quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Give Yourself To Me (8-Parte 2)


- Isobel?! Eu… nem acredito! Onde estás?
Do outro lado, senti-a sorrir.
- É melhor não saberes…
- Tenho saudades tuas!
- Eu também, minha querida. Eu também…
Olhei para a minha direita. Sérgio estava sentado, atento à conversa. Não sei se estava a entender o que eu estava a dizer, pois falava Inglês com o meu sotaque escocês.
Sem saber bem o que fazer, levantei-me da cama e cobri-me com o robe que tinha à mão. Desci as escadas e dirigi-me à sala.
- Estás acompanhada.
Não era uma pergunta, mas mesmo assim, decidi responder.
- Sim.
- Eu já sei de tudo. Agora até vejo cartazes teus pelas ruas…
- Pois… quanto a isso…
- Não deve haver motivo de preocupação, fica tranquila. Gosto de te ver feliz. Esse futebolista… faz-te feliz, não é?
- Sim.
- Contaste-lhe sobre o nosso…
- Não!
Exclamei, quase a deixar escapar um grito elevado.
- Podias contar-lhe… tenho a certeza que se ele te ama, vai compreender.
- Eu… tenho medo da reacção dele. Tenho medo que ele me deixe, por causa deste segredo.
- Nathaira. Consegues estar numa relação com esse peso na consciência?
- É complicado.
- Eu sei.
Por momentos, não falámos.
- Pintaste o cabelo.
Pisquei os olhos. Não esperava aquela afirmação.
Abanei a cabeça.
- Sim. Foi a mãe que me aconselhou a fazê-lo.
- Fizeste bem! Eu também o pintei. Mesmo ao já não sermos ruivas,
continuamos a ter a mesma cor de cabelo: castanho.
Ambas nos rimos.
[ Paramore – Misguided Ghosts ]
- E… como está a mãe?
Isobel respirou fundo.
- Fui à Escócia visitá-la no mês passado. Ela está… bem, digamos.
- Isso quer dizer que já não estás na Escócia.
- Não, não estou lá.
Foi a minha vez de respirar fundo.
- Está bem.
- Nathaira… tenho de ir.
- O quê?! Mal falámos! Por favor, Isobel, diz-me onde estás! Quero ver-te!
- É melhor assim, Nathy. Tenho mesmo de ir.
- ESPERA!
- Amo-te muito.
- Isobel!
[ Evanescence – My Immortal ]

E desligou. Tentei ligar uma e outra vez. Obviamente que não atendeu.
Lancei o telemóvel à parede e partiu-se em vários fragmentos.
Senti uma dor forte no peito. Encostei-me à parede e deixei-me escorregar até ao chão, com o cabelo emaranhado à volta do rosto e lágrimas nos olhos.
Nem sequer senti Sérgio a meu lado, pouco tempo depois.
Envolveu-me com o seu braço forte e eu aninhei-me a ele.
Quando as minhas lágrimas pareceram cessar, limpei os olhos – que deviam estar já muito vermelhos, assim como o meu nariz.
Sérgio afastou-me mais o cabelo para trás e ergueu-me o queixo a fim de o encarar.
[ Limp Bizkit – Behind Blue Eyes ]
- O que se passa, Nathaira? Quem te telefonou?
Funguei e mordi o lábio, meio trémulo.
- Era a minha irmã. Isobel.
- Já não falavas com ela à muito tempo?
Desviei o olhar do seu.
- Hum… já não a vejo há seis/sete anos.
- O quê?! Porquê?!
- Sérgio… eu tenho-te omitido algo muito importante sobre mim, sobre a minha vida…
Ele nada disse, apenas continuou a olhar para mim, incentivando-me a prosseguir.
- E queres alterar isso?
- Quero e… não quero. Por um lado, quero contar-te isto o mais rápido possível. Por outro… tenho medo.
- Medo? Medo do quê?
[ Majandra Delfino – In The Air ]
- Medo que te afastes de mim para sempre.
- Isso jamais podia acontecer. Eu… eu entreguei-me a ti.
O meu coração disparou ao ouvir isto. Passei a língua pelos lábios, humedecendo-os. Fitei-o durante algum tempo.
- Diz-me.
Pestanejei.
- Eu e a Isobel. Matámos um homem.
Pronto! Já disse!
A princípio, Sérgio não teve qualquer reacção. De seguida, perguntou-me de eu estava ou não estava a falar a sério. Esbugalhou os olhos e ergueu as sobrancelhas, com o corpo tenso.
- Porquê?!
- Porque esse homem abusava sexualmente da minha irmã.
Sérgio não podia estar mais chocado.
Levantou-se e começou a andar de um lado para o outro com as mãos na cabeça.
- Esse… esse monstro nojento também te…
Nem sequer o deixei terminar a frase:
- Não! Nunca!
Ele fechou os olhos e afagava a cana do nariz.
- Quem era esse homem? Vosso vizinho? Amigo da família?
- Não. Não era nada disso.
Colocou as suas mãos na cintura.
- Então, quem era esse filho da puta?
- Ele… ele era o nosso pai.



 



3 comentários:

  1. Bah, demasiado previsível. Desde que ela disse "matámos um homem" foi canja descobrir do que se tratava.
    Repetes muitas palavra, tenta variar - é só um conselho, não é preciso segui-lo xD
    Beijos*

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  2. Olá, Alyra.
    Já me tinhas dado esse valioso conselho xD eu não me preocupo muito ao escrever fanfics, porque faço-o apenas para me divertir.
    Ao contrário dos Romances Fantásticos que escrevo, não me importo muito se coloco bem uma vírgula aqui ou ali, nem se apresento uma diversa gama de novo vocabulário, quando estou a escrever capítulos para postar aqui. Enquanto nas minhas histórias que não posto aqui, os meus capítulos são muito pensados antes de serem acabados, neste tipo de fanfics, nem releio o que escrevi, porque tudo o que escrevo sai com muita naturalidade e, para não alterar isso, posto logo s/ pensar.
    No entanto, sei bem que é óptimo variarmos o vocabulário e sou apologista disso!
    Se não fosse a Fairytale Dreams (a minha leitora mais antiga, amiga e maior impulsionadora para continuar a postar fanfics), dúvido que escrevesse fanfics e as postasse, porque como disse no início, faço-o apenas para me divertir =P
    Beijinhs e obrigada!

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    1. É bom saberes que és do tipo de pessoa que escreves (neste caso, fanfics) para se divertir e não para agradar, como gente que conheço o faz :)
      Então olha, continua a divertir-te e a sorrir, porque isso é sempre o mais importante: a nossa felicidade!
      Beijinhos grandes*

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