segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ALMAS DESTINADAS => 6º CAPÍTULO, 2º PARTE

SÓ TU PODIAS ARRUINAR A MINHA NOITE!
Domingo, 22 horas, na Discoteca
Tinha finalmente conhecido o David Luiz, namorado da Inês. Conclusão? Ele era demais! Era super fofo, brincalhão e estava-lhe estampado na cara que adorava a minha grande amiga. Parece que toda a gente andava a encontrar as suas caras-metades. Toda a gente à minha excepção. Enfim...
Chegamos à discoteca que já bombava com uma música que eu adorava: Summer Love de David Tarave. Enquanto eu e a Inês nos lançávamos rumo à pista de dança, o David foi-nos buscar as bebidas. Entretanto, juntou-se a nós. Deixei-os dançar, agarradinhos e super apaixonados. Eu bebericava na minha bebida doce. Acabei-a e depressa me dirigi ao bar para pedir uma outra. Começou a tocar Diet Mtn Dew.
- WOW! – exclamei muito contente pela óptima escolha do DJ.
Senti uns toques de uns dedos no meu ombro direito. Virei-me e fiquei mesmo surpreendida.
- Te veo como te gusta esta canción... vamos bailar! – disse Radamel Falcão esboçando um sorriso que me fez derreter. Guiou-me até à pista de dança. Ele vergava umas jeans escuras, uns ténis da Addidas e uma camisa branca de manga curta que deixava à mostra os seus músculos dos braços. Estava a adorar aqueles minutos de dança e de olhares íntimos. Nada dissemos, enquanto dançámos, mas nada precisava de ser dito.
Até que ambos ficámos cansados e nos dirigimos à mesa redonda, onde Inês e David nos aguardavam. Apresentamo-nos uns aos outros.
- Quando vens a Lisboa, costumas frequentar esta discoteca? – perguntei ao Falcão.
Ele sorriu e pareceu corar um pouco.
- No... – Ele trocou um olhar com Inês e esta piscou-lhe o olho. – Nunca había estado aquí.
- Então, o que me está a escapar? Como sabias que estaria aqui?
- Fue Inês. Me envió un mensaje al que se encuentran aquí.
Dito isto, olhei para Inês e apetecia-me dar-lhe um abraço sufocante. Mas, em vez de o fazer, fitei-a e mimei a palavra Obrigada com os meus lábios sussurrantes.
A noite foi passando... depressa demais...
Tinha de voltar para casa, pois amanhã seria dia de trabalho e se me deitasse muito tarde, não aguentaria meter-me em pé tão cedo.
Ía despedir-me de Radamel:
- Ainda bem que apareceste, diverti-me imenso. Já andava a precisar de uma noite assim. – sorrindo-lhe, meia corada.
- Yo también, yo también. – rindo-se ao colocar algumas mechas do seu cabelo negro como as penas de um corvo, atrás das orelhas.
De repente, senti uma enorme vontade de o tocar. Na cara, no cabelo, nos braços, nas costas. Podia ter-me controlado, mas não o fiz. Lentamente, aproximei-me mais dele.
Falcão fitava-me em plena curiosidade e serenidade.
Os meus dedos estavam (com muita surpresa) firmes e confiantes. Assim sendo, avançaram rumo ao seu cabelo. Penteei-o por mera estupidez, pois era incrivelmente liso e parecia nunca estar despenteado.
Ele fechou os olhos, levemente. Parecia gostar das minhas carícias.
- Mariza? Vamo nessa? Nos tji levamos a casa! – informou o David, interrompendo o nosso momento. Imaginei Inês a dar-lhe uns valentes murros nos ombros, mal chegassem a casa.
Clareei a garganta, disfarçando um riso. Falcão abriu os olhos.
- Bem, eu... tenho de ir... hum... – suspirei ao virar-me, deixando para trás o rapaz que me levou o coração à boca. Ía dar o segundo passo, quando sou, abruptamente, detida. Uma mão férrea moldou-se na perfeição ao meu pulso fino. Nem precisava de me virar para saber quem era o dono da mão.
Mas virei-me, pois ele tinha-me puxado para si.
Era o dono do meu coração naquele momento e em todos os minutos em que tinha pensado nele. Beijou-me, primeiramente, com leveza, testando a minha boca. Depois, com mais fervor. No final, com mais doçura. Até que abrimos os olhos em transe. Só agora, reparei que as suas mãos estavam na minha cintura e as minhas enroladas no seu cabelo.
Sem pensar, pedi-lhe com a voz arrastada:
- Vem até minha casa.
Ele sorriu e deu-me a mão.
Fui despedir-me de Inês (segredando-lhe mil obrigadas no ouvido) e de David (sussurando-lhe para tratar muito bem a minha Loirinha preferida).
Entrei para o carro de Falcão. Fui dando-lhe as indicações necessárias até à minha casa. Ele estacionou e saímos do carro.
Eu, por norma, nunca uso o elevador, mas hoje fui pelo elevador.
Foi aí que a beijoquice começou...
Com alguma dificuldade, tirei as chaves de casa da mala e rolei-as na fechadura, enquanto Falcão me mordia o lóbulo da orelha direita.
Demos uns risinhos, quando ele me pegou ao colo e caminhava rumo ao sofá da minha sala. Estava muito escuro, mal viamos a cara um do outro, mas ele com perícia, depocitou-me em cima do sofá. Notei-o muito duro, até me estava a incomodar as costas, mas não me importei. Estava mais atenta em tentar vislumbrar como Falcão tirava a camisa. Ele ía-se aproximando, quando de repente, algo debaixo de mim se começou a mexer. Rezava para que não fosse o meu amorzinho Ginja Tomás, coitadinho.
Não, não era mesmo o meu gatinho. Percebi isso, quando sou empurrada para o tapete.
- Hey! O que é que se passa aqui? – berrou uma voz masculina.
Oh, nãoooooooooooooooooooooooooo!!!
Esqueci-me completamente que o Derek estava em casa! Aliás, no sofá!
Derek Hamilton estava na minha casa, dormindo no meu sofá (a sua cama improvisada)!
- Mariza, qué pasando aquí? – inquiriu Falcão.
Levei as mãos à cabeça ao levantar-me.
- Hum, Falcão? Peço imensa desculpa...
Fui interrompida por Derek:
- Falcão? Isso é nome de gente?! – gracejava ele.
- Derek, cala a boca! – exclamei já um pouco irritada.
- Ya lo verás! – ameaçou Falcão a Derek. Falcão já caminhava com um punho cerrado em direcção a Derek.
Por momentos, fiquei a olhar para eles os dois. Dois machões de peitos descobertos a transpirarem testosterona no meio da minha sala!
- Quer dizer, granda lata a tua, óh ave de rapina! – exclamava Derek. – Tu é que estavas em cima da minha cama a beijar a minha mulher! – chutou ele.
Falcão olhou para mim sem querer acreditar. Eu não conseguia dizer nada.
Derek continuava a falar:
- Eu não queria partir para a violência, mas se assim o queres...
- Ella es tu mujer?
– perguntou ao Derek, no entando, fitava-me ardentemente.
- Sim, claro! – respondeu-lhe como se fosse tudo muito óbvio.
- Pero no usa alianza! – constatou Falcão.
- Pois não. – corroborou Derek. – Ela não gosta de a usar, mas como podes ver, eu uso-a. – mostrando-lhe o anel no dedo anelar.
Depois de mirar bem o anel de Derek, Falcão olhou para mim e com repulsa e nojo, disse-me:
- PUTA! No quiero volver a verte! – berrou. Uma lágrima fria escorreu pela minha face.
Falcão agarrou na sua camisa, foi-se embora, fechando violentamente a porta atrás de si.
Deixei-me cair no sofá, sem forças.
- Bolas! Que noite! E eu a pensar que a tua casa era mais sossegada do que uma esquadra...
Fechei os olhos. Inalei muito ar. Expirei com violência. Abri os olhos, pousando-os em Derek.
- TU NÃO PENSAS, POIS NÃO?!
- Se eu não penso? Penso e bem!
- ESTAVA TUDO A CORRER TÃO BEM....
- Podes crer! Eu estava a sonhar como anjinhos!
- E TU TINHAS DE DESTRUIR TUDO!
- Tu é que me destruíste o sonho!
- CALA-TE! SÓ TU PODIAS ARRUINAR A MINHA NOITE, NÃO ERA DEREK?!

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