domingo, 1 de abril de 2012

15º CAPÍTULO (3º FlackBack)

TERCEIRO FLASH-BACK
1-SETEMBRO-2007


Estava uma linda tarde de Verão.
Eu e Sérgio estávamos nos jardins da casa dos meus tios.
Hoje, era o meu último dia de férias em Espanha. Na manhã seguinte, partiria para Lisboa com a minha irmã. E a partir daí, não sabia o que iria acontecer…
Estava a tentar desenhar o Sérgio, mas a tarefa era promissoramente complicada!
Pedi-lhe para cabecear uma bola e depois, fazer uma coisa que eu adorava e que me derretia toda por dentro, quando era feita por ele: dar um beijo na bola.
Mas, ele estava sempre a rir-se e depois, também me contagiava!
- Vá, por favor, Sérgio! Mais sério!
- Por qué insiste en dibujarme?
- Simplesmente, porque o quero fazer.
– disse calmamente. Olhava para ele e, começava logo a desenhar.
- Tienes tanto talento! Puedes dibujar lo que quieras. Por qué yo?
- Porque és a coisa mais importante na minha vida!
Ouvi a bola a cair na erva verdinha.
Corei. Okay… eu tinha mesmo acabado de dizer aquilo…
- En serio?
- Sim, a sério! Vá, agora dá lá um beijinho na bola.
– concentrando-me, novamente no desenho.
- No quieres que te bese primero?
- NÃO! Vá, beija a bola!
- Seguro?
- SIM!
Rimo-nos, mas depois, ele fez o que tanto lhe pedia.
Quando acabei o desenho, mostrei-lho. Ele adorou.
Veio sentar-se ao pé de mim. Ajeitei-lhe melhor a bandelete, beijei-o e depois, enrosquei a minha cabeça nas suas pernas, prontas para me darem colinho.
- O que vai acontecer a partir de amanhã?
Ele fez-me festinhas no cabelo curto.
- Vamos encontrar uns solución. Nuestro amor es más fuerte que cualquier distancia.
Sorri-lhe. Acreditava tanto na sua voz tranquila e forte. Com ele, acreditava que tudo era possível.
- Prends moi! Je suis a toi! – disse-lhe, sedutora.
Traduzindo: Leva-me! Eu sou tua!

Tínhamos combinado fazer uma tatuagem para nunca esquecermos o nosso amor.
Além disso, cada um de nós, tinha marcado o outro.
Era a minha primeira tatuagem. Sérgio já tinha feito algumas.
Fomos à loja das tatuagens e pouco depois, já via as agulhas a penetrarem a minha pele branca. Decidi fazer um S com umas flores em seu redor nas costas do lado direito. Sérgio quis fazer um M rodeado por duas assas angelicais no baixo ventre.
- Duele? – indagou Sérgio, quando já estávamos no carro a caminho da casa dos meus tios.
- Um bocadinho…
Sérgio pousou a mão esquerda na minha perna, enquanto a outra ocupava-se com o volante.
- Quieres cenar conmigo?
- Claro!
– fui, um pouco, apanhada de surpresa, mas, tudo bem… - Onde?
- En mi casa.
- Espera! Espera! Espera! Tu… vais… cozinhar?!
- Sí! Porque tanto horror?!
- Nada, nada! Estou apenas, surpreendida.
- Yo vengo recogerte a 20h.
- Não, não é preciso. Eu apanho um táxi. Deves estar demasiado ocupado com o jantar.
- Seguro?
- Sim, sim. Não te preocupes.

(Nessa mesma noite, às 20h10)

Toquei à campainha.
Sérgio abriu a porta. Tinha um camisa branca e umas jeans verdes vestidas; o seu cabelo estava apanhado e ao ombro trazia um paninho de cozinha.
- Guapíssima!
Abanei a cabeça, corada.
O jantar cheirava muito bem.
Depois do comermos, sentámo-nos no sofá.
Sérgio começou a fazer-me festinhas com os dedos no meu pescoço descoberto.
Pouco depois, começou a depositar beijos e arfadas de ar contra o meu pescoço e contra um pouco da pele das costas que o meu vestido deixava à mostra.
Fechei os olhos, enquanto respirava com dificuldade.
Com uma mão, fez aproximar-me dele.
- Prends moi! Je suis a toi! – murmurava eu com os olhos a revirarem-se.
Começou a morder-me o pescoço e eu, um bicho sedento, virei-me e assim, os meus lábios iniciaram uma batalha feroz contra os seus.
As minhas pernas rodearam a sua cintura, prendendo-o a mim.
Libertei-lhe o cabelo liso e aveludado.
Nunca o parei de beijar.
Remexia-lhe o cabelo, enquanto ele nos levantou e caminhava para algum lado, provavelmente para o quarto.
Chegados ao quarto, arrancou-me o vestido e a roupa interior, enquanto eu me livrava da dele.
Sérgio tinha acordado um animal selvagem dentro de mim, mas esse tinha sido domesticado por uns segundos.
Os nossos corpos já estavam nus.
- Sérgio? – chamei-o, insegura.
- No confías en mí, Mariza?
- Confio.

Ele sorriu para mim e continuou a acariciar-me por todo o corpo.
Meu Deus, ele estava em todo o lado!
- Prends moi! Je suis a toi!


Erámos um só ser…

(Na manhã seguinte…)

Eram 6 da manhã. Eu e Sérgio já estávamos acordados.
Estávamos na cama muito abraçadinhos.
- Não me apetece nada sair daqui. – disse, baixinho.
- Yo también no.
- Mas, tenho de ir, Sérgio. A minha irmã já deve estar a fazer as malas e eu ainda não fiz as minhas.
Ele afastou o meu cabelo da testa e beijou-a.
- Ven a tomar una ducha conmigo. – convidou-me, levantando-se da cama.
Sorri-lhe, levantei-me e dei-lhe a mão, pois a dele já estava à minha espera.

Sérgio levou-me à casa dos meus tios.
Corri para dentro, procurando a minha irmã. Logo a encontrei.
- Peço desculpa, Heleniti! Vou já fazer as minhas malas!
- Já estão feitas! Depois não digas que não tens a melhor irmã do mundo
. – gracejou Helena.
- Obrigada, maninha. – abracei-a.
- Vou chamar um táxi. Vai-te despedir dos tios e primos.
E assim fui.
Deixei por último, a despedida que mais me custaria.
- Esto no es un adiós. Se trata de un… “hasta ahora”. – murmurou Sérgio.
Fitei-o com olhos tristes.
- Sim. Eu prometo que vou voltar. Aliás, eu prometo que voltarei todos os fins-de-semana!
- No puedes hacer eso…
- Posso sim, e vou fazê-lo. Prometo!
Sérgio agarrou no meu rosto em ambos os lados.
-Dame un beso duro antes de ir! – pediu ele.
E beijei-o apaixonadamente.

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