. "já não queria conectar comigo"... Gostei imenso da escolha da palavra "conectar" xD
    Gostei particularmente do fim; é pena ser pequeno, das outras vezes eram textos maiores, parece-me.
    Beijinhos e boa escrita :)

    ResponderEliminar
  4. Ehh ehh, obrigada Alyra Richards =P
    Jinhs para ti também =)

    ResponderEliminar