sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Give Yourself To Me (9º)


Estávamos ambos no quarto dos roupeiros…
Eu via, tirava e voltava a pôr calças, corpetes, saias e vestidos nos cabides.
Estava desanimada, porque não encontrava a roupa perfeita que gritasse: Hey! Sou a namorada do seu filho. Sou uma rapariga muito delicada, nada arrojada nem oferecida… porque é que os meus corpetes diziam precisamente o contrário?! Apetecia-me berrar mesmo muito alto.
Atirei-me para o chão, escondendo a cara.
- Nathaira? O que se passa?!
Perguntava Sérgio. As suas mãos lutavam contra as minhas para destapar o meu rosto pálido.
- Eu tenho medo que a tua família não goste de mim!
A boca de Sérgio abriu-se num O impecável.
- Mas que disparate! Pára de pensar assim, ouviste? Eles vão cair aos teus pés… tal como aconteceu comigo.
E esboçou aquele sorriso que lhe fazia umas adoráveis rugas no canto dos olhos, que por sua vez me bombardeava o coração com mais e mais sangue viçoso.
- Se pensas que tens piada, estás enganado!
Batendo-lhe no ombro ao de leve.
Os seus olhos reviraram-se. Virou-me as costas e entrou no meu roupeiro.
Viu imensos vestidos que lá se encontravam. Agarrou num cabide. Tornou a voltar-se para mim e avistei o vestido que balançava nas suas mãos enormes, às quais o meu corpo ansiava pelo seu toque.
Arrefece essa cabeça, por favor Nathaira! Vais conhecer a Sra. E o Sr. Ramos!
Engoli em seco.
- Quero que vistas este vestido.
Mordi o lábio, indecisa. Contudo, acabei por pegar na peça e vesti-la.
Mais tarde, quando Sérgio estava a estacionar o carro à entrada da vivenda dos pais, eu perguntei-lhe:
- Quem mais irei conhecer?
- Hum… para além dos meus pais, a minha prima, o seu namorado e a minha sobrinha.

Esbugalhei os olhos.
Ele estendeu-me a mão e apertou a minha, ao mesmo tempo que murmurava ao meu ouvido para não me preocupar. Falar era fácil…
Tocou à campainha.
Sentia as minhas pernas a fraquejar. Talvez a minha actual flacidez fosse mesmo notória, pois Sérgio apertou-me bem a cintura com o seu braço.
- Não me deixes cair.
Disse, aparvalhadamente.
- Nunca.
E nisto, a porta abriu-se.



- Nathaira? Entrem, entrem, meus queridos!
Exclamou uma senhora baixinha e rechonchuda com um sorriso muito simpático.
Quando os meus enormes sapato-agulha pretos fizeram soar no chão da entrada, senti uns quantos pares de olhos pousados em mim. Podia dar-me para pior, mas corei. A senhora que nos abriu a porta colocou as suas mãos nos meus ombros e fitou-me de olhos brilhantes. Os seus eram mais escuros do que os olhos de Sérgio, não obstante, trespassavam-me com um calor familiar. Num piscar de olhos, abraçou-me!
- Estou tão feliz por finalmente conhecer-te!
Afagava-me as costas. Expirei sonoramente. Aquilo era carinho de mãe. E eu tinha tantas saudades de o receber. Abracei-a também com força, sem pensar.
Depois de alguns momentos, separámo-nos uma da outra. Uma das suas mãos alcançou o meu queixo, elevando o meu pescoço.
- És linda! És a rapariga mais bonita que eu já vi.
- Obrigada, Sra. Ramos.
Agradeci um pouco acanhada.
- Paqui, por favor.
Acenei e sorri.
- Vais dar-me netos igualmente lindos, não vais?
Ri-me, sem saber o que poderia responder.
- Mami!
Exclamou o Sérgio.
- Oh, dá-me um abracinho tu também!
Oh meu Deus, que lindos!
A Sra. Ramos… quer dizer, a Paqui fez-nos entrar na sala.
Conheci o Sr. Ramos e a pequena sobrinha do Sérgio (um bombom).
De seguida, uma rapariga que devia ser da minha idade, levantou-se do sofá e veio cumprimentar-me. Tinha o mesmo tom de cabelo que o Sérgio, um bonito tom castanho caramelo. Notavam-se umas outras quantas semelhanças para além desta.
- Olá, Nathaira! Sê muito bem-vinda a esta família! Eu sou a Ana, prima do teu namorado.
- É um prazer conhecer-te, Ana!
- Igualmente. Penso que nos daremos bem.
Sorrindo-me.
- Assim o espero!
- Este é o Ezequiel, o meu hombre.
- Olá, Nathaira.
Cumprimentou-me ele.
Todos diziam o meu nome com extrema facilidade. O que era estranho! Quando entrei para a Faculdade de Madrid era complicadíssimo chamarem-me.
Era óbvio que o meu nome era muito falado nesta casa. E eu não me podia sentir mais feliz por reconhecer esse facto.
Feitas todas as apresentações, serviu-se o jantar.
Estava muito bom, apesar de não fazer ideia o que raio estava eu a mastigar.
- Falas muito bem Espanhol, Nathaira. Surpreendente para uma escocesa.
- Não sejamos racistas, está bem padrinho?
Sublinhou Ana na brincadeira.
- De modo algum. Estava unicamente a comentar.
- Eu compreendi, Sr. Ramos. Pois, são algumas das vantagens em se estudar várias línguas na Universidade.
Gracejei, à vontade com eles.
- Gostava de te ouvir falar a tua língua materna…
- Avozito? Nunca ouviu ninguém falar Inglês?!
Indagou a pequena sobrinha de Sérgio.
- Não me estava a referir ao Inglês, pequenita. Queria dizer, o Escocês antigo…
Não estava nada à espera daquele pedido.
- Hum… claro… já não falo há muito tempo, posso estar enferrujada.
- Oh, minha querida, nós não achamos diferença.
Riu-se Paqui.
- Sendo assim…
Virei-me para Sérgio:
[ Carter Burwell – Bella’s Lullabye ]

-         Tha gràdh agam dhut.

-         Tha gaol agam ort.

Ele respondeu que também  me amava em gaélico escocês.
- O que disseram vocês os dois?
Quis Paqui saber.
- Não será óbvio, madrinha?
Disse Ana ao esboçar um largo sorriso.
- Sabes, Nathaira… és a primeira namorada que o meu filho apresentou à família. Adivnhas porquê?
Abanei a cabeça a Paqui.
- Porque ele sabia que todas as outras raparigas com quem ele esteve não eram as tais! E eu estou muito contente por ele ter finalmente encontrado a tal e seres tu! Devemos-te muito. Não imaginas como ele era em comparação ao que agora se tornou.
Hum… olhe que talvez saiba…
Sorri-lhe.
Virei a cabeça para o lado e mirei o rapaz que se encontrava a meu lado.
Por momentos, consegui imaginar um Sérgio Ramos reformado e de cabelos grisalhos. E eu, igualmente envelhecida a seu lado. Bebericando chá no jardim da nossa casa e prestes a recebermos as visitas dos nossos filhos e netos.
Era ele, sem dúvida, o homem com quem queria estar e amar até ao fim dos meus dias… Era ele, sem sombra de dúvidas…


 


5 comentários:

  1. Não fazes ideia de como me sinto... está simplesmente perfeitoooo!
    ADOREEEEEEEEEEEEEEI PRIMA <3

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  2. =O OHHHHHHHH, BIGADA =D <3 <3 <3
    Não sei se mandaste sms. O meu telele já está s/ bateria =S
    P.S.) Já escrevi umas coisitas no 1º Cap. da TwoBecameOne =P
    BESOS, PRIMA!

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  3. Amei <3
    Quero mais...
    Continua...
    Beijinhos :*

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  4. Ficou giro e simples :)
    Uma coisa que não entendi: porque colocas as falas a negrito? xD
    Beijos*

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  5. Olá, Joana #14.
    Ainda bem que gostaste e, em breve haverão mais capítulos =D
    Beijinhs

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    Olá, Alyra.
    Obrigada.
    AHAHAH muito curiosa a tua pergunta... É simples e nada de especial: deve-se apenas ao facto de eu gostar de ir alterando a forma como escrevo =P
    Beijinhs

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