quinta-feira, 14 de julho de 2011

ALMAS DESTINADAS ~ 6ºCapítulo (1ºparte)

WOW! E EU QUE PENSAVA SER A ÚNICA COM NOTÍCIAS BOMBÁSTICAS
Domingo, 16 horas, Cais de Belém

Estava numa esplanada à beira do rio Tejo, a ouvir Sete Mares de Sétima Legião, enquanto esperava por uma pessoa muito importante na minha vida. Dou uma vista de olhos em meu redor e, ainda longe, vejo uns cabelos loiros claros a esvoaçarem com a brisa proveniente do rio.
Os seus olhos azuis também me avistam e assim, apressou o passo, até chegar à esplanada, abraçando-me e pegando-me ao colo.
- Credo atleta! Põe-me lá no chão! – rindo-me.
- Tinha tantas saudades tuas, Mariza! – exclamou Inês Oliveira, fazendo com que os seus olhos brilhassem ainda mais.
- Também tive tuas, fofa! Senta-te. – fazendo-lhe sinal. Ela sentou-se, suspirando.
- Então, rapariga? Que tens andado a fazer?
- Trabalho e mais trabalho.
- Como sempre…
- Pois basicamente… e tu?
- Bom, como sabes estou de férias e ando a aproveitá-las da melhor forma
. – disse Inês com um enorme sorriso. Aquele sorriso despertou-me imensa curiosidade. Havia ali alguma coisa…
- E qual foi a melhor forma que encontraste para aproveitar a tua folga das corridas?
Inês praticava atletismo no Benfica desde muito novinha. Entrava em variadas competições nacionais e já ganhou vários troféus e medalhas de ouro. Era um orgulho!
- Quero criar suspense! – disse ela, erguendo as sobrancelhas, marota. – Diz-me tu em que armadilha te meteste.
Mordi o lábio, começando a contar tudiiiinho. O “casamento” com o Derek, tudo o que aconteceu entre mim e ele, o presente que me deu…
- Ele gosta de ti.
- Desculpa?
– quase ao engasgar-me com o Nestea de manga.
- O Derek gosta de ti! Não há outra explicação.
- Mas…
- ía começar a contra-argumentar quando Inês me interrompe.
- Não! Não vais começar a inventar razões guiadas pela tua lógica perfeccionista. Ele gosta de ti, ponto final, parágrafo! O que vais fazer quanto a isso?
- Hum, não sei… eu não gosto dele dessa maneira…
- Acho então, que seria muito simpático da tua parte, clarificar-lhe o que se passa, o que sentes.
- Provavelmente, tens razão.
Inês encolhe os ombros e dá um gole no seu Nestea de limão.
- Estás com essa cara apenas por causa do Derek?
- Que cara?
- Essa cara de “estou perdida”, “não sei o que hei-de fazer”, “please, help me”. Estou aqui, Mariza. Diz-me o que te atormenta.
- Oh, não é bem “atormentar”.
- Então…?
- É mais do estilo: não sei se ligo ou não
. – rindo-me ao corar.
- Calma! Ligar a quem?
Esfrego a testa, afastando a franja. Mostro-lhe os nove números que decoram a palma da minha mão.
- É um telemóvel… mas de quem? – este assunto sim, suscitou o máximo de curiosidade de Inês.
- Nem vais acreditar.
- Credo, Mariza! Estás a pôr-me nervosa. Diz-me.
- Estes números constituem o telemóvel de Radamel Falcão que entrevistei de ontem
.
Inês esbugalhou os seus olhos azuis expressivos.
- Estás a brincar, não estás?!
- Hum, não. Eu disse-te que não ias acreditar!
- E eu a pensar ser a única com notícias bombásticas! Não lhe vais ligar?
- Acho que estou mais inclinada para lhe ligar. O que achas? É mau? Quer dizer, achas que há problema em termos alguma espécie de “envolvimento”? Ele é um jogador de futebol e eu uma jornalista… não quero pensar que me aproveito dele para ter notícias ou algo do género
. – disse tudo aquilo muito depressa mal respirando.
- Mariza? Calma, okay? Respira. – fiz o que ela aconselhou. – Se ele pensasse que tu te podias aproveitar dele, jamais te daria o seu número de telemóvel, não é?
- Pois, bem visto.
- Assim sendo - e repara que vai ser complicado de eu dizer isto, visto que sou uma Benfiquista até os meus ossos forem devorados por insectos feios – acho que devias telefonar a esse portista.
- A sério, a sério?
Inês acena com a cabeça, positivamente.
- Ligo-lhe agora?
- Porque razão não hás-de ligar já?
- Está bem…
- procuro o meu telemóvel e começo a marcar os números com as mãos um pouco trémulas. Pressiono o botão verdinho para ligar. – Está a chamar. – digo a Inês que revira os olhos nesse preciso momento. Sinto-me uma criancinha a brincar com fogo que não sabe domar.
- Hola. – atendeu ele.
Quando Inês viu que eu ía pressionar a tecla desligar, deu-me um pontapé nas pernas.
Reprimi um “au”!
- Hola, Albuquerque. – disse ele, novamente. Fiquei super desconfiada.
- Como sabes que sou eu?!
- Estamos teniendo un diálogo gracioso
. – rindo-se. – Tenía la esperanza de que ligasses.
- Ah, okay…
- Entonces, por qué me hás llamado?
- Hum… - na verdade não sei bem ao certo – liguei, porque queria saber o motivo por me teres dado o teu número de telemóvel. – óptima razão.
- Y si no lo hago?
- Como?
- Y si no quiero decir por eso que he dado mi telefono?
- E porque razão não queres dizer?
- Nada…
- Então se foi para nada que me deste o teu telemóvel, xau!
– disse-lhe, desligando o telemóvel.
Inês olhou-me com expectativa.
- Então e o encontro?
- Qual encontro? Não há encontro nenhum!
- Porque não?
- Porque ele não me quis dizer porque razão me deu o seu número.
- E era preciso seres tão radical?
- Era!
- Mariza, não estás a trabalhar. Quando uma pessoa se recusa a responder a uma pergunta que tu lhe faças, tens de aceitar e pronto.
– gracejou ela. Não achei piada nenhuma.
- Sabes que mais? Vou comprar um chocolate! – exclamei ao levantar-me e dirigir-me ao balcão.
- Hey, não devias abafar as tuas mágoas nos chocolates.
- Não estou magoada!
(…)
Quando regressei à esplanada, Inês remexia no cabelo como fazia, quando estava nervosa.
- Estás bem?
- Eu?! Claro que estou, Marisca.
- Hum. –
comi uma bolinha de Maltesers. – Ainda não me contaste a notícia bombástica que tinhas para me dizer.
- Tenho um namorado.
- A sério?! Wow! E quem é o felizardo?
- Tu, de certeza absoluta, que o conheces…
- Sim, Inês…? Quem é ele?
Ela estava definitivamente a corar imenso.
- É o David Luiz! Pronto! – exclamou, remexendo no cabelo loiro.
- O jogador do Benfica?!
- Esse mesmo!
- Aquele com belos caracóis?!
- Esse mesmo!
- O que veste a camisola 23?!
- Esse mesmo, Marisca!
- Oh, já sei quem é.
Inês revira os olhos, envergonhada.
- Então…?
- Então o quê?
– perguntei-lhe.
- Aprovas?
- Hum, não sei, Inês. Tenho de conhecê-lo primeiro.
- Que seja. Estás mais que convidada para uma noite na discoteca connosco!
- Hoje?
- Sim. Há algum problema?
- Hum, não nenhum.
- Então, está mais que combinado. Vamos buscar-te às 22 horas, boa?
- Está bem. Hum, olha também posso convidar a minha irmã?
- A Helena está cá?
- Sim, já voltou de Espanha… com um óptima companhia, aliás.
- O que queres dizer com isso?
- Ela namora com o Javi García, o novo jogador do Benfica.
- OMG!, aquela brasa ambulante?!
Ri-me. Sim, Javi era mesmo uma brasa ambulante.
- Sim.
- Ele é espanhol.
- Sim, aliás eles conheceram-se numa discoteca em Espanha.
- Uau! Mas que sortuda.
- Eu fiquei radiante, quando vi que eles pareciam mesmo felizes juntos.
- Ainda bem. Já merecia uma alegria. E tu também.
Desvio o olhar, percebendo ao que se refere.
- Há notícias da tua mãe?
- Não, nada de nada.
- Não fiques em baixo. Ela está a curar-se.
- Ou se calhar, não! Não sei…
- Bem, vamos às compras!
– exclamou ao levantar-se.
- Às compras? Porque razão?
- Dah! Precisamos de algo especial para vestir!
- Tu sim, vais fazer olhinhos ao brasuca, já eu…
- Óh, lá porque vais sem par, não quer dizer que vás de uma maneira qualquer. Quem sabe não apareça alguém especial para ti.
Franzi as sobrancelhas.
- O que queres dizer com isso?!
- Fazes demasiadas perguntas!
– exclamou Inês ao empurrar-me para a frente. (…)

(21h45)
Vesti as minhas calças de ganga justinhas e um top bastante curto que mostrava a barriga em tons púrpura com rendinhas em formas de pequenas flores. Penteei o cabelo de forma rebelde e calcei as minhas sabrinas pretas. Saí do quarto.
- Onde vais?
- Vou sair.
- Isso já eu percebi. Onde vais?
- Pronto, vou passar a noite na disco.
- Com quem?
- Mas porque é que tens de controlar a minha vida? Não és o meu guarda-costas!
- Isso já tu tens.
- Ai sim?
- O Ginja Tomás.
- Hum…
- nesse preciso momento, o meu gatinho apareceu, roçando-se nas minhas pernas.
Eriçou-se, quando Derek se levantou.
- Raios partam esse gato.
- Caladinho! Se o Ginja se eriça por tua causa é porque tem mais do que motivos para o fazer.
- Pois, sim…
Ia abrir a porta, quando a mão férrea de Derek me puxou o braço esquerdo.
- Tem cuidado.
- Terei, baby sitter.
- Queres que te vás buscar, quando saíres?
- Não, não é necessário.
- A sério, eu não me importo.
- Já disse que não e quando digo não é porque é não definitivo. Vou em boas-mãos.
Agora, se não te importas…
- referindo-me à sua mão, prendendo-me. Ele largou-me e eu fechei a porta atrás de mim.

3 comentários:

  1. fantastico...

    quero mais...

    continua...

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  2. adorooo, mais outra fic que tua é ! xD
    posta mais :D
    beijo.

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  3. descobri há pouco a tua fic e adoro...
    queria mais capitulos :P

    Continua
    beijos

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