domingo, 30 de dezembro de 2012

Two Become One (2 - ROSA)

Suspirei enrolada nos lençóis.
Permanecia aninhada nos braços de Chris e bem juntinha ao seu corpo escultural.
- Não seria óptimo se tudo na vida fosse assim tão fácil?
Encostei melhor o ouvido contra o peito dele. Adorava ouvir o som do seu coração a bombardear todo aquele ser que me pertencia.
- Tão simples como? – Pretendeu ele saber.
- Como, por exemplo, nós! A urgência de dois seres se terem um ao outro.
Mirei-o e observei aquelas suas mínimas rugas alojadas na sua testa, enquanto pensava na questão que eu acabara de levantar.
- Nem sempre é fácil, Lorelei. Há casos em que o amor é complicado.
- Bem, não devia ser. – Ripostei de uma rajada, sem pensar.
- Tenho de concordar contigo.
- Connosco não foi assim! Foi simples como o mero acto de respirar.
Ele olhou para mim assim como… um cego a cheirar o belo aroma da sua flor preferida. Agora já não a conseguia ver, no entanto, o seu olfato tinha sido aperfeiçoado e conseguia esquecer os espinhos que lhe feriam os dedos, adorando a flor… Os olhos de Chris escorregavam por mim como se conseguisse arrancar algo de melhor em mim, esquecendo os meus defeitos, adorando-me.
Ele era o cego e eu a flor.
Tinha medo que ele realmente estivesse cego e não me visse como o que eu realmente sou: uma rapariga com qualidades físicas e, acima de tudo, que não bate bem da cabeça, traumas aqui, problemas ali…
LORELEI, JÁ CHEGA! Desliga esse botão da negatividade e recompõe-te!
Céus!
Respirei fundo, ajustei melhor o lençol ao meu corpo e comecei a levantar-me.
Chris resmungou em protesto contra a almofada, pedindo para que eu voltasse para junto dele e ficássemos ali num tranquilo estado de nirvana.
Porém, aqui a minha pessoa não ligou àquelas ronhas e afirmei muito decidida:
- Nem pensar, meu menino! Vamos tomar banho e depois vestir-nos. Escoltas-me, de volta a casa a fim de me arranjar. E, no final, quando eu já estiver deslumbrante, vamos jantar fora. A seguir ao jantar, vamos ao Me&You.
Chris sorriu, satisfeito. Levantou-se e ergueu os braços no ar.
- A sereia manda!
Abanei a cabeça e corri até ao polibã.
Fizemos tal e qual como previsto. Entretanto, cheguei a casa.
Ian não estava lá. Já devia ter saído com a Miss Bulgária. Enfim!
Subi as escadas, rumo ao meu quarto e mergulhei no roupeiro cheio de vestidos.
Optei por um vestido verde musgo curto. Tinha um ar romântico que se adequava tanto a uma saída para o restaurante como para a discoteca, posteriormente.
Soltei mais o cabelo, calcei os sapatos e juntei-me a Chris na sala.
Minutos mais tarde já nos encontrávamos à entrada do restaurante.
- Mr. Evans. Miss Somerhalder. – Saudou-nos o empregado que já nos conhecia. – Reservámos uma mesa para vós.
- Obrigado. – Agradeceu Chris, cordialmente.
Fomo-nos sentar. Claro, o meu namorado cavalheiro puxou a cadeirinha para me sentar. Admito que corava sempre que ele fazia aquilo.
Pedimos os pratos e começámos a petiscar as entradas. O ambiente estava calmo e bastante agradável.
Até que…
Avistei a pacóvia agarrada ao meu irmão.
Revirei os olhos. Como é que isto era possível?! Com tantos restaurantes na zona era mesmo necessário virem àquele?! Que sentido de oportunidade, realmente!
FUCK!
Chris apertou-me a mão, fazendo voltar à realidade. Pisquei os olhos.
- Estás bem, Lorelei? Estás pálida.
- A Búlgara chegou.
- A Nina? – Perguntou ele ao virar-se. Eu queria dizer-lhe para se voltar para a frente antes que eles nos vissem. Missão falhada! O Chris acenou ao Ian.
Nunca discutimos nem nada do género, mas havia certos momentos (TAL COMO ESTE) em que crescia uma força sobrenatural dentro de mim com o intuito de esganar o Chris. Inspirei pelo nariz e expirei pela boca, acalmando-me.
Eles aproximaram-se.
- Que coincidência! – Exclamou Ian. Tão inocentíssimo que ele era.
Chris levantou-se e deu um abraço mesmo boyish ao meu mano. De seguida, cumprimentou-A. Ela rolou os seus olhos na minha direcção.
- Olá, Lorelei.
- Viva, Nikolina Constatinova!
Chris tossicou ao tentar disfarçar um riso. Ian arqueou a sobrancelha.
- Sou. Nina. – Atirou ela por entre os dentes quase a ranger.
- Não é o que está no teu bilhete de identificação.
Estive perto de ronronar, mal a ouvi engolir em seco.
- Porque não nos comportamos como gente civilizada e crescidinha? – Sugeriu Ian.
Nina fez um esgar.
- Não sabes que a tua irmã parou de crescer quinze anos?! – Murmurou ela.
Esbugalhei os olhos e ia responder de um jato, mas parei a tempo antes de armar um escândalo no meio do restaurante.
Em vez disso, disse-lhes:
- Não querem jantar connosco?
- Será boa ideia, Lorelei? – Quis Ian saber. Testava-me.
Fiz sinal ao empregado para que adicionasse uma mesa à nossa.
Durante o resto do jantar não houve mais comentários salpicados de pimenta.
Uma conversa seca aqui ou ali…
Chris e Ian foram pagar a conta e eu dirigi-me para a entrada do restaurante.
Senti uma presença indesejável atrás de mim.
Agarrou-me no braço, o que fez com que me virasse para ela.
- O teu irmão é meu! Por mais veneno que lhe metas na cabeça, isso não irá mudar o que ele sente por mim.
Sorri com malícia.
- Deixo a parte do veneno por tua conta. Tenho a certeza que és mais profissional nesse tema do que eu.
Dito isto, dei um safanão para soltar o meu braço.
Quando os rapazes vieram, ela alisou o vestido e riu-se como se tivéssemos trocado piadas engraçadas. Despedi-me do meu irmão e entrei no carro.
Arrancámos.
- Por que é que te dás mal com a Nina? É por ser… búlgara?
- É claro que não! Não tem nada a ver com isso, por amor de Deus! Eu tenho familiares no estrangeiro, portanto… - Arquejei os ombros.
- Então, tens ciúmes dela?
- Também tu?! Não, não é isso. Eu amo muito os meus irmãos e só penso que o Ian podia ter uma rapariga melhor. Melhor do que ela…
- Hum. Mudando de assunto, tens tido notícias do teu outro irmão?
- Penso que foi hoje que acabaram as gravações do White Collar, por isso ele deve regressar a casa amanhã! – Constatei, alegre. Já tinha saudadinhas do meu maninho mais velho.
- Depois temos de sair juntos. Pôr a conversa em dia. – Sorriu Chris.
Eu adorava que ele adorasse ambos os meus irmãos. Era muito importante para mim ter o que restava da nossa família unida.
Quando dei por isso, já nos encontrávamos à porta do Me&You.
Chris foi estacionar mais adiante e eu entrei logo na discoteca.
O ambiente já estava a bombar e os meus pés não resistiram e começaram a movimentar-se com estilo. Atravessei a multidão e dei de caras com Olivia que estava no cimo das escadas que davam lugar ao seu escritório. Ela era relações públicas daquela discoteca tão popular e totalmente IN.
- Olivi!
- Loreli!
A nossa saudação do costume. Abraçámo-nos.
- Uh, gostosa! – Exclamei eu a brincar com ela.
- Temos que nos manter apresentáveis, certo?! – Rimo-nos.
- O Chris?
- Foi estacionar. O Joseph?
- Ele estava por aí. Agora perdi-o de vista.
- Hum! Apetece-me ir cantar!
- O palco está sempre aberto para ti, fofa!
Mordi o lábio, cedendo à tentação.
Saltei para o palco e fui á procura do microfone. Assim que o achei, liguei-o e gritei para o pessoal:
- Boa noite! – AHHH’s e WOWW’s em resposta. – Parecem animados, embora não o suficiente! Talvez Go-Go Dancer de Lana Del Rey vos ajude.
Mais AHHH’s e WOWW’s da plateia.
Uff, que criatividade!
Dei um pulinho ao bar e pedi uma água para clarear a voz.



- I drop it like it's hot,
On the pole, on the pole.
Shining in the club,
Neon gold, neon gold.
They call me firecracker,
And alcohol's a factor.
I drop it like it's hot,
Baby, bolt, baby, bolt.
A little bit of fun,
For your soul, for your soul.
They call me firecracker,
'Cause ain't nobody faster.

O pessoal estava a aderir bem. Quando cheguei ao refrão, foi loucura!

I'm your go-go dancer,
Midnight answer,
Jukebox sweetheart,
Queen of the night.
Vegas, baby,
If you pay me,
Anything you like,
Go, g-go, g-go,
Dancing tonight.

Todos dançavam! Avistei Chris ao lado de Joseph e de Olivia.
Olhei directamente para o meu boy e dancei sensualmente.
Para ele. Só para ele.

Pushin' up my, uh,
In your face, in your face.
Keep your fingertips,
On my waist, on my waist.

I'm your go-go dancer,
Credit card romance.

Quando terminei a música, todos me aplaudiram e eu agradeci muito feliz.
A noite perdurou em óptimas companhias, danças e bebidas.
Tínhamos de aproveitar a vida.
Não somos jovens para sempre, por isso, há que aproveitar a vida ao máximo, viver como se amanhã fosse o nosso último dia.
Carpe diem!


[ http://www.youtube.com/watch?v=t1TcDHrkQYg ]


Lorelei
 
Chris
 

Ian & Nina
 

Olivia
 

4 comentários:

  1. This is so perfect <3

    Estou mesmo a AMAAAAAAR e só quero, mais e mais e mais :D
    Espero assim com muitas ganas o próximo!

    Besos Loreli <3

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  2. Obrigada!
    Espero que também tenhas ganas suficientes pa publicar na tua tb =P
    Besitos Olivi! <3

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  3. Olá!
    Primeiro que tudo, queria dizer-te que não dá para ver as imagens que colocaste, nem mesmo a tua imagem de perfil, quando comentas.
    A Lorelei é super engraçada. Gosto imenso dela! :D
    Mas há uma coisa que não gosto muito, que é o facto de colocares letras maiúsculas. Entendo que é para dar ênfase, contudo, soa a escrita infantil. Não te quero ofender, nada disso!, apenas salientar que podias colocar simplesmente em itálico, pois o efeito é o mesmo. Como é óbvio, isto é apenas uma sugestão; a fanfic é tua e fazes dela o que bem entenderes! Pelo menos assim é que deve ser, visto que escrever para a gradar terceiros é uma seca xD
    Boa escrita, linda. Beijinhos*

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  4. Olá, Alyra!
    Obrigada p/ me avisares sobre as imagens; ñ fazia ideia que ñ dava para ver...
    Fico contente p/ gostares d Lorelei ;)
    Obrigada tb pelo teu valioso conselho sobre as letras maiúsculas!
    Beijinhs *.*

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